Três Perguntas do PN para Sidney Gusman, editor do selo Graphic MSP
PublishNews, Guilherme Sobota, 02/12/2022
Selo completa dez anos com celebração especial na CCXP, novos títulos e projetos a caminho

Quando o editor Sidney Gusman subir ao palco da CCXP neste sábado (3) para apresentar o Painel de 10 anos do selo Graphic MSP, o clima certamente será de emoção. Ainda na sexta-feira (2), no painel geral da Mauricio de Sousa Produções no evento, ele já anunciou os próximos títulos do selo para 2023: Mônica 3, de Bianca Pinheiro; Jeremias 3, de Rafael Calça e Jefferson Costa; a estreia de Magali, de Carol Rossetti; Xaveco, de Guilherme de Sousa e Do Contra, por Yoshi Itice.

A mesa da Graphic MSP ocorre no sábado (3), das 17h30 às 18h45, no Auditório Ultra (Mezanino) da CCXP22.

Em outubro de 2022, a Graphic MSP comemorou dez anos com 36 títulos lançados pela Panini Comics, com histórias de autores do mercado independente convidados a reinterpretar os personagens de Mauricio de Sousa. De acordo com estimativas, são cerca de 800 mil exemplares vendidos. As Graphics MSP também resultaram em dois filmes da Turma da Mônica (Laços e Lições) e estão em processo de produção uma série animada do Astronauta e outra em live-action do Jeremias.

Nesta entrevista ao PublishNews, concedida pouco antes de Sidney chegar à CCXP na quarta-feira (30), o editor refletiu sobre os dez anos do selo e compartilhou um pouco de como serão os eventos do fim de semana.

PublishNews – O que significa para vocês completar 10 anos do selo Graphic MSP?

Sidney Gusman – Completar 10 anos traz uma sensação de dever cumprido. Um projeto que eu desenhei, de fazer graphic novels dos personagens do Mauricio, com autores do mercado nacional, para público jovem e adulto. Era uma aposta. Mauricio me bancou, sempre vou agradecê-lo por conta disso. Eu via uma possibilidade gigante de migrar para outras mídias, publicar no exterior. Coisas se concretizaram. Devemos estar perto de 800 mil exemplares vendidos somando todos os livros. São 36 títulos, dois filmes longa metragem, uma série animada, série live action a caminho. E cabe muito mais, essa é a parte mais legal. Com dez anos de selo, ainda tem espaço para crescer. Muito personagem ainda não foi utilizado, começamos a abrir outras janelinhas que certamente vamos ocupar.

Queremos ter espaço para divulgar mais autores nacionais. O que mais ouço dos leitores e me orgulho muito: “você me fez voltar a ler quadrinhos”. Era um objetivo. A maioria dos leitores de quadrinhos é um cara que só leu Mauricio e parou, por achar que quadrinho era só para crianças. Pessoas voltaram a ler com as Graphics, aí migraram para outros quadrinhos nacionais e estrangeiros. Mauricio me paga para fazer dinheiro para a empresa dele, evidentemente, mas ele me permitiu também ajudar o mercado nacional de uma maneira bacana. No momento em que projetamos autores na maior vitrine do quadrinho nacional, que é a MSP, mais gente passa a conhecer os artistas, conhecer o trabalho deles, outros que se parecem com eles... Termômetro mais legal: na CCXP, não vemos nenhuma pessoa com um quadrinho da Graphic debaixo do braço que não tenha também um quadrinho independente. Isso é muito massa.

PN – Que tipo de painel você espera para a CCXP? Vcs pretendem fazer um balanço do selo?

SG – Serão dois painéis: o primeiro é o da MSP como um todo, e esse é um painel muito gostoso, no auditório Thunder, umas 5 mil pessoas lá. A energia que a gente recebe quando anuncia os novos títulos – a gente sempre anuncia os títulos da Graphics MSP ali – é muito bacana. É uma energia maravilhosa.

No painel dos dez anos da Graphic MSP, a ideia é fazer um balanço, contar causos do que aconteceu nesses anos. Quando a gente estava fechando o terceiro livro da Turma da Mônica, brincávamos que ia se chamar Lesões, em vez de Lembranças, porque eu tive um descolamento de retina, a Lu quebrou a mão, Vitor teve apendicite, tudo na reta final. Então são coisas assim. A construção das histórias… Quando eu ofereço o Jeremias para o Rafael Calça e o Jefferson Costa, eles acharam que ia vender pouco. Eu falei: “quer apostar?” Ele perderia, porque vendeu muito, felizmente. Depois trouxe o primeiro Jabuti para a MSP, o Mauricio tem um pelo conjunto da obra. O painel vai ser muita história, deixar os autores falarem: como é conhecer o Mauricio, como é lidar com personagens que tem 50 anos. Temos um caminho bacana, fizemos um ensaio disso na Bienal do Livro de São Paulo. Promete um painel tão divertido quanto emocionante.

PN – Qual é sua avaliação do relacionamento com a Panini?

SG – Como qualquer relação comercial entre duas empresas, em alguns momentos tem uns esbarrões, uns atritos… coisas que acontecem quando os dois querem o melhor para o material. Mas isso faz parte do jogo. A Panini é uma grande parceira da MSP pelo menos há 15 anos. As Graphics todas foram lançadas com eles, e temos lançamentos inclusive no exterior. É uma parceirassa nesse projeto.

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[02/12/2022 12:00:00]