As notícias da semana em literatura foram variadas nos principais jornais brasileiros. Lançamentos, críticas, análises, prêmios e entrevistas: tem para todos os gostos e preferências.

O Estadão destacou três manchetes sobre literatura. Primeiro, noticiou a premiação de Rafael Gallo, escritor paulista de 41 anos, com o Prêmio Literário José Saramago. O ganhador, além da honra, recebe também 40 mil euros e a publicação da obra escolhida, Dor fantasma, em Portugal e no Brasil. Gallo é o quarto brasileiro a ganhar o prêmio, após Adriana Lisboa (2003), Andréa del Fuego (2011) e Julián Fuks (2017).

Também pelo Estadão, o centenário de José Saramago foi destaque. Nascido no dia 16 de novembro, ele completaria 100 anos na última quarta-feira. Além de falar da vida do escritor e suas conquistas, a nota do jornal também trouxe o lançamento A intuição da ilha: os dias de José Saramago em Lanzarote, escrito por Pilar del Río, sua esposa, e publicado pela Companhia das Letras.

A última notícia do Estadão é a mais interessante. Sete livros raros da coleção mais valiosa dos Anos Dourados serão leiloados no Rio de Janeiro no próximo sábado (19). Entre as publicações estão livros de Guimarães Rosa, seu sucesso Campo geral, 4 contos de Machado de Assis, ilustrado por Poty Lazzarotto, e As aparições, de Jorge de Lima. Em 2023, essa coleção completa 80 anos e marca uma época antes das censuras da ditadura militar.

A Folha investiu em críticas e análises de livros essa semana. Trouxe um estudo sobre a autora Leila Danziger, que tem suas obras expostas no Museu Judaico de São Paulo; uma crítica de um livro dos anos 1950, intitulado A morte é meu ofício, sobre um comandante nazista de Auschwitz, campo de concentração na Segunda Guerra Mundial; outro ensaio, agora sobre o livro Inglês, August: uma história indiana, editado pela primeira vez no Brasil pela editora Carambaia; e mais uma crítica, agora sobre o livro A maldição das flores, o primeiro romance adulto de Angélica Lopes. Além desses, o jornal tratou do livro póstumo de Lucia Berlin, Noite no paraíso, que foi lançado pela Companhia das Letras.

O Globo também apostou na nomeação de Rafael Gallo com o ganhador do Prêmio Literário José Saramago, destacando uma entrevista do escritor ao jornal português Diário de Notícias, com detalhes interessantes sobre o momento do anúncio do prêmio, como que Gallo recusou a ligação por se tratar de um número internacional e que ajoelhou e chorou quando soube. Além das revelações, Gallo também falou sobre a dificuldade de escrever a obra ganhadora, Dor fantasma, que demorou por volta de seis anos para completar.

O Valor novamente foi o destaque entre as publicações de literatura no Brasil. A primeira matéria que deve ser destacada é o lançamento da biografia autorizada de Edmond Safra, A banker’s journey: how Edmond J. Safra built a global financial empire (A jornada de um banqueiro: Como Edmond J. Safra construiu um império financeiro global, tradução livre), ainda sem previsão para a publicação no mercado brasileiro.

Outra nota que merece menção do Valor é sobre Vanessa Passos, escritora nordestina e nova colunista do PublishNews. A nota destaca o lançamento de seu romance, A filha primitiva, na edição impressa publicada pela editora José Olympio, do Grupo Record. A obra fala sobre a luta da personagem principal para descobrir quem é seu pai, sempre ausente durante sua jornada. Expondo preconceitos e desigualdades da sociedade brasileira, a autora entra no cenário literário brasileiro com o pé direito e escancarando as críticas raciais, de gênero e classe social.

Além dessas, o Valor continuou a linha da semana passada e trouxe um questionamento ao leitor: O que prêmios como o Jabuti representam para a carreira de um escritor? Com a proximidade do anúncio dos ganhadores de um dos prêmios mais importantes de literatura brasileira, o jornal se pergunta como essas honrarias, sejam pelo prêmio em dinheiro ou pela vitrine na literatura brasileira, ajudam os autores a deslancharem suas carreiras. A nota traz entrevistas com Luciana Villas-Boas, à frente da agência literária Villas-Boas & Moss, Lucia Riff, no mercado literário mais de três décadas, Marcos Marcionilo, curador do Jabuti, Leonardo Piana, coordenador do Prêmio Oceanos, Antônio Xerxenesky e a gaúcha Morgana Kretzmann, vencedores do Prêmio São Paulo em 2022 e 2021, respectivamente, Otávio Marques da Costa, da Companhia das Letras, e Mauro Palermo, diretor da Globo Livros. Com um grande repertório, a matéria é completa e deve ser lida por todos interessados nas atualidades do mercado editorial.

Como destaques internacionais, The Guardian e TheBookseller, que publicaram sobre a novidade do TikTok UK em iniciar a venda de livros pelo app, também tema de matéria aqui no PublishNews. Além disso, o The Bookseller noticiou o National Book Awards e seus ganhadores, outro tema tratado essa semana pelo PN.