
Ao longo de quatro painéis, professores, pesquisadores e artistas discutem a importância da obra de Maria Firmina dos Reis. O evento acontecerá em formato híbrido, na sede do CPF Sesc (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - São Paulo / SP), e é necessária a inscrição prévia, através do site do evento. Nos dias 19, 20 e 21, os debates começam às 19h30, e, no dia 22 o painel que encerra o Ciclo está marcado para às 11h.
O primeiro debate parte da premissa de que a entrada de Maria Firmina dos Reis na história da literatura brasileira ilumina as disputas e as rasuras à narrativa tradicional do cânone. No dia 19, com mediação de Fernando Bastos, Eduardo de Assis Duarte, Denise Carrascosa e Fernanda Miranda encontram-se para discutir em que medida a obra da escritora evidencia as falhas das tentativas de criar uma história linear e pacificadora sobre a produção literária local.
No dia seguinte (20), Milena Britto conversa com Luciana Martins Diogo, Régia Agostinho da Silva e Luiz Mauricio Azevedo. A discussão parte do romance de estreia da autora para discutir a abolição, tema caro para a obra de Maria Firmina dos Reis. Em Úrsula, os personagens representam um relato importante para a ficção que defende o abolicionismo, servindo também para que, mesmo nos dias de hoje, possamos entender a condição negra no século XIX.
No terceiro encontro (21), Matheus Gato, Mirian Cristina dos Santos e Juliano Carrupt do Nascimento, mediados por Dulci Lima, refletem em que medida a biografia da escritora é ponto fora da curva em nossa tradição literária, de modo a aprofundar o debate sobre o papel de Maria Firmina na longa linhagem de artistas, profissionais das letras e educadoras que formam a intelectualidade negra brasileira.
No último encontro (22), pretende-se reconhecer, em dois momentos, de que forma o público tem incorporado a produção de Maria Firmina dos Reis. Primeiro é a vez de Pedro Meira Monteiro reunir Lívia Natália e Regina Azevedo, três poetas que representam esse legado de coragem e amor pela poesia, e que, tal como Maria Firmina, batalham para que a literatura seja democratizada. Logo em seguida, para celebrar a força da oralidade, acontece uma apresentação artística do Slam das Minas, batalha poética que nasceu em São Paulo, e que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras.
Em 2022, a Flip celebra seus 20 anos, em edição presencial que acontece de 23 a 27 de novembro, em Paraty. Além de diversos autores nacionais e internacionais, escolhidos para trazer para o centro dos debates a pluralidade de visões e sensibilidades que estão em jogo na contemporaneidade, a programação principal contará ainda com duas mesas em homenagem à obra de Maria Firmina dos Reis.