
Ainda no Globo, a coluna de Ancelmo Gois informou que a editora Record vai celebrar seus 80 anos na Flip, em novembro, com homenagem a autores. No sobrado que a editora alugou em Paraty no período da feira, serão reverenciados os escritores Carla Madeira e Francisco Azevedo, por terem alcançado a marca de 100 mil exemplares vendidos de um único título. Carla escreveu Tudo é rio, enquanto Francisco alcançou a marca com Arroz de palma.
O Globo trouxe também entrevista com Fatima Daas, escritora lésbica e muçulmana que escandalizou a cena literária francesa. Ao misturar ficção e elementos autobiográficos em A última filha (Bazar do Tempo), a escritora de origem argelina conquista público, mas sofre críticas por questões religiosas. Na tradição islâmica, Fatima é o nome da filha caçula do profeta Maomé e, em árabe, significa “pequena camela desmamada”. Esse foi o pseudônimo escolhido por uma jovem escritora que publica um romance honesto sobre suas múltiplas identidades: imigrante, periférica, muçulmana e lésbica. Todos os capítulos do livro começam com as mesmas palavras: “Eu me chamo Fatima”.
Na Folha, a coluna Painel das Letras comentou livros lançados agora com textos inéditos recentemente descobertos. Fala de Educação Natural (Record), que traz 26 contos e um romance inacabado do gaúcho João Gilberto Noll (1946-2017), conhecido por grandes obras como Harmada e Acenos e afagos. E de A pipa de Diógenes (Jabuticaba), peça escrita na juventude por Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, dois dos maiores dramaturgos políticos brasileiros. O texto fala de uma greve universitária nos anos 1950.
A Folha publicou também resenha do romance Humanos exemplares (Companhia das Letras), de Juliana Leite, ancorado num presente que, se sugere, é o tempo da pandemia e do isolamento, mas seu centro de interesses se desloca para a época da ditadura. A autora convoca a imaginação do leitor para o tempo em que Natália Vicente viveram, criaram a filha e testemunharam tortura e perseguições. Nada dito com clareza, apenas insinuado. O livro embaralha os tempos da narrativa e pode sugerir diferentes leituras.
O Valor traouxe resenha de Derrubar árvores (Todavia), do austríaco Thomas Bernhard (1931-1989), título que reforça a condição de autor polêmico, ácido, satírico e pessimista que ele cultivou com obras relevantes. Neste livro, o narrador é um escritor convidado a um jantar por um casal que posa de mecenas no mundo as artes. Sentado num canto, ele vai ruminando um monólogo sobre suas relações com os outros convidados da festa, com humor ferino e implacável, construindo uma crítica à hipocrisia no meio literário.






