
Lançado originalmente em 1982, o livro ganhou repercussão mundial. Após ter passado praticamente um ano divulgando a obra em vários países, a autora deixou o livro para trás para se dedicar a dois romances que lançou nos anos imediatamente seguintes, A lagoa azul, em 1983, e De amor e de sombra, em 1984.
Isabel considera que as mudanças ocorridas no mundo durante os últimos 40 anos deixam o livro ultrapassado. Para ela, ideias, palavras e termos que aparecem na obra podem ser considerados politicamente incorretos nos dias de hoje. Disse que, se fosse obrigada a reescrever a obra para uma atualização, cortaria muitas e muitas páginas.
A escritora aproveitou a entrevista para criticar de forma virulenta a adaptação cinematográfica de A casa dos espíritos dirigida por Bille August em 1993, um sucesso de bilheteria com Jeremy Irons, Glenn Close e Winona Ryder. "O filme foi todo rodado em Portugal, tem no elenco apenas estrelas de Hollywood, então eu pergunto: onde foi parar a América Latina nesse filme?", questiona a escritora.
Uma nova versão de A casa dos espíritos está agora em produção, para ser exibida no streaming, em dez episódios.
Isabel Allende já publicou 23 romances, um livro de memórias e duas coletâneas de contos, e ainda escreveu quatro peças de teatro. Seu último lançamento, o romance Violeta, foi editado no Brasil no início deste ano, pela Bertrand, que também publicou a edição mais recente de A casa dos espíritos, de 2017 e ainda em catálogo.