Apanhadão da semana: Vem aí a biografia do baterista Charlie Watts
PublishNews, Redação, 26/08/2022
Segundo o Globo, autor inglês descreve Watts como um 'contraponto intelectual' a Mick Jagger dentro dos Rolling Stones; também no jornal carioca, Marcelo Rubens Paiva fala de seu novo livro, 'Do começo ao fim'

Charlie Watts | © Divulgação Interscope
Charlie Watts | © Divulgação Interscope
O noticiário sobre livros foi agitado nesta semana por duas notícias, uma delas falsa, falando de dois autores cultuados por legiões de fãs. A italiana Elena Ferrante, ou, melhor dizendo, a pessoa que se esconde por trás do pseudônimo Elena Ferrante, teve sua morte anunciada por um jornalista italiano que queria pregar uma peça e, segundo ele, demonstrar a força das fake news. Elena está muito bem, seja ela quem for. Verdadeira é a entrevista que George R. R. Martin deu ao New York Times, falando sobre o final da saga Game of Thrones e que foi repercutida pela Folha.

Outra notícia “quente” ultrapassa a literatura, adentrando na música e no cenário pop mundial. O Globo publicou matéria sobre a biografia de Charlie Watts [foto]. Com lançamento nos EUA e na Europa marcado para 11 em outubro, Charlie's good tonight detalha a carreira do baterista, morto há um ano, contando de quando era estudante de jazz e foi recrutado para os Rolling Stones até a dedicação nos 60 anos de estrada do grupo. Ainda sem previsão de lançamento no Brasil, o livro foi escrito pelo jornalista inglês Paul Saxton, que acompanhou os Stones durante 30 anos. O autor mostra Charlie Watts como um “contraponto intelectual” a Mick Jagger dentro dos Stones.

O Globo fez entrevista com Marcelo Rubens Paiva. O autor lança agora Do começo ao fim (Alfaguara), romance sobre uma relação que é interrompida na juventude e retomada décadas depois. Em suas respostas, Marcelo discorre sobre sexualidade sessentona, a situação política atual e, como nunca consegue evitar, fala também de Feliz ano velho. Lançado há 40 anos, é o livro de autor nacional mais vendido na década de 1980, com 1,5 milhão de exemplares. Mesmo com uma vasta obra publicada desde então, a força midiática de Feliz ano velho sempre é assunto nas conversas do autor com a imprensa. “Feliz ano velho é a minha Anna Júlia, né?”, brinca o escritor.

Jornalista do Globo, Vera Araújo foi assunto na Folha, onde deu entrevista sobre o livro O Plano Flordelis: Bíblia, filhos e sangue (Intrínseca). Lançado um ano após a prisão preventiva de Flordelis dos Santos de Souza, a obra mergulha na história do assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da ex-deputada federal, em junho de 2019. O julgamento dela está marcado para 12 de dezembro. Na obra, a autora descreve uma guerra familiar entre Flordelis, o marido e os filhos. Três filhos adotivos e uma neta de Flordelis já foram julgados e condenados por participação no crime.

A Folha também entrevistou o artista sueco Simon Stalenhag, que acaba de ter seu álbum gráfico Estado elétrico publicado pela Quadrinhos na Cia. A obra, que fica no meio do caminho entre um livro ilustrado e uma HQ, narra a jornada de uma adolescente e seu robozinho rumo ao Oeste americano. Como em outros trabalhos do autor, seu futuro tem traços retrô. O país retratado no livro é tecnocrático e, ao mesmo tempo, bucólico. Montanhas compartilham a paisagem com naves alienígenas e robôs disformes que parecem saídos de uma Disneylândia macabra, como descreve o jornalista Henrique Artuni. Stalenhag diz que as big techs de Mark Zuckerberg e Elon Musk são totalitárias e que sua obra imagina os Estados Unidos em um apocalipse na era do Metaverso.

A Folha fala]ou mais de quadrinhos numa conversa com o cartunista Galvão Bertazzi. Ele está lançando Vida besta: fim do mundo (Mino), que reúne tiras catastróficas que espelham dramas do Brasil contemporâneo. Colaborador do jornal, ele criou a série Vida besta em 1998, sempre com o foco na banalidade da vida cotidiana e a falta de um sentido maior para a existência. Segundo o autor, foi inevitável incorporar à série todos os problemas causados pela pandemia de covid-19.

Na coluna Um livro por semana, no Estadão, o destaque foi Escute as feras, premiado na França por sua contribuição à reflexão sobre as relações entre o homem e a natureza. Publicado no Brasil pela Editora 34, o livro de Nastassja Martin narra a luta de uma antropóloga com um urso. A autora, jovem arqueóloga francesa, escreveu o livro a partir de suas experiências no contato com povos isolados no Alasca e na Sibéria. Foi na região russa que ela viveu um episódio radical e transformador no encontro com um urso.

Numa coincidência, outro colunista se dedicou também a um livro que mistura homens e animais. No caso, nada tão perigoso quanto um urso selvagem. No Valor, Michel Laub comentou o novo livro de Haruki Murakami, Abandonar um gato (Alfaguara). O enredo começa falando de um gato que volta para casa depois de ser largado na praia de Koroen e termina com outro felino que desaparece no alto de um pinheiro em Shukugawa. Entre uma coisa e outra, uma obra de ficção que fala sobre o pai do autor e a história do Japão.

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[26/08/2022 09:00:00]