Apanhadão: Mario Vargas Llosa dá exclusiva para a Folha
PublishNews, Redação, 15/08/2022
Nobel fala da criação de seus romances, critica a direita por ignorar a desigualdade, diz que não gostaria de votar em Lula ou Bolsonaro e relembra o que aprendeu ao disputar a presidência do Peru em 1990

O escritor peruano Mario Vargas Llosa |© Divulgação
O escritor peruano Mario Vargas Llosa |© Divulgação
Em um fim de semana no qual o mundo literário foi sacudido pelo atentado contra Salman Rushdie, outras reportagens conseguiram chamar atenção. Principalmente a entrevista do Nobel peruano Mario Vargas Llosa à Folha. Ele comentou a criação de seus romances e a influência central de Flaubert, explicou o papel da alternância de narradores no romance moderno, criticou a direita por ignorar a desigualdade, disse que não gostaria de votar em Lula ou Bolsonaro e relembrou o que aprendeu ao disputar a presidência do Peru em 1990.

Na carona da entrevista, no caderno Ilustríssima, Martim Vasques da Cunha analisou o ensaio García Márquez: História de um deicídio, que a Record publica em setembro no Brasil, no qual Vargas Llosa fala do então amigo colombiano, expondo sua ideia utópica de literatura total, espécie de rebelião contra Deus e a substituição da realidade por um universo ficcional que embarcasse todos os aspectos da vida.

Na coluna Painel das Letras, também na Folha, Walter Porto informou que a Zahar amplia a publicação de Paul B. Preciado, filósofo transexual com um dos pensamentos mais sofisticados da atualidade. Relançará Manifesto contrassexual até o fim do ano, tratamento que também terão em breve Testo junkie e Pornotropia, publicados antes pela N-1. Ainda em 2022, a editora traz o inédito Eu sou o monstro que vos fala, baseado num discurso feito por Preciado em Paris.

Na Folhinha, o destaque foi Os invisíveis (Companhia das Letrinhas), escrito por Tino Freitas e desenhado por Odilon Moraes. É um curioso livro infantil no qual o personagem central é um menino que tem o superpoder de enxergar os invisíveis. Mas esses não são monstros ou criaturas fantásticas. São personagens que as outras pessoas parecem não enxergar, como gente solitária sentada nas praças, lixeiros, pessoas em situação de rua ou trabalhadores humildes.

No Globo, reportagem citou orgulho e reparação ao falar sobre o resgate do pensamento de mulheres filósofas demonstrado por editoras e academia. Obras de pensadoras têm suas especificidades e servem de contraponto abstração masculina, dizem estudiosos. Entre as obras envolvidas nesse movimento, citadas na reportagem, estão Filósofas: o legado das mulheres na história do pensamento mundial (Maquinaria Editorial), As visionárias (Todavia), Dez mulheres filósofas (Record) e As outras constelações (Relicário).

Também no Globo, resenha classifica A confissão, da editora Papéis Selvagens, como uma boa introdução ao trabalho do argentino César Aira, considerado um dos mais inventivos nomes da literatura contemporânea. Um livro curto, pouco mais longo que um conto e pouco menor do que uma novela, mas que não impede que o autor repita a exuberância imaginativa típica de sua ficção.

O Valor falou de Doze césares: imagens do poder do mundo antigo ao moderno (Todavia), de Mary Beard, uma professora de Cambridge que se dedica a tornar a Antiguidade acessível ao público em geral. No livro, a historiadora analisa como os imperadores romanos fascinam tanto os poderosos da atualidade. O trabalho abrange 26 líderes que, para a autora, representam uma ligação fácil com supostas glórias do passado romano, algo atraente para a aristocracia europeia.

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[15/08/2022 09:00:00]