O Globo trouxe também uma crítica de Três porcos (Editora Caiaponte), do catarinense Marcelo Labes, que venceu o mais recente prêmio da Biblioteca Nacional na categoria Romance. O livro retrata a pobreza e o lado sombrio do sul do Brasil. O autor expõe ponto de vista masculino e infantil de uma vítima de violência sexual. A vingança é tema predominante na obra, dirigida contra os pedófilos que abusaram de Rafael, narrador da obra, em sua infância pobre em Blumenau.
Na coluna Um livro por semana, no Estadão, Maria Fernanda Rodrigues falou de 100 filmes: da literatura para o cinema (BestSeller). Uma compilação de Henri Mitterrand, lançada originalmente em 2014, que a colunista aponta como boa dica de leitura para quem se interessa por cinema, literatura e a ligação entre as duas artes. O organizador do livro defende que a ligação entre literatura e cinema pode ir além da discussão a respeito da fidelidade ou não ao original, algo que mobiliza os amantes da literatura desde a criação do cinema. Para Mitterrand, são linguagens diferentes e divergências pontuais são naturais. Entre as centenas de livros citados, há obras que geraram mais de um filme no cinema, como O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith, adaptado em O sol por testemunha, com Alain Delon, e O talentoso Ripley, com Matt Damon.
A Folha falou da reedição de Lugar de negro (Zahar), obra da antropóloga Lélia Gonzalez e do sociólogo Carlos Hasenbalg que mudou toda a maneira como se estuda racismo no Brasil. Lançada em 1982 dentro da Coleção Dois Pontos, da editora Marco Zero, ela aponta alguns aspectos significativos do debate sobre a questão racial num período em que se estabelecia um novo paradigma de análise, atento às dimensões estruturais das desigualdades raciais. Um novo movimento negro emergia, com características marcantes de ruptura com seus antecessores.
A Folha também publicou uma entrevista provocadora com Luc Ferry, capaz de fazer tremer quem diz gostar mais dos bichos do que das pessoas. O filósofo francês, que participa do evento Fronteiras do Pensamento em São Paulo e Porto Alegre no mês de setembro, fala de seu mais recente livro, Les sept écologies (“as sete ecologias”). Ele crítica os que animalizam os humanos e humanizam os animais (“Vemos os humanos se mobilizando para salvar focas e baleias mas nunca vimos o inverso”), ataca os veganos, que chama de “fundamentalistas verdes”, ironiza os seguidores de Greta Thunberg e defende o ecomodernismo, uma ecologia liberal não hostil ao consumo.