
Depois de uma carreira de imenso sucesso em programas humorísticos na TV durante as décadas de 1960 e 1970, desde o clássico Família Trapo, na Record, ao revolucionário Faça humor, não faça a guerra, na Globo. Em 1986, Jô passou a comandar um talk-show no SBT. O Jô Soares Onze e Meia o transformou no mais famoso entrevistador da televisão brasileira. O programa passou para a Globo em 2000, sendo produzido por mais 16 anos.
Jô Soares escreveu vários livros, sempre com bom humor e texto refinado. São eles: O astronauta sem regime (1983), O humor nos tempos de Collor (1992), O Xangô de Baker Street (1995), O homem que matou Getúlio Vargas (1998), Assassinato na Academia Brasileira de Letras (2005) e As esganadas (2011). Os dois primeiros foram publicados pela editora L&PM. Os outros, pela Companhia das Letras.
Ao lado do jornalista e amigo Matinas Suzuki Jr., Jô escreveu dois volumes contando sua vida, chamados O livro de Jô: uma biografia desautorizada, em 2017 e 2018, ambos pela Companhia das Letras
Sobre o processo de produção desses livros autobiográficos, Matinas comentou: “As memórias mexeram muito com ele. Às vezes, além de chorar, Jô interrompia o trabalho e telefonava para a pessoa da qual estávamos falando”.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) lamentou a morte de Jô Soares. “É uma grande perda para a cultura do nosso país. Me solidarizo com os familiares e amigos”, declarou o presidente da CBL, Vitor Tavares.