Apanhadão da semana: a hermana e sua literatura do estranho
PublishNews, Redação, 1º/07/2022
Estadão entrevista a argentina Samanta Schweblin, que tem uma reunião de dois livros de contos lançada no Brasil; O Globo debate a invasão de literatura chinesa nas livrarias brasileiras

Samanta Schweblin | © Divulgação
Samanta Schweblin | © Divulgação
Entre as reportagens sobre livros apresentadas na imprensa durante a semana, o Estadão trouxe entrevista com a escritora argentina Samanta Schweblin, que chega às livrarias brasileiras com a coletânea de contos Pássaros na boca e Sete casas vazias, reunião de textos curtos dos dois livros que dão nome a esse volume publicado pela Fósforo. Já comparada a Franz Kafka e Flannery O’Connor, a autora carrega a estranheza de ter seus escritos textos como literatura fantástica. Ela se diz identificada com a literatura do estranho, que trata do possível, mas pouco provável de acontecer.

Também no Estadão, Maria Fernanda Rodrigues destacou em sua coluna “Um livro por semana” o box Crescer e partir (Peirópolis), que reúne Mil milhas e Um mundo em poucas linhas, mistura de diário, relato de viagem e livro de poemas em que Tamara Klink narra sua jornada de amadurecimento. No caso dela, a travessia do Mar do Morte, aos 23 anos, a bordo de um pequeno barco que ela comprou, consertou e deu o nome de Sardinha.

O Globo discutiu o aumento de público para a literatura chinesa no Brasil. Foram entrevistados editores e leitores, que já estão fazendo clubes especializados em obras de autores do gigante asiático. O texto fala da Unesp publicando filosofia de Confúcio e Laozi, da Companhia das Letras lançando o romance policial O criptógrafo, de Mai Jia , “o Dan Brown chinês”, e da Moinhos editando títulos de poetas chineses contemporâneos.

Também está no Globo entrevista com o pesquisador gaúcho Christian Gonzatti, que lança o livro Pode um LGBTQIA+ ser super-herói no Brasil? (Devires), na discussão sobre a busca de representatividade e a ação de resposta promovida por movimentos contra a diversidade. O autor relembra o episódio de censura na Bienal do Rio de Janeiro de 2019, quando o então prefeito Marcelo Crivella buscou sem sucesso proibir a HQ da Marvel Vingadores: a cruzada das crianças, que trazia um beijo gay entre super-heróis.

O Valor entrevistou a atriz Beth Goulart, que estreia na literatura com Viver é uma arte: transformando a dor em palavras (Letramento), um exercício de reflexão pessoal. Apoiado no filão motivacional ou de autoajuda, o livro mistura memórias e ponderações sobre a existência de cada pessoa e daqueles que a cercam. O gatilho emocional do livro é a convivência com seus pais, atores como ela, e a perda dos dois, Paulo Goulart, em 2014, e Nicette Bruno, em 2020, vítima de Covid-19.

Na Folha, um dos entrevistados na semana é o professor e coordenador do curso de Direito da Unifesp, Renan Quinalha. Conhecido no ativismo LGBTQIA+, ele já publicou livros sobre o tema e lança agora Movimento LGBT e mais: uma breve história do século XIX aos nossos dias (Autêntica), em que ele se concentra na Alemanha do final do século XIX, nos Estados Unidos do pós-guerra e no Brasil da década de 1970 até hoje, usando esse três cenários para o contar a história dessa comunidade.

A Folha publicou resenha crítica de O infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo (Intrínseca), da espanhola Irene Vallejo. A obra faz sucesso mundial, depois de a autora ter encontrado dificuldades para publicá-la. O livro foi recusado pela editora de seus primeiros dois romances. A própria escritora considerava que seria sua obra menos comercial. Apesar de teoricamente se restringir à invenção do livro no mundo greco-romano, o texto da espanhola é repleto de curiosidades suculentas em todas as épocas e culturas.

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[01/07/2022 09:00:00]