Ellis é conhecido mundialmente pela repercussão polêmica de Psicopata americano, lançado em 1991. O livro traz o protagonista Patrick Bateman, um yuppie escravo de marcas famosas e muita ostentação junto a seus colegas de Wall Street. De vez em quando, ele gosta de matar e esquartejar mulheres, mendigos e até alguns rivais no trabalho. Uma edição de luxo foi editada no Brasil pela DarkSide em 2020.
Infelizmente, a história é mais conhecida pelo péssimo filme que foi sua adaptação para o cinema, American psycho, com Christian Bale. Na tela, não sobrou quase nada do humor corrosivo e implacável de Ellis dirigido à geração dos jovens executivos que se achavam donos do mundo, principalmente quando turbinados com cocaína.
O autor não tem mesmo sorte com o cinema, porque também é péssima a adaptação de seu livro de estreia, o aclamado Abaixo de zero, que ele lançou em 1985, aos 21 anos. De uma hora para outra, ele se tornou personagem do mundo cultural americano. O filme, com Robert Downey Jr., comete uma quase heresia ao adotar tom moralista e transformar o protagonista Blane em um bom rapaz. No livro, ele é um poço de amoralidade, um sujeito com empatia zero e sem nada de interessante para acrescentar ao mundo.
Com Abaixo de zero, Ellis foi inserido no que a crítica literária americana classificou na época como “a geração do pó”, jovens escritores urbanos que retratavam suas vidas reais de excessos variados. Esse grupo teve outro expoente, o hoje sumido Jay McInerney, autor de Bright lights, big city, também best-seller mundial.
The shards nasceu de uma história mais curta criada por ele para seu podcast. Ellis volta aos tempos do colégio para mostrar a influência de um novo aluno em sua turma de amigos. O novato é extremamente atraente, mas parece ter algo a esconder.
O texto no podcast já continha material violento, mas as primeiras informações sobre o livro apontam que isso foi totalmente amplificado para o romance impresso. Os comentários são de que mais uma jornada de ultraviolência vai mostrar Bret Easton Ellis voltando ao que sabe fazer melhor.