Apanhadão: Margaret Atwood cria um exemplar de 'O conto da aia' à prova de fogo
PublishNews, Redação, 27/05/2022
A intenção da escritora é protestar contra movimentos nos EUA que estão censurando, banindo e até queimando livros considerados 'perigosos'. O exemplar resistente ao calor será vendido em leilão beneficente.

A notícia relacionada a livros mais inesperada da semana foi repercutida no Brasil pela Folha e pelo Globo. A editora Penguin Random House, que publica as obras da escritora Margaret Atwood, mandou criar um exemplar feito com materiais não incineráveis do seu livro O conto da aia, um clássico em narrativas distópicas. A ideia da escritora e da editora ao lançar uma edição à prova de fogo é liderar uma campanha pela liberdade de expressão. “Por todos os Estados Unidos e ao redor do mundo, livros estão sendo contestados, banidos e até queimados. Então nós criamos uma edição especial da obra que vem sendo contestada e banida há décadas", diz o comunicado da editora. A escritora canadense de 82 anos participou de uma campanha divertida, em que usa lança-chamas para tentar queimar a cópia do livro resistente a fogo. Ela será vendida em um leilão em Nova Iorque, no dia 07 de junho, com renda revertida para a Pen America, entidade que luta pela defesa da liberdade de expressão.

A Folha também publicou crítica de A substituição (Estação Liberdade), do japonês Kenzaburo Oe, ganhador do Nobel em 1994, que aborda um caso de agressão sexual em um processo que emula a natureza instável das memórias. O personagem principal é um escritor já idoso, que traz muitas referências autobiográficas do autor.

O Globo destacou a eleição da filósofa e ativista Djamila Ribeiro para a Academia Paulista de Letras. Ela deve ocupar a 28ª cadeira da APL, que pertencia à Lygia Fagundes Telles, que morreu em abril. A votação na última terça-feira (24) teve 30 votos favoráveis à filósofa, de um total de (39). Ela terá a companhia de imortais como Ignácio de Loyola Brandão, Ruth Rocha e Jô Soares.

No Estadão, o destaque foi para a estreia do quadrinista Adão Iturrusgarai na literatura em prosa. Paris por um triz (Zaeabatana) reúne as crônicas que o autor publicou no folhetim "Correio Elegante", que o artista gaúcho criou para registrar suas memórias em Paris. A narrativa è fiel aos perrengues que Adão passou nos anos 1990, quando foi com a cara e a coragem para capital francesa tentar trabalhar como ilustrador.

E todos os jornais repercutiram a impagável história da escritora americana Nancy Crampton Brophy, autora de um ensaio chamado Como matar seu marido. Ela foi condenada nos EUA pelo assassinato do próprio marido. Autora de uma saga em inglês chamada Wrong never felt so right (na tradução, "o errado nunca pareceu tão certo"), ela nega a acusação. Flagrada pelas câmeras de segurança na cena do crime, Nancy afirma que visitava locais em busca de inspiração para seus trabalhos. Também disse que a provável arma usada no crime, que era dela, foi comprada na internet como parte de sua investigação anterior para um romance. E ainda nega que vários seguros de vida em valores altos que fez para seu marido foram motivos para assassiná-lo. O enredo policial virou comédia. Aqui, para conferir no Estadão, na Folha ou no Globo.

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[27/05/2022 10:50:00]