Apanhadão: Na Folha, Sara Ahmed questiona carga negativa ligada ao feminismo
PublishNews, Redação, 23/05/2022
Folha destaca mais duas obras de autoras; Globo repercute polêmica sobre cancelamento de participação da escritora Tatiana Salem Levy na LER; Estadão anuncia novo serviço de financiamento coletivo do Clube dos Autores

A Folha destacou Viver uma vida feminista, livro publicado há cinco anos no Reino Unido e que só agora chega ao Brasil, em edição da Ubu. A escritora anglo-australiana Sara Ahmed quer trazer o feminino para dentro de casa, e por isso foca o cotidiano na relação da sociedade com aquelas que chama de “feministas estraga prazeres”. A autora argumenta que “ao questionar o status quo, o feminismo ganhou uma carga negativa de ser contrário à felicidade. Logo, se tornar feminista é estragar os prazeres dos outros”.

No caderno Ilustríssima, o mestre em Letras pela USP Rodrigo Simon analisou a obra de Verenilde Pereira, pioneira da literatura afroindígena no Brasil. Filha de mãe negra e pai do povo sateré mawé, a escritora lançou em 1998 Um rio sem fim, romance ainda pouco conhecido que aborda temas em voga no debate público de hoje, como a representação de grupos marginalizados, a decolonialidade e as intersecções no lugar de fala.

Também na Folha, Mary del Piore analisou Amai e... não vos multipliqueis (Chão Editora), livro escrito por Maria Lacerda de Moura e lançado originalmente em 1932. Segundo Del Piore, é um libelo contra mulheres que viviam em caixinhas, um livro que convida a pensar sobre dificuldades resistências para fugir aos padrões estabelecidos.

No Globo está a notícia de que a série Heartstopper, que a Netflix produziu baseada nos quadrinhos da inglesa Alice Oseman publicada no Brasil pela Seguinte, terá mais duas temporadas com a história de amor dos adolescentes Nick e Charlie. A série entrou no top 10 das mais assistidas em 54 países, praticamente o mesmo número de lugares em que os livros chegaram ao topo das listas de mais vendidos para o público infantojuvenil. A autora continuará como roteirista da série nessas próximas temporadas.

O Globo repercutiu a reclamação da escritora Tatiana Salem Levy, na qual ela diz que se sentiu “furiosa”, “triste” e “humilhada” por ter sido convidada para participar da mesa de abertura do LER - Salão do Livro carioca e ter sido no mesmo dia “desconvidada”. Ela afirmou que o caso mostra que “até mesmo em eventos literários, mulheres ainda não são tratadas da mesma forma que os homens”. Procurado pela reportagem, um dos curadores do evento, Júlio Silveira, disse que houve um erro de comunicação entre os curadores e lamenta a alegação de machismo. “O evento tem seis anos de forte prática antirracista e feminista.”

O Valor publicou crítica do livro Pássaros na boca e Sete casas vazias (Todavia), de Samanta Schweblin. A edição reúne dois livros dessa que é uma das escritoras mais celebradas da América Latina atualmente. Sete casas vazias, de 2015, é lançado pela primeira vez no Brasil, compondo um único volume com Pássaros na boca, de 2009, que estava fora de catálogo. Às vezes associada de forma preguiçosa ao filão das narrativas fantásticas e sobrenaturais, autora quer causar incômodo em seus textos.

No blog Babel, no Estadão, Maria Fernanda Rodrigues informou que o Clube dos Autores, plataforma de autopublicação que conta com 57 mil autores de 75 mil livros em catálogo, está lançando um canal de financiamento coletivo dentro de sua plataforma. Feito em parceria com a Kickante, o serviço terá uma taxa de 5%, um pouco mais baixa do que a da concorrência, além de outras vantagens.

Também no Estadão, uma crítica do segundo livro do gaúcho Tobias Carvalho, Visão noturna (Todavia), elogiado como um trabalho ficcional mais maduro do autor. E vale dizer que a competição com a obra anterior não é fácil. Ele venceu o prêmio Sesc de Literatura de 2018 com seu livro de estreia, As coisas (Record). Agora, o volume tem quatro contos, que a crítica classifica de “deliciosamente perturbadores”.

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[23/05/2022 09:00:00]