Todavia vai editar obra de Antonio Candido
PublishNews, Redação, 16/05/2022
O projeto tem 17 livros do maior crítico literário do Brasil, entre eles os dois volumes de Formação da literatura brasileira: momentos decisivos (1957), fundamental para a construção de uma visão da identidade do país

A editora Todavia anunciou que vai publicar a obra de Antônio Candido (1918-2017). Serão 17 livros do professor e crítico literário, que começam a ser publicados no primeiro semestre de 2023.

Assim, a Todavia assume o papel que a Ouro sobre Azul teve nos últimos anos, publicando até 2017 edições revisadas pelo próprio autor, considerado o maior crítico literário brasileiro. Sua obra pode ser inserida num conjunto que inclui os trabalhos de Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Caio Prado Jr. e Celso Furtado, numa visão compartilhada da investigação da identidade social do Brasil.

No pacote de lançados previstos, deve ganhar destaque uma edição especial de Formação da literatura brasileira: momentos decisivos, publicado em dois volumes originalmente em 1957, embora tenha sido preparado entre 1945 e 1951. É classificado por uma unanimidade intelectual como o mais recente dos quatro livros que são os pilares de uma literatura de reflexão sobre o Brasil, ao lado de Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, e Formação do Brasil contemporâneo (1942), de Caio Prado Jr.

Além dessa obra seminal para o estudo dos livros no Brasil, são esperados com ansiedade a reedição de outras três obras monumentais de Candido: Ficções e confissões: estudo sobre a obra de Graciliano Ramos (1956), Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária (1965) e Vários escritos (1970).

Candido influenciou várias gerações de estudantes durante o período em que ensinou Teoria Literária e Literatura Comparada na USP. Ele também foi o criador do Suplemento literário do jornal O Estado de São Paulo, em 1956, um caderno especial voltado aos livros que criou formato seguido até hoje pelo jornalismo cultural no Brasil.

Segundo Ana Luisa Escorel, filha de Antonio Candido e responsável pela publicação da obra do pai entre 2006 e 2022, a passagem para uma nova editora completa o movimento virtuoso iniciado na Ouro sobre Azul. “Agora, sob os cuidados da Todavia, um público mais amplo poderá entrar em contato com essa obra fundamental da cultura brasileira.”

[16/05/2022 08:00:00]