A Camareira também é assunto de outro texto do Globo. O romance de Nita Prose é um dos quatro exemplos citados na reportagem que fala de um gênero emergente, “cozy mysteries”. Na tradução, mistérios aconchegantes. Este é o rótulo dado a livros de trama policial em que a violência explícita é contida ou totalmente descartada e os investigadores não são policiais nem detetives profissionais. Além de A Camareira, a matéria inclui O clube do crime das sextas-feiras (Intrínseca), de Richard Osman, Natureza morta (Arqueiro), de Louise Penny, e Mistério em Windsor (Record), de S.J. Bennet.
Na seção Opinião, a Folha traz o artigo “Os livros e a a lei”, assinado por Ângelo Xavier, presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), e Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Eles analisam a volta da discussão da PEC 110/2019 na comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A PEC da reforma tributária deixa em aberto a possibilidade de criação de alíquota de 12% de Contribuição sobre Bens e Serviços. A eventual taxação prejudicará o acesso à leitura.
Também na Folha, Mário de Andrade está no foco de uma matéria de Sergio Rodrigues, que analisa dois lançamentos inseridos nas comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna. O primeiro é Mário de Andrade por ele mesmo (Todavia), de Paulo Duarte, a reedição de um livro de 1971 que se tornou referencial para os estudos sobre o autor. Ele fala do Mário missivista e gestor cultural. O segundo, Inda bebo no copo dos outros (Autêntica) é uma coletânea recém-preparada de textos de Mário, como crítico e escritor, sobre a estética modernistas.
Para marcar o Dia Mundial do Livro, no sábado (23), o Estadão publica uma lista de obras essenciais que os leitores podem ler neste ano. As indicações incluem seis clássicos incontestáveis: Finnegans wake (Iluminuras), de James Joyce; O som e a fúria (Companhia das Letras), de William Faulkner; O retrato de Dorian Gray (Companhia das Letras), de Oscar Wilde; As ondas (Autêntica), de Virginia Woolf; O coração das trevas (Antofágica), de Joseph Conrad; Hiroshima, Meu Amor (Relicário, de Marguerite Duras. Entre as escolhas menos óbvias, quatro livros: Reinhardt Koselleck: uma latente filosofia do tempo (Edirora Unesp), com quatro ensaios do historiador Reinhardt Koselleck; Popol Vuh (Iluminuras), poema épico do povo mais-quiché; Pílulas azuis (Nemo), graphic novel de Frederik Peters sobre a aids; e Uma noite, Markovitch (Todavia), da jovem escritora israelense Ayelet Gundar-Goshen.
A revista Veja destaca o romance A filha única (Todavia), da autora mexicana Guadalupe Nettel, que explora um tema difícil e atual, o desconforto de muitas mulheres com a maternidade. Pesando méritos e falhas, o maior engenho da obra da escritora seja retratar os dilemas das mulheres em busca de autonomia completa para suas vidas