'A Feira de Frankfurt 2020 totalmente digital não nos satisfez', diz Jürgen Boos
PublishNews, Lorenzo Herrero, 19/07/2021
Em entrevista ao PN em Espanhol, diretor geral da Feira do Livro de Frankfurt e sua vice-presidente, Marifé Boix Garcia, falaram sobre os planos, expectativas e preocupações para o evento deste ano

Antonio Martín - cofundador do PN-Es – ao lado de Marifé Boix e Jürgen Boos
Antonio Martín - cofundador do PN-Es – ao lado de Marifé Boix e Jürgen Boos
Na última semana, o PublishNews em Espanhol entrevistou Jürgen Boos, diretor da Feira do Livro de Frankfurt, em sua recente visita a Madrid. O encontro aconteceu na última quarta-feira (14), após uma reunião com o novo ministro da Cultura e Esportes da Espanha, Miquel Iceta. Em 2022, o país será o homenageado pela Feira.

Jürgen estava acompanhado por Marifé Boix Garcia, vice-presidente de desenvolvimento de negócios no sul da Europa e América Latina da feira, e na conversa, ambos falaram sobre diversos assuntos relacionados ao evento deste ano. As preocupações com a pandemia, os programas que serão oferecidos pelo evento este ano, as medidas sanitárias que serão tomadas para quem comparecer presencialmente nesta edição, o que pensam sobre eventos 100% digitais e ainda suas visões sobre o futuro da indústria do livro fazem parte dessa entrevista.

Em primeiro lugar, Jürgen, como você está e como está a Feira do Livro de Frankfurt?

Jürgen Boos: Para nós, estes últimos 18 meses foram um duro golpe. Como foi também para todo o mundo editorial e para o mundo da cultura, com tantos espaços fechados, enfim... Foram meses muito difíceis e complexos. E não nos agradou ter realizado a feira do livro 100% virtual no ano passado, não ficamos satisfeitos com ela. Agora estou ansioso por este ano. Há duas semanas, voltei a viajar, a ver gente... Isso faz uma grande diferença depois de ficar tanto tempo trancado e só poder falar com as pessoas pela tela, o que é devastador, algo terrível.

Portanto, este é um momento muito especial. Havíamos planejado esta viagem há bastante tempo e eu estava prestes a me encontrar com o ministro da cultura espanhol. Mas foi muito bom conhecê-lo esta manhã, pois ele está muito animado com Frankfurt e é realmente uma "pessoa dos livros". Acho que na primeira palestra que ele fez, ele falou sobre a importância dos livros. O novo ministro começou seus trabalhos na segunda-feira. Eu até vi a pasta ministerial dele, ele me disse que quando você começa um novo trabalho como ministro eles dão para você.

E a feira? Como muitas pessoas sabem, após esses tempos difíceis, há menos pessoas trabalhando nisso. Portanto, como estão enfrentando essa nova situação?

Jürgen Boos: Como disse antes, foi um grande desafio. Tivemos que reestruturar toda a empresa. Tivemos muito apoio do governo alemão e do estado e não teríamos sobrevivido como instituição sem esse apoio. E agora é muito difícil porque é a mesma quantidade de trabalho, mas com menos pessoal. Na verdade, agora tem ainda mais trabalho, já que a gente tem que sincronizar tudo, por causa do formato híbrido. Então para a equipe é muito, muito difícil. Mas acho que nossos colegas estão muito animados com a feira do livro. Na verdade, trabalhar para a feira do livro é algo muito especial, uma experiência muito internacional sendo um encontro constante com editoras, autores... Então, todos estão muito, muito, muito engajados. Mas isso coloca muita pressão.

Certamente é um grande desafio. Você organiza muitas iniciativas e encontros como o Jovens Talentos, Livreiros Internacionais, Bolsas de Estudo... Vamos encontrar a mesma feira? Todas essas atividades e encontros vão ser organizados?

Jürgen Boos: Como disse antes, vai ser uma feira diferente, não pode ser de outra forma. No entanto, esperamos fisicamente pessoas de pelo menos 60 países diferentes. Mas, como você sabe, para alguns deles, principalmente nas últimas semanas, tem sido muito difícil viajar. Eu estava conversando com editores da Indonésia na semana passada e a Indonésia está realmente em uma situação muito ruim. Três dos jovens editores que conheço morreram nas últimas semanas, é uma coisa terrível. Mas esperamos ter uma feira internacional. Temos, como sabem, muitos stands da Espanha, de outras regiões do país e de toda a Europa. Todos vão participar. E países como a Indonésia estão planejando participar, mas outubro está há apenas dois meses de distância. Então teremos que ver se eles vão poder viajar, até os chineses estão planejando vir. Eles vão usar colegas chineses que estão na Europa para comparecer, para trabalhar no estande. Todos estão fazendo sua parte para tornar isso possível.

Talvez estejamos falando de uma feira menor, mais equilibrada, sem a presença esmagadora dos grandes grupos...

Jürgen Boos: Sim e não. Por exemplo, a Hachette não vai ter um espaço próprio, ela vai entrar no estande nacional francês, então eles estarão presentes mas não terão um estande próprio. Os presidentes de grandes grupos editoriais como Bonnier, Hotspring, Penguin Random House não estarão lá. Então a gente tem essa participação internacional, mas vai ser menor. Acabei de ler a notícia de que a Penguin Random House em Nova York vai abrir seus escritórios novamente em meados de setembro. Marcus Dohle acaba de anunciar. Portanto, se o escritório reabrir em meados de setembro, os novos funcionários não viajarão. Porém, os agentes vão viajar, eles estão muito comprometidos, então sim, vai ser uma feira menor, diferente e mais concentrada.

Temos que perguntar sobre as medidas sanitárias, como vão ser aplicadas na feira?

Marifé Boix: O que vamos fazer é ter espaços e elementos maiores. Dessa forma, se antes tínhamos três metros de corredor, agora teremos pelo menos seis.

Jürgen Boos: Estávamos trabalhando com a ciência das pequenas coisas. O tamanho de um pequeno estande era de quatro metros quadrados, agora, de graça, vamos oferecer mais quatro metros quadrados. Então, o pequeno estande terá oito metros quadrados. Trata-se de colocar as medidas necessárias, para poder manter certas distâncias.

Mas, esta é uma das perguntas que devemos fazer. Como isso vai ser alcançado? A feira tem uma grande concentração de gente, um fluxo constante de pessoas...

Jürgen Boos: Como no futebol… O governo recomendou que a Bundesliga comece com uma audiência e os estádios tenham uma capacidade de 20 mil a 25 mil pessoas. O espaço da feira é maior, então, obviamente, acho que devemos conseguir. E temos que ter em mente que estamos falando de setembro e outubro.

Marifé Boix: As autoridades disseram-nos que poderíamos mais uma vez admitir nos pavilhões o mesmo número de pessoas que havíamos previsto no ano passado.

Jürgen Boos: Sim, existem 30 mil pessoas ao mesmo tempo. E como as pessoas vêm e vão, eu digo a você, devemos ser capazes

Marifé Boix: Enviamos informações aos editores para que eles saibam qual é a distância, ou qual deve ser a distância entre as pessoas, um metro e meio, e o fizemos em referência aos espaços que colocamos à disposição eles. Em outras palavras, se você vir duas pessoas sentadas em uma pequena mesa, as outras pessoas terão que esperar do lado de fora. Enviamos esta informação gráfica aos nossos expositores para que decidam o tamanho que necessitarão em seus estandes e possamos ter tudo planejado.

Como você avalia a experiência do ano passado com uma feira digital?

Jürgen Boos: Como você sabe, cancelamos no último minuto. Passamos cerca de duas semanas antes que as autoridades federais colocassem muitas dificuldades e fôssemos obrigados a cancelar a feira presencial. Então foi uma experiência bem esquisita. Um dos principais locais da feira nesta fase foi a televisão alemã, que transmitiu tudo o que fizemos... Fizemos muitas conferências, transformamos quase todo o formato de Frankfurt em um evento matchmarking e muitas iniciativas B2B. E naquele momento, todos estavam curiosos. E nós testamos, foi um experimento. Agora, este ano, sabemos que as pessoas estão cansadas de sentar na frente de uma tela. No entanto, voltaremos a investir muito para melhorar as coisas digitais que testamos no ano passado, embora ainda sejam uma experiência. O governo nos apoia e nos dá dinheiro para investir em nossas atividades digitais. Mas todos estão ansiosos para um encontro pessoal. Isso é o que aprendemos no ano passado, não adianta ser só digital.

Mas vai sobrar alguma coisa dessa feira digital?

Jürgen Boos: Teremos um modelo B2B oferecendo essa comunicação digitalmente, assim como no espaço da feira. Também continuaremos a alcançar mais pessoas, as que não podem reservar sua participação poderão acompanhar algumas atividades pela televisão alemã e outros meios de comunicação. Então vamos aproveitar esse trabalho da nossa equipe com várias emissoras de TV na Europa, no set...

Marifé Boix: Uma das coisas que aprendemos no ano passado é que as pessoas preferem fazer o programa profissional em outro momento; nem tudo durante a feira. E é por isso que estamos programando a Conferência de Frankfurt para o dia 11, uma semana antes da feira e algumas outras conferências também.

Em conversas com pequenos livreiros e editoras latino-americanas, muitos deles valorizaram esta oferta digital porque assim puderam se aproximar pela primeira vez da Feira de Frankfurt.

Marifé Boix: Tivemos muitos registros da América Latina no ano passado por causa das possibilidades digitais e porque eram gratuitos. Então todos se inscreveram, acho que tivemos mais de 70 da Argentina e mais de 50 do México. Sei disso porque tenho conversado com eles, com os editores, com os organizadores dos estandes nacionais, e temos revisto esses números. Claro, isso não custou nada a eles, então essa participação também foi uma experiência. E neste ano, veremos se eles participam ou se inscrevem. E estamos conversando com eles, principalmente da Argentina e México, buscando a presença deles, pelo menos a de alguns dos editores... Embora ainda não saibamos se eles poderão vir. Se não puderem viajar, temos o compromisso dos consulados de Frankfurt de apoiar, mas claro que é diferente.

Mas então, a digitalização é uma oportunidade de crescimento...

Jürgen Boos: Se você olhar positivamente, é uma nova oportunidade, mas vai levar alguns anos para nos estabelecer. Vimos isso com Bologna e sua oferta digital que muitas pessoas experimentaram. Mas, no momento, o modelo não é perfeito e não é o que esperamos. Então isso vai ser incremental. Tudo é muito novo ainda, estamos aproveitando a experiência do ano passado e a deste ano. Acho que isso nos manterá ocupados nos próximos três a cinco anos. Para desenvolver um formato digital substancial, as pessoas realmente têm que querer usá-los. E, como sabemos, é o negócio certo, grandes editoras estão indo pelo mesmo caminho, agora é uma coisa de mão única. Temos a tendência de comprar direitos em inglês dos americanos, do Reino Unido... E muito poucos títulos da Europa ou de outros países estão sendo comprados. E talvez isso também mude se tivermos muitos jogadores menores participando, eles podem ser vendidos da Espanha à Itália, da Bulgária à Romênia. É mais fácil para muitas pessoas tentar vender direitos em um mundo digital. Então, talvez seja uma oportunidade.

Feira de Frankfurt em edição presencial
Feira de Frankfurt em edição presencial
Temos muitas dúvidas, algumas vamos deixar para quando nos encontrarmos em Frankfurt, mas fale um pouco sobre os principais pontos de interesse da feira. Há dois anos, na última feira onde todos nos reunimos, o áudio foi o grande protagonista...

Jürgen Boos: O áudio é muito importante. E mais do que o audiobook é o streaming, o download já passou e estamos vendo uma grande consolidação do streaming. Mas sim, o áudio voltará forte. Os editores tentam iniciar sua própria publicação de audiolivros e, por outro lado, vemos empresas de tecnologia se tornando editoras. Portanto, temos formatos de audiolivros e áudio em geral. É um ótimo tópico. Na verdade, nosso foco está em nosso lema: "Reconectar". Queremos este ano reunir as pessoas novamente. Estamos vendo como as pessoas estão vivendo fora de seus espaços habituais e não apenas devido a esses dois anos de pandemia. Precisamos obter novas ofertas no mercado, novas ideias. O tema que queremos discutir é: como queremos viver? Sim, essa é a chave, um dos três pilares da feira. Um é estritamente econômico, outro é cultural e, finalmente, político. E, na verdade, se você pensar em como combinar tudo isso, não sabemos o que vai acontecer a seguir. Mas precisamos ter ideias. E eu acho as pessoas também têm que dar ideias, nem tudo pode desaparecer. Não é uma palavra negativa que está diante de nós. Temos que pensar em como queremos viver no futuro. E acho que isso é algo que quero que falem em nossos palcos, nas coletivas de abertura. Se não for através dos autores, que os outros participantes nos deem ideias, respostas. De onde mais elas podem vir? De filmes, de música, da edição de livros?

Você diz que não tem a solução para a questão, mas tem um espaço para falar sobre ela.

Jürgen Boos: Bem, isso se tornará mais importante no futuro próximo, mas haverá um certo lapso entre olhar para o passado e projetar o futuro. Acho que estamos vendo mais livros focados em sociologia e filosofia. Acho que há um retorno a esse tipo de livro mais pensativo.

Tenho a sensação de que a indústria do livro dos últimos 20 anos continua a evoluir o tempo todo, como uma reconversão industrial. Mas quando uma grande indústria decide que temos que mudar, ela tem muitos planos. Mas acho que na indústria editorial não aconteceu… Estamos evoluindo rapidamente a cada dia. E agora, com o covid-19, temos a mesma sensação de que estamos evoluindo, que estamos em permanente desenvolvimento...

Jürgen Boos: Comecei a publicar há 40 anos e durante meu estágio em uma editora tive que digitar o conteúdo dos contratos, os contratos de licença, em uma máquina de escrever. E só depois de eu ter aprendido isso por mais de dois anos, tivemos que nos adaptar ao advento dos computadores. E só se passaram 40 anos. Antes tudo era manual, tudo mudou muito e cada vez mais rápido. Acho que algumas pessoas dizem que a indústria editorial às vezes é bastante conservadora, o que não é verdade. Tentamos de tudo desde muito cedo, principalmente pensar na publicação científica acadêmica, em que surgiram periódicos on-line há 20 anos. Então, acho que você está certo, completamente. Nossa indústria é totalmente experimental, está mudando muito. Vimos o crescimento da venda de livros e livrarias, de megalojas de quatro mil ou cinco mil metros quadrados. Agora gostamos de livrarias independentes, adoramos livrarias comunitárias. Essas mudanças não ocorrem apenas na indústria, mas também no varejo. Vimos a ascensão da Amazon e pensamos que a Amazon vai acabar com tudo e não acabou. Então sim, você está absolutamente certo, vivemos em constante evolução.

Sim, mas a indústria parece deslocada, desequilibrada, encontramos editoras fazendo tudo 100% digital e algumas que continuam a se agarrar àquela máquina de escrever de que você falava.

Jürgen Boos: Claro, mas isso também não é verdade. As pessoas podem dizer uma coisa e se comportar de maneira diferente. A publicação não está crescendo loucamente. Não é como a Amazon, que depois de 10 anos se torna uma das maiores empresas do mundo. Mas a publicação tem sido uma das indústrias mais estáveis durante séculos. Acho que contar histórias é a coisa mais resistente que já existiu. E nesse sentido, não importa como as histórias chegam até você, se em formato digital, se no papel... E agora com todas essas "coisas da Netflix", são todas baseadas em livros, em contar histórias.

Marifé Boix: Se olharmos para as livrarias, também de outros países, vemos que algumas delas realmente trabalharam muito nessa época do covid-19 no desenvolvimento de algo digital, porque as possibilidades digitais não haviam sido consideradas antes. E agora, no ano passado, quando estava tudo fechado, aquele era o momento, o último para realmente entender que eles também precisavam ter outro canal, um canal adicional. E que você pode vender para os mesmos clientes, porque você já tem sua comunidade e oferece a eles a possibilidade de comprar on-line e deixar seus livros na porta da livraria, pegá-los depois, levá-los para casa... Isso é uma grande vantagem.

Jürgen Boos: Poucos governos acordaram e perceberam que as livrarias fazem parte da cultura. Por exemplo, na Alemanha, apenas alguns estados mantinham suas livrarias abertas o tempo todo, como em Berlim. Mas, na verdade agora, tanto as livrarias quanto as editoras estão prontas. Você pode chamá-la de indústria cultural, mas a ênfase está na cultura, não na indústria. E alguns países tentam, não sei mais como explicar.

Marifé Boix: Mas as pessoas mesmo, acho que acordaram e começaram a fazer as coisas. E outra coisa, na Espanha os livreiros são bastante ativos em comparação com outros lugares, com a Associação dos Livreiros (Cegal). Eles começaram campanhas como a Todos os seus livros e outras atividades... Eles estão fazendo uma evolução maior do que as editoras em seus sistemas de impressão.

Jürgen Boos: Uma grande editora espanhola me disse no ano passado que fez algumas pesquisas nos primeiros dias de fechamento e que o número de leitores na faixa dos 15-18 anos têm crescido, o que é bastante interessante, porque na verdade esses são aqueles que não leem nada.

Encerramos com uma pergunta sobre a feira, quais são os benefícios para um editor ou agente de participar da feira em um ano como este?

Marifé Boix: Essa pergunta me dá a oportunidade de contar o que aprendemos no final do ano passado nos encontros que tivemos com diferentes grupos de editores, geralmente expositores de outros anos e participantes digitais no ano passado. Mais de 200 pessoas participaram desta conversa, editores menores, maiores, organizadores de estandes nacionais, gestores de direitos... E todos eles insistiram que as oportunidades digitais eram boas, mas porque não havia mais nada, mas eles queriam a reunião física novamente. E acho que este ano, para quem pode viajar, podemos imaginar que vai ser ótimo. Mesmo sendo uma feira menor, acho que será muito benéfica para as pessoas que puderem comparecer.

Jürgen Boos: Em eventos digitais você tem que estar muito focado, você tem outra pessoa na tela ou você tem 20 pessoas na tela. E na maioria das vezes você nem tem tempo de levantar a mão para participar, ou você perdeu a oportunidade. Não estou dizendo que participar pela tela seja ruim, melhor pela tela do que pelo telefone... Mas, por outro lado, o que desaparece nesses eventos digitais é a criatividade e o caos. E eu acho que no setor cultural, precisamos de muito caos para ter novas ideias. Tem que ser caótico. E é o que acontece no bar da madrugada do recinto das feiras de Frankfurt, entrar na fila e encontrar alguém que por acaso não via há anos.

Marifé Boix: Acho que as ferramentas digitais ajudam quando você já conhece essas pessoas. Se você conhece pessoas, é apenas o canal para vê-lo e conversar novamente. A gente já se conhece, já existe uma relação que foi construída fisicamente em outros momentos e aí está tudo bem. Mas se você começa a conhecer alguém nesse encontro virtual é diferente, é mais difícil e provavelmente também mais complexo abrir um negócio.

Jürgen Boos: No momento, estamos planejando bem nosso programa de bolsas para este ano, especialmente para jovens editores em todo o mundo. Eles precisam construir sua própria comunidade e você não pode começar com a experiência do ano passado.

Marifé Boix: Temos trabalhado no Programa de Bolsas de Estudo e no Invitation Programme e decidimos que as pessoas que elegemos no ano passado seriam convidadas este ano, fisicamente. E também temos um programa de tradução. E esperamos ter essas pessoas fisicamente em Frankfurt. Temos grandes desafios, as pessoas podem ser vacinadas ou não e são coisas que provavelmente vão mudar até outubro, mas temos que saber com quais vacinas estão protegidas, se são as autorizadas pela Europa, se podem entrar Europa... Então esses são os problemas, ainda não temos certeza de como eles vão se desenrolar até setembro ou outubro, mas o plano é tê-los fisicamente lá.

[19/07/2021 09:00:00]