Apanhadão: Morrem Lucinda Riley e Marco Maciel
PublishNews, Redação, 14/06/2021
E mais: Censura na Fundação Palmares deve excluir metade do seu acervo; o crescimento das maratonas e sprints literários; o prelo das editoras

A escritora Lucinda Riley, autora de As sete irmãs (Arqueiro), faleceu aos 55 anos, vítima de um câncer. Lucinda escreveu cinco livros nos últimos quatro anos, enquanto lutava contra a doença. Segundo o Estadão, além dos sete livros da série As sete irmãs, a autora também escreveu diversos outros livros ao longo da carreira e tem 15 títulos disponíveis nas livrarias brasileiras, como A rosa da meia-noite, A garota do penhasco e A carta secreta.

Quem também faleceu no último sábado (12) foi Marco Maciel, vice-presidente da República durante os oito anos de mandato de Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002). Autor de obras sobre a política brasileira contemporânea, Maciel foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2003 para integrar o chamado “grupamento dos expoentes”, formado por personalidades que não se destacam necessariamente por seus escritos. Desde 2014, Maciel sofria de Alzheimer. Segundo familiares, ele recuperou-se da covid-19 após período de internação em março, mas retornou ao hospital em decorrência de uma infecção. Morreu de falência de múltiplos órgãos.

A Folha noticiou que a Fundação Palmares faz cruzada ideológica e deve excluir metade do seu acervo. "Todas as obras que corrompem a missão cultural da Palmares serão excluídas nesta sexta-feira, 11. Um livramento!", anunciou Sergio Camargo, diretor da Palmares no Twitter. Além de Marx e Engels, autores expurgados vão de H. G. Wells a Marco Antonio Villa. A iniciativa de censura empreendida por Camargo e sua equipe também foi destaque no Globo.

Ainda sobre o assunto, a Folha publicou o artigo Censura na Palmares mostra o que ocorre ao se dar poder aos burros, do professor Wilson Gomes. “Os identitários da extrema direita, agora que chegaram ao poder, fazem devassas em acervos de bibliotecas para verificar se lá estão os autores e livros certos e para mandar ao degredo os errados”, diz ele no texto.

O Globo publicou uma matéria para explicar por que maratonas e sprints literários cresceram na quarentena. Leitores correm contra o tempo em desafios propostos por influenciadores e editoras. Especialistas temem que a quantificação se sobreponha à qualidade.

A coluna Painel das Letras deu destaque para a Ubu, que comemora seus cinco anos com uma tradução inédita da obra que inspirou o nome da editora, Ubu Rei, de Alfred Jarry. Daqui até o final do ano, a jovem editora prepara ainda uma coleção de discursos de Malcolm X traduzidos por Marilene Felinto, o livro Políticas da imagem, da pesquisadora Giselle Beiguelman, um infantil do compositor Arthur Nestrovski e uma obra sobre a Amazônia do arqueólogo Eduardo Góes Neves.

A coluna também informou outros lançamentos no prelo das editoras. A Moinhos prepara uma boa safra de obras portuguesas. Em julho, traz Manhã submersa, de Vergílio Ferreira e, mais para o fim do ano, lança um volume com os três primeiros livros do escritor Paulo José Miranda, Um prego no coração, Vício e Natureza morta. Em outubro, a HarperCollins vai lançar o próximo livro da americana Lisa Taddeo, Animal, que segue o sucesso de Três mulheres, de 2019. A LeYa comprou os direitos sobre o catálogo de Roberto Mangabeira Unger e, a partir do segundo semestre, começa a reeditar a obra do intelectual. A Faro Editorial adquiriu uma série de 14 livros infantis publicada originalmente pela prestigiosa editora francesa Gallimard.

Já a coluna da Babel informou que Felipe Franco Munhoz lança Lanternas ao Nirvana, pela Record, no 1º semestre de 2022. A coluna noticiou também que O tempo e o cão: a atualidade das depressões, obra da psicanalista Maria Rita Kehl acaba de ser lançada na Rússia pela Horizontal Publishers. Lançado originalmente em 2009 pela Boitempo, o livro foi o Livro do Ano do Jabuti, teve 25 mil exemplares vendidos e já tinha ganhado tradução para o espanhol e para o inglês. Na Rússia, a primeira tiragem se esgotou em um mês, segundo a coluna.

Desobedeça, o novo livro do empresário Mauricio Benvenutti lançado pela Editora Gente, chega ao mercado em formato acessível classificado pelo Estadão como inédito. O livro ganhou versão SL Book, ou Livro em Língua de Sinais, com texto, áudio e vídeo da interpretação em Libras na mesma página. O sistema foi criado pela startup Wise Hands.

Matéria da Reuters reproduzida pelo Estadão informa que Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Nobel, escreve livro sobre “revolução com um rosto de mulher”. Svetlana Aleksiévitch engrossou êxodo em massa de oponentes do presidente Lukashenko a partir de uma repressão que colocou milhares na prisão e provocou críticas em toda a Europa.

Matéria do The New York Times reproduzida pela Folha analisa que legado de Philip Roth pode ser manchado após polêmica em torno de sua biografia. Pesquisadores defendem que obra não deveria ser a última palavra sobre o autor, mas penam para ter acesso a seu acervo.

E após o lançamento do seu primeiro livro infantil, na última terça-feira, Meghan Markle realizou uma doação de duas mil cópias do exemplar para famílias, escolas e bibliotecas dos EUA. O anúncio foi feito por meio de comunicado no site da Fundação Archewell, criada por Meghan e o marido, o príncipe Harry, que gira em torno de ações sem fins lucrativos e empreendimentos de mídia criativa. Intitulado The Bench, a obra explora o vínculo entre pais e filhos visto pelos olhos de uma mãe. A notícia foi divulgada pelo Globo.

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[14/06/2021 10:20:00]