Isso, claro, afetou a economia mundial. Em seus picos, a pandemia derrubou comércios, prejudicou a indústria e paralisou setores inteiros do ramo de serviços. O Brasil perdeu 4,1% do seu PIB em 2020. E o mercado de livros não ficou imune a todas essas intempéries. Entre março e abril de 2020, a Nielsen, que tem uma ferramenta que acompanha o varejo de livros no Brasil, apontou queda de 47,6% no faturamento apurado com a venda de livros em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento monitorados pelo instituto de pesquisa.
Nesse cenário tenebroso, um time de profissionais que atuam em editoras, distribuidoras e livrarias se movimentou na tentativa de minorar essas perdas. Esses profissionais são festejados no Prêmio PublishNews, cuja cerimônia de entrega dos troféus acontecerá virtualmente no próximo dia 12, às 19h.
Além de dar reconhecimento às equipes por trás dos campeões de vendas na Lista dos Mais Vendidos do PublishNews, o Prêmio busca uma pessoa que tenha se destacado e dá a ela o título de Profissional de Vendas e de Marketing do Ano.
Cinco profissionais concorrem em 2020: Eduardo Krause (Dublinense), Marcelo Levy (Todavia), Neyde Côrtes (Sextante), Priscila Ceconelo Silva (Citadel) e Wendel Isler (Catavento). Os cinco foram selecionados pela equipe do PublishNews entre os inscritos ao Prêmio e agora serão colocados à prova. Receberão votos de representantes de livrarias que compõem a Lista dos Mais Vendidos do PN e também de suas torcidas. Nessa disputa, o voto dos livreiros tem peso dois e os votos populares, peso um (cada votante só pode dar um único voto). O vencedor será aquele que obtiver maior pontuação somada.
O Prêmio PublishNews tem patrocínio da Amazon e da MVB/Metabooks e apoio da Câmara Brasileira do Livro (CBL).
Confira abaixo um perfil de cada um dos finalistas (em ordem alfabética):
O cara do marketingO gaúcho Eduardo Krause começou a trabalhar na Dublinense em fevereiro de 2020, pouco antes da chegada da pandemia ao Brasil. Lá, ficou conhecido como “o cara do marketing”. Quem endossou a sua candidatura foi Gustavo Faraon, sócio da Dublinense. “O Eduardo cumpre a função de umas 38 pessoas em editoras de porte pequeno e de umas 154 em uma editora de grande porte”, disse o chefe. Na Dublinense, Eduardo é responsável pelas redes sociais, pela produção de conteúdo, pelas ações de vendas pelo site da editora, assume ainda “as tretas logísticas” com os compradores do site e o contato direto com as livrarias quando o assunto é divulgação, e ainda é pra ele que ficou a missão de lidar com a imprensa. Na tentativa de driblar os entraves impostos pela pandemia, Eduardo criou um alterego, o Estagiário Tecelão de Stories, personagem que posta sobre os livros do catálogo e interage com o público. Como resultado, desde a sua chegada, houve um aumento “explosivo” de seguidores nas redes sociais da Dublinense; as vendas pelo próprio site da editora dobrou em relação ao ano anterior e solidificou a marca junto ao público leitor, com a formação de “superfãs” chamados de Dublimores. A candidatura foi ainda endossada pelos escritores Cristina Judar e Davi Boaventura; pela livreira Camila Tuafer (Do Arco da Velha); pelos influenciadores Nathan Matos (LiteraturaBr e também editor da Moinhos) e Mario Felix; pelo crítico literário Jonatan Silva (Rascunho, Cândido e Escotilha) e pela “dublimore” Evelyn Sartori.
Atrás de um grande livro, sempre tem um diretor comercialTorto arado entrará para a história literária nacional como um dos livros mais festejados ao longo de 2020. Por esse trabalho, Itamar Vieira Jr. arrebanhou os prêmios Jabuti e Oceanos, e conquistou uma legião de leitores. O resultado comercial dessa construção feita em 2020 veio em 2021: o livro lidera a categoria Ficção da Lista Anual Parcial de 2021. Essa foi a premissa para a indicação de Marcelo Levy, diretor comercial da Todavia, ao Prêmio PublishNews. Quem o indicou foi Orlando Prado, da Quincas Consultoria e recém-contratado pela B2W como gerente de produtos. “Os resultados em vendas alcançados para um livro de ficção, de um escritor brasileiro e negro é passível de uma grande celebração”, defendeu Orlando, que foi além ressaltando o feito da Todavia de equilibrar a distribuição entre os grandes, médios e pequenos pontos de venda. “Sem a visão estratégica, aliada ao conhecimento de mercado que o Marcelo Levy possui, provavelmente não teríamos visto o Torto arado presente e em destaque em tão variados pontos de venda”, completou dizendo ainda que Levy coordena uma equipe cheia de acertos, que vão além do sucesso de Torto arado.
A mulher que representa a Editora do AnoEm 2020, o Prêmio PublishNews chega a sua quinta edição. Por quatro anos seguidos, a Sextante levou o troféu de Editora do Ano, por encabeçar o Ranking Geral das Editoras na Lista dos Mais Vendidos do PN nos anos de 2020, 2019, 2018 e 2017. Uma pessoa fez parte dessa história e concorre agora a Profissional de Marketing e de Vendas do Ano: Neyde Côrtes. Quem assina a sua indicação foi Marcos Pereira, sócio da Sextante. Na sua defesa, Marcos lembra que Neyde começou a sua carreira como assistente comercial ainda na Salamandra – editora fundada pelos Pereira em 1980 – e fez parte do primeiro time da Sextante, fundada em 1998. Entre 2002 e 2011, Neyde trabalhou na editora com Corina Campos e Ivo Camargo, que também tiveram passagens pela empresa. Nessa altura, os irmãos Pereira já tinham comprado parte da Intrínseca, com quem a Sextante divide o seu departamento comercial. Trazendo para o presente, Marcos ressalta: “Os desafios de 2020 foram imensos, e Neyde liderou uma equipe de 60 pessoas na manutenção do atendimentos às livrarias e os sites. Ela é reconhecida no mercado por sua seriedade e conhecimento das empresas."
A mulher que representa o Livro do AnoA quarta finalista é Priscila Ceconelo Silva, responsável pela área de vendas da Citadel, editora que publicou Mais esperto que o diabo, que encabeça o Ranking Geral de 2020 e, por isso, receberá o troféu de Livro do Ano no próximo dia 12. Quem assina a sua candidatura é André Fonseca, editor da Citadel. “Em 2020, o crescimento do faturamento da editora foi exponencial. Mesmo com toda a crise do mercado, Priscila caminhou a passos largos na contramão do movimento das outras editoras e conseguiu alavancar de maneira extraordinária a colocação e distribuição dos livros da editora”, disse Fonseca na inscrição. Além disso, André ressalta que a finalista reestruturou todo o departamento logístico da Citadel, refez toda a distribuição para garantir entregas rápidas, sem erros e padronizadas para todos os clientes, independentemente da região do país em que estivessem localizados e ainda desenvolveu e reposicionou os metadados da editora para melhor posicionamento nos e-commerces, o que acarretou no recebimento do prêmio de Editora Revelação pela Amazon do Brasil após alcançar 96% de aproveitamento neste quesito. Além de Fonseca, o escritor Clóvis de Barros Filho e o presidente da Mastermind Brasil, Jamil Albuquerque, enviaram depoimentos sobre a finalista.
O único distribuidorDe acordo com dados da última Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, as distribuidoras são o segundo canal de vendas de livros no Brasil. Apesar da boa posição, é um setor que vem perdendo forças. Em 2018, elas respondiam por 29,5% do faturamento das editoras. No seguinte, caiu para 22,9%. Essa é uma das razões para que “reinvenção” seja uma palavra de ordem entre os distribuidores brasileiros. Na Catavento, o cara responsável por reinventar o negócio fundado em 1968 é Wendel Isler, indicado ao Prêmio por Corina Campos, vencedora do ano passado, e Julio Cesar, sócio da Catavento. Em sua indicação, Corina aponta que o trabalho de Wendel colocou a Catavento como “uma das distribuidoras com maior engajamento no mercado editorial brasileiro”. Ele entrou para a Catavento em 2017 e desde então, vem colecionando feitos: criou uma plataforma de e-commerce B2B, reestruturou a equipe de vendas e melhorou os indicadores de desempenho. “Em um ano de casa, o departamento de livrarias se recuperou e passou a bater números históricos”, disse Julio na sua defesa. Em 2020, diante dos desafios impostos pela pandemia, Wendel lançou o programa de afiliados da Bom de Livros, para ajudar livrarias a criarem seus próprios e-commerces e buscou soluções de créditos para pequenos livreiros. Liderou ainda o programa de formação e capacitação de livreiros e assumiu o departamento de e-commerce, hoje a principal fonte de receitas da Catavento.
O Prêmio PublishNews tem o apoio da Câmara Brasileira do Livro.
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