O aumento da procura por livros de fantasia durante a pandemia foi tema de uma matéria no Globo. Confinados, jovens leitores maratonam sagas de autores como Rick Riordan e Sarah J. Maas atrás de escapismo. Segundo dados da Nielsen, o segmento de fantasia foi o que mais cresceu no mercado editorial, com 61% de aumento no volume de vendas desde março de 2020. Antes mesmo da pesquisa, as editoras já haviam percebido uma turbinada em vários títulos. Pesquisas internas feitas por algumas delas indicam que as obras de fantasia estão sendo mais consumidas por adolescentes e os chamados jovens adultos (até 25 anos).
Matéria do The New York Times reproduzida pela Folha comenta sobre Amanda Gorman, a poeta da posse de Biden, que acendeu os debates sobre o lugar de fala entre tradutores. O meio literário se divide diante de pressão para contratar negros para verter obra de jovem negra. Na Holanda, Marieke Lucas Rijneveld abandonou o projeto e em março, debate se reacendeu depois que Victor Obiols, outro tradutor branco, foi dispensado pela editora espanhola Universe. Figuras literárias e colunistas de jornais de toda a Europa estão discutindo há semanas sobre se essas decisões significam transformar o poema de Gorman na mais recente causa de conflagração nos debates sobre política de identidade que varrem o continente. A discussão pôs em destaque o mundo em geral obscuro da tradução literária e sua falta de diversidade racial. O debate também foi noticiado pelo Globo.
O Blog Comunidade Plural noticiou que depois de 31 anos, a Itiban Comic Shop, livraria referência em quadrinhos, corre o risco de fechar suas portas. A falta de estratégia em relação ao abre e fecha, por parte da prefeitura e também do governo federal, a ausência de contrapartida financeira para os empresários da cultura, a impossibilidade de festas de lançamento, que movimentavam a loja quase todo fim de semana, e também a ausência de engajamento do leitor – que às vezes prefere comprar virtualmente de gigantes como a Amazon – são alguns dos motivos.
O colunista João Bernardo Caldeira, da Avant Première, veiculada pelo Valor, informou que a Rede Leitura irá abrir 14 novas lojas neste ano, no Rio, em São Paulo, Uberlândia e Porto Alegre. Hoje, são 82 filiais. Ainda de acordo com o colunista, o mercado editorial segue em alta. O segundo Painel do Varejo de Livros registrou expansão de 18% em volume e 6% em faturamento em fevereiro. As obras de ficção aumentaram 34% em receitas, com acréscimo de mais de 600 mil exemplares.
O Valor também repercutiu a história da Amazon pressionar editoras por mais descontos. No mês passado, a varejista enviou uma proposta de acordo para dezenas de editoras do país, na qual procurou ampliar sua margem de lucro. O texto comemorava os resultados de 2020 e a abertura de quatro novos centros de distribuição, agora oito no total, capazes de fornecer entregas para 600 cidades no prazo máximo de até dois dias. A matéria traz ainda a repercussão do pedido entre as editoras.
O Globo avalia que a paralisia do governo federal trava quase R$ 500 milhões para a cultura. Mais de 430 projetos com patrocínio garantido estão à espera de homologação pela Secretaria Especial da Cultura. No primeiro trimestre do ano, o valor captado e executado por iniciativas enquadradas na Lei Rouanet, como a modalidade ficou conhecida, ficou em R$ 58 milhões — quase a metade dos R$ 107 milhões no mesmo período do ano passado.
O senado aprovou a retomada do auxílio para profissionais do setor cultural via Lei Aldir Blanc. Segundo O Globo, a proposta prevê utilização de recursos reservados para a Lei Aldir Blanc, de fomento à cultura. O texto segue para votação na Câmara dos Deputados e a medida permite que estados e municípios utilizem, até o fim do ano, recursos reservados para cumprir a lei, mas que, na prática, estão parados.
As netas da escritora Carolina Maria de Jesus dizem viver Quarto de Despejo 2. Segundo matéria da Folha, filhas de herdeiro da escritora, José Carlos de Jesus, morto em 2016 enfrentam dificuldades e brigam por direitos sobre espólio. “A gente deixa atrasar duas, três, cinco contas e vai dando prioridade para o alimento para as menina", conta Liliam, de 48 anos, uma das netas de Carolina Maria. Para reivindicar seus lugares como descendentes de Carolina, elas criaram ainda um perfil no Instagram — @netascarolinadejesus— em que falam sobre a avó e narram sua situação e a dificuldade na relação com a tia Vera Eunice, além de contestarem o fato de não serem consultadas para assuntos relacionados à avó.
A coluna Painel das Letras, informou que dois livros de autores brasileiros publicados nos EUA pela Scholastic dividem o prêmio de literatura jovem traduzida da Global Literature in Libraries Initiative. Quinze dias, de Vitor Martins, e o livro Você tem a vida inteira, de Lucas Rocha, publicados aqui pela Alt e Galera, respectivamente, foram traduzidos por Larissa Helena.
Ainda na coluna, a notícia de que a Bazar do Tempo adquiriu os direitos de Economia Feminista, livro de 2020 da economista francesa Hélène Périvier no qual ela evidencia como a área é pautada por conceitos pensados por homens para estar a serviço de uma sociedade por eles dirigida.
Ancelmo Gois, d’O Globo, informa que a Globo Livros lança livro LGBTQIA+ na Rússia. A obra Quinze dias, de Vitor Martins, será editado no país de Putin. E Lauro Jardim contou que Adriana Falcão está preparando um novo romance. Correnteza (Ventania Editorial) conta a história de quatro mulheres da mesma família, mas de diferentes gerações. O livro tem previsão de lançamento no primeiro semestre e é o primeiro trabalho da roteirista da TV Globo com Pascoal Soto, que passa a atuar como seu agente literário.
A Folha fez uma análise sobre a obra de Contardo Calligaris, que faleceu na última semana. Autor de 13 livros, ele cobriu de tudo, de A até quase Z. O pensamento do psicanalista e escritor reverberou nas colunas de jornal, na ficção, no teatro e na televisão.