
Como é de praxe, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitou esclarecimentos à varejista. Em resposta, a Saraiva disse que o pedido se origina de protestos de títulos procedidos pela Culturama. Disse ainda que, tendo por base as informações que obteve na petição inicial apresentada pela editora, poderá arcar com o pagamento da demanda sem que isso afete a solvência da empresa.
Fabio Hoffmann, diretor da Culturama, disse ao PublishNews que reiteradas vezes tentou contato com a Saraiva, sem sucesso. "Nunca tivemos um canal de comunicação aberto e de fácil acesso, tampouco recebemos um posicionamento claro sobre os pagamentos. Por conta disso, decidimos buscar uma solução na Justiça", informou. "Devido à situação em que se encontra, a Saraiva poderia atender melhor os fornecedores, definir prazos de pagamento e cumpri-los. Entendemos a questão da pandemia e até outros problemas que aconteceram. Tivemos casos semelhantes aqui na empresa, porém todos entraram em contato, fizeram acordos e negociaram os pagamento, o que, infelizmente, não ocorreu por parte da Saraiva", completou.
A Saraiva está em recuperação judicial desde 2018. Em abril 2020, foi à Justiça pedir para alterar o seu plano de recuperação judicial aprovado pelos credores em agosto de 2019. A proposta é dividir a sua operação em três unidades produtivas isoladas (UPI) -- uma somente com lojas físicas, outra que contém o e-commerce e uma terceira mista, que reuniria um conjunto de lojas físicas mais a virtual -- e vender uma delas com o objetivo de saldar dívidas e gerar caixa. A primeira assembleia de credores para aprovar esse novo plano foi convocada para 1º setembro de 2020, mas não teve quórum. Uma segunda chamada foi realizada no dia 9 do mesmo mês, mas foi suspensa três vezes. Agora a nova data para que os credores possam apreciar e aprovar ou não o plano está marcada para o próximo dia 26.
O PN também procurou a Saraiva, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.