Os candidatos a prefeito de SP, o livro, a leitura e as bibliotecas
PublishNews, Leonardo Neto, 12/11/2020
Última matéria da série PN nas Eleições reúne as propostas envolvendo o livro, a leitura e as bibliotecas dos quatro primeiros colocados em pesquisa de intenção de votos

A Biblioteca Mário de Andrade é um dos cartões postais da capital paulista | © Divulgação
A Biblioteca Mário de Andrade é um dos cartões postais da capital paulista | © Divulgação
São Paulo é a última cidade da série PN nas Eleições. O objetivo da série é mapear, nos planos de governo dos quatro candidatos mais bem-colocados em pesquisas de intenção de votos, propostas relativas ao universo do livro, leitura e bibliotecas. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre foram as outras cidades escolhidas pela nossa redação. As quatro cidades concentram boa parte da produção editorial no Brasil.

Na capital paulista, foram considerados os quatro primeiros colocados na pesquisa Datafolha do último dia 06.

O atual prefeito Bruno Covas (PSDB) é o líder da pesquisa. No seu plano de governo, o candidato promete “colocar a economia criativa no centro político de desenvolvimento da cidade”. No entanto, ao elencar os “eixos estratégicos”, deixa o livro de fora e cita: o esporte, o turismo, a moda, o design, a inovação e a indústria de games. Além disso, o candidato diz que vai investir na revitalização de bibliotecas com o objetivo de levar mais saber, lazer e entretenimento às regiões mais periféricas. Indo um pouco além do plano de governo, o candidato assumiu um compromisso público ao subscrever a carta elaborada pelas entidades do livro (Abrelivros, CBL e SNEL) e endereçada aos candidatos a prefeito das cidades brasileiras. O documento elenca cinco compromissos: (1) a ampliação e melhoria da rede de bibliotecas municipais e escolares; (2) a formação de mediadores de leitura; (3) o apoio a eventos literários; (4) a criação de políticas de incentivo à abertura e manutenção de livrarias e (5) a implantação de planos municipais do livro e da leitura. De acordo com a CBL, até o momento, Covas foi o único candidato à prefeitura paulistana a assumir um compromisso com a agenda.

Celso Russomano (Republicanos), candidato que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não traz nenhuma proposta relacionada aos temas procurados no seu plano de governo.

O capítulo dedicado à Cultura no programa de governo de Guilherme Boulos (PSOL) traz uma seção dedicada às “Políticas de Leitura e Bibliotecas Públicas Municipais”. Ali, o candidato promete “fazer valer na prática os princípios contidos no Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB) de São Paulo”. Diz ainda que vai ampliar a rede de bibliotecas, incluindo as bibliotecas móveis, em áreas como parques, centros culturais, casas de cultura, clubes desportivos municipais, conjuntos habitacionais, áreas de subprefeituras e terrenos municipais ociosos. A proposta fala ainda em criar horários alternativos de funcionamento das bibliotecas de acesso público, realizar programas de leitura que incentivem uma formação reflexiva e cidadã e ainda levar ao público programações culturais como cursos, palestras e debates. O candidato propõe também definir quadro mínimo de funcionários em cada biblioteca, conforme seu respectivo porte e reativar a Rede de Leitura. Na área de Educação, o candidato promete que todas as escolas públicas paulistanas terão salas de leitura e biblioteca.

O plano de governo de Marcio França (PSB) traz até uma foto da Livraria Cultura abrindo o capítulo “Economia, Microcrédito, Administração e Planejamento”, mas é na área de Cultura que ele faz uma referência às livrarias. Ali, ele propõe a criação de um projeto chamado Sampa 24h, “conjunto de calçadões na região central, que serão utilizados como ponto de atração turística e cultural da Cidade de São Paulo”. No coração do Sampa 24h, o candidato propõe a criação da “Casa de Cultura”, um complexo comercial 24 horas que reunirá, entre outros estabelecimentos, livrarias, galerias de arte, teatros, cinemas e escolas de dança. O candidato faz também referência às bibliotecas. Não na área da Educação ou da Cultura, mas na da “Prevenção e Segurança Urbana”. Marcio França propõe diminuir a violência na cidade por meio da presença de mais “olhos nas ruas” e programas culturais, esportivos e educacionais. E as bibliotecas entrariam nesta estratégia.

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[12/11/2020 10:20:00]