
Na capital paulista, foram considerados os quatro primeiros colocados na pesquisa Datafolha do último dia 06.
O atual prefeito Bruno Covas (PSDB) é o líder da pesquisa. No seu plano de governo, o candidato promete “colocar a economia criativa no centro político de desenvolvimento da cidade”. No entanto, ao elencar os “eixos estratégicos”, deixa o livro de fora e cita: o esporte, o turismo, a moda, o design, a inovação e a indústria de games. Além disso, o candidato diz que vai investir na revitalização de bibliotecas com o objetivo de levar mais saber, lazer e entretenimento às regiões mais periféricas. Indo um pouco além do plano de governo, o candidato assumiu um compromisso público ao subscrever a carta elaborada pelas entidades do livro (Abrelivros, CBL e SNEL) e endereçada aos candidatos a prefeito das cidades brasileiras. O documento elenca cinco compromissos: (1) a ampliação e melhoria da rede de bibliotecas municipais e escolares; (2) a formação de mediadores de leitura; (3) o apoio a eventos literários; (4) a criação de políticas de incentivo à abertura e manutenção de livrarias e (5) a implantação de planos municipais do livro e da leitura. De acordo com a CBL, até o momento, Covas foi o único candidato à prefeitura paulistana a assumir um compromisso com a agenda.
Celso Russomano (Republicanos), candidato que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não traz nenhuma proposta relacionada aos temas procurados no seu plano de governo.
O capítulo dedicado à Cultura no programa de governo de Guilherme Boulos (PSOL) traz uma seção dedicada às “Políticas de Leitura e Bibliotecas Públicas Municipais”. Ali, o candidato promete “fazer valer na prática os princípios contidos no Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PMLLLB) de São Paulo”. Diz ainda que vai ampliar a rede de bibliotecas, incluindo as bibliotecas móveis, em áreas como parques, centros culturais, casas de cultura, clubes desportivos municipais, conjuntos habitacionais, áreas de subprefeituras e terrenos municipais ociosos. A proposta fala ainda em criar horários alternativos de funcionamento das bibliotecas de acesso público, realizar programas de leitura que incentivem uma formação reflexiva e cidadã e ainda levar ao público programações culturais como cursos, palestras e debates. O candidato propõe também definir quadro mínimo de funcionários em cada biblioteca, conforme seu respectivo porte e reativar a Rede de Leitura. Na área de Educação, o candidato promete que todas as escolas públicas paulistanas terão salas de leitura e biblioteca.
O plano de governo de Marcio França (PSB) traz até uma foto da Livraria Cultura abrindo o capítulo “Economia, Microcrédito, Administração e Planejamento”, mas é na área de Cultura que ele faz uma referência às livrarias. Ali, ele propõe a criação de um projeto chamado Sampa 24h, “conjunto de calçadões na região central, que serão utilizados como ponto de atração turística e cultural da Cidade de São Paulo”. No coração do Sampa 24h, o candidato propõe a criação da “Casa de Cultura”, um complexo comercial 24 horas que reunirá, entre outros estabelecimentos, livrarias, galerias de arte, teatros, cinemas e escolas de dança. O candidato faz também referência às bibliotecas. Não na área da Educação ou da Cultura, mas na da “Prevenção e Segurança Urbana”. Marcio França propõe diminuir a violência na cidade por meio da presença de mais “olhos nas ruas” e programas culturais, esportivos e educacionais. E as bibliotecas entrariam nesta estratégia.
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