Escritores de língua portuguesa se unem contra o racismo, a xenofobia e o populismo
PublishNews, Redação, 21/08/2020
Carta aberta assinada por nomes como Luís Fernando Veríssimo, Maria Valéria Rezende, Valter Hugo Mãe e Mia Couto é uma resposta aos recentes ataques racistas que aconteceram em Portugal

Escritores de língua portuguesa escreveram uma carta aberta se posicionando contrários ao racismo, à xenofobia e ao populismo e em defesa de uma cultura e de uma sociedade livres, plurais e inclusivas. Nas últimas semanas, Portugal vem enfrentando diversos ataques que preocupam a população. Imigrantes africanos sofreram ataques racistas, deputadas e ativistas foram ameaçadas de morte e uma parada Ku Klux Klan aconteceu na sede da SOS Racismo. A carta aberta – assinada por nomes como José Luís Peixoto, Julián Fuks, Juca Kfouri, Leonardo Tonus, Luís Fernando Veríssimo, Luiz Ruffato, Maria Valéria Rezende, Mary del Priore, Mia Couto, Milton Hatoum, Isabela Figueiredo, Itamar Vieira Júnior, Noemi Jaffe, Nara Vidal, Nélida Piñon e Valter Hugo Mãe – exige compromissos políticos que detenham a escalada do populismo, da violência, da xenofobia, considerados pelos autores, “reflexos primitivos, retrógrados, obscurantistas, destrutivos e abjetos”. Em um esforço conjunto, os participantes do texto assumem o compromisso de “jamais participarmos em eventos, conferências e/ou festivais conotados – seja de que maneira for – com ideias que colidam com os princípios da tolerância e da dignidade humana”. E ainda fazem um apelo: “se distanciem de projetos e movimentos antidemocráticos e ajudem na consciencialização das novas gerações para a urgência dos valores humanistas e para os riscos das extremas-direitas. [...] Na certeza de que, como sempre nos mostrou a História, quem adormece em democracia acorda em ditadura”. O documento foi replicado na íntegra pela Fundação José Saramago e pode ser lido clicando aqui.

[21/08/2020 10:00:00]