Apanhadão: Flip não irá mais homenagear Elizabeth Bishop
PublishNews, Redação, 17/08/2020
E mais: Candidaturas coletivas se multiplicam na disputa das eleições municipais; morre Mercedes Barcha​, viúva de García Márquez; bancada evangélica luta pela isenção de impostos por livros e o prelo das editoras

Após a jornalista e editora Fernanda Diamant anunciar que não será mais a curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), O Globo noticiou na última sexta (14), que a poeta Elizabeth Bishop não será mais a homenageada da próxima edição. "Com a saída da curadora convidada, a homenagem a Elizabeth Bishop, parte do Programa Principal da Flip, é encerrada com o Ciclo da Autora Homenageada, realizado em parceria com o Sesc", disse em nota Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip. A nova curadoria, ainda não divulgada pela Flip, vai nomear um outro autor a ser homenageado.

O valor da Bíblia fez a bancada evangélica lutar por isenção de impostos por livros. Em suas várias versões, a Bíblia continua sendo um dos livros mais vendidos do país ano após ano, sem contar outras obras religiosas. Segundo Lauro Jardim, contas preliminares das editoras mostram que, se a taxação proposta por Paulo Guedes vingar, o preço de capa dos livros subiria cerca de 15%.

"Tributar livro é tudo menos liberal", criticou dono da Editora Intrínseca, Jorge Oakim em entrevista ao jornal O Globo. “É uma decisão incompreensível. Todo país do mundo incentiva a leitura, e é estranho estar em um lugar onde se faz o contrário”, acrescentou o editor. Na matéria, Oakim revelou ainda que devido ao livro Sol da meia-noite, de Stephenie Meyer, novo capítulo da saga Crepúsculo, aguardado há 12 anos, a Intrínseca prevê encerrar o ano da pandemia com crescimento de 10% nas receitas.

As candidaturas coletivas estão se multiplicando para a disputa das eleições municipais de novembro. Segundo O Globo, pelo menos sete coletivos estão formados em quatro estados e vários outros devem ser organizados nas próximas semanas. Para a Câmara de Vereadores do Rio, estão na disputa, por exemplo, a Bancada do Livro (Cidadania) e a Coletivas (Rede). A Bancada do Livro tem como prioridade fomentar educação e cultura. “A gente entende que livro, educação e cultura são importantes na transformação da sociedade”, explica Bianca Lessa, que coordena a pré-campanha da Bancada.

Faleceu no sábado (15), ais 87 anos, Mercedes Barcha, viúva do escritor Gabriel Garcia Márquez. Barcha e García Márquez se casaram em 1958 e ela é creditada por tornar possível Cem Anos de Solidão (1967), o melhor trabalho do escritor.

Segundo matéria do La Nación reproduzida no Globo, María Kodama, viúva de Jorge Luis Borges criticou o novo livro sobre argentino: "Escatológico. Horrível". Em Borges and me, o americano Jay Parini mostra o escritor bebendo cerveja e fazendo amizade com dona de pensão escocesa. O selo Emecé, que pertence ao Grupo Editorial Planeta, estima o lançamento do livro de Parini para março ou abril de 2021. Kodama ameaça "agir de alguma maneira", caso a obra seja publicada.

Na coluna da Babel, o prelo das editoras. A Sextante lança, no mês que vem, Mudança climática: Os fatos como você nunca viu antes, dos estudantes universitários alemães David Nelles e Christian Serrer. Sai pela José Olympio, em setembro, uma nova edição de O homem invísível, clássico de Ralph Ellison publicado originalmente em 1952. E a Arqueiro lança Quatro amores na Escócia em setembro, livro que reúne contos de quatro importantes autoras de romances de época: Julia Quinn, Christina Dodd, Karen Ranney e Stephanie Laurens.

O Painel das Letras completa. João Cabral de Ponta a Ponta (Cepe Editora), chega às lojas ainda este mês; a Tordesilhas prepara uma biografia de George Orwell para o mês que vem: Orwell: Um homem do nosso tempo; Michel Laub deve lançar antes do fim do ano seu próximo romance, Solução de dois estados, pela Companhia das Letras; e a Edições Jabuticaba planeja, ainda para este ano, o lançamento de Cidadã, de Claudia Rankine.

Aberta por livreiro expulso de Hong Kong, livraria em Taiwan vira polo de resistência à China. A Causeway Bay Books atrai leitores de livros proibidos no continente, como biografias de autoridades comunistas e 1984, de George Orwell, informou matéria do New York Times reproduzida no Globo. “Precisamos lutar para proteger nossa liberdade e nosso futuro”, acredita Ju Lee-wen, advogada que apoia a livraria.

[17/08/2020 10:40:00]