Nascido em Santos, filho de judeus migrados da Bressarábia, Raul se forma em engenharia, mas começa a sua carreira na publicidade. Na década de 1960, torna-se sócio de uma gráfica especializada na impressão de boletins informativos produzidos por empresas. Ali dava início à Summus.
O primeiro livro de sucesso foi A prática do Super 8, um manual prático para quem queria aprender a operar uma Super 8, filmadora da época. A ideia veio depois que Raul comprou uma e percebeu que não havia no mercado bibliografia a respeito da máquina.
Ao longo de 46 anos, o catálogo da Summus se diversificou nos selos Ágora, comprado em 1984; Edições GLS, pioneira na publicação de livros de questões LGBTQIA+; Selo Negro, criado em 1999 para publicar livros de temática da cultura africana e afro-brasileira; MG Editores, fundada originalmente por Flávio Gikovate; Plexus, adquirida pela Summus em 2000, e Mescla, dedicado à publicação de livros sobre cidadania.
A morte de Wassermann foi repercutida entre amigos e colegas. A CBL emitiu nota ressaltando que Raul foi “um profissional do livro e um leitor de uma visão multidisciplinar e à frente do seu tempo. Como presidente da Câmara Brasileiro do Livro por duas gestões, entre 1999 e 2003, conduziu importantes projetos como o Circuito Paulista do Livro, parceira com a Imprensa Oficial do estado de São Paulo, e trouxe novos olhares e propostas para a Bienal Internacional do Livro de São Paulo”.
O editor, livreiro e gráfico João Scortecci declarou: “Perdemos um amigo, um companheiro fiel e lúcido, de relevância ímpar no mundo do livro. Lamentamos!”.
Felipe Lindoso, amigo de Raul, destacou o trabalho do editor à frente da Associação Brasileira de Direito Reprográfico (ABDR), entidade dedicada a defender os direitos de autores e editoras contra a cópia não autorizada e outras iniciativas como o circuito paulista de livros e os trabalhos importantes realizados na Summus. Lindoso também escreveu sobre a trajetória do amigo em seu blog.
Outro amigo próximo de Wassermann, Ivo Camargo declarou que perdeu “um grande amigo, grande homem e grande editor" e que Raul era "uma pessoa muito honesta e muito trabalhadora”. Ivo lembrou também do trabalho do amigo à frente da CBL. “Ele foi uma pessoa muito especial para o livro, quando presidente da CBL, achava que não tinha cabimento a entidade não ter uma sede. Conseguiu comprar um imóvel e fez isso acontecer".
Devido às restrições em razão da pandemia, o velório e o sepultamento serão reservados aos familiares.