Apanhadão: Prefeitura de Montevidéu distribui livros para pessoas em situação vulnerável
PublishNews, Redação, 13/04/2020
E mais: Secretário do MEC pede demissão, Sextante vê crescimento na vendas de livros de colorir, morre o escritor Luiz Alberto Mendes

Para ajudar a enfrentar o isolamento social, a prefeitura de Montevidéu, Uruguai, distribuiu cinco mil exemplares de livros junto com outros itens de higiene e de cesta básica para pessoas em situação social vulnerável. Entre os autores das obras distribuídas, há clássicos como Hermann Hesse, Aldous Huxley, Alberto Camus, Júlio Verne e George Orwell. Livros infantis e juvenis também foram entregues. “A ideia é que a cesta básica, mais do que algo para superar a emergência, seja um carinho para o coração das pessoas”, disse Juan Canessa, secretário-geral da prefeitura e idealizador da iniciativa, à Folha.

O secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Janio Macedo, pediu demissão do cargo na última semana. O motivo: desgastes na pasta comandada por Abraham Weintraub. Na tarde da última quinta (9), o MEC anunciou que a consultora em educação, Ilona Becskeházy, assumirá o cargo. Ela é doutora em educação pela USP com estudo sobre as políticas de educação de Sobral (CE), município com resultados educacionais de destaque. Segundo o Estadão, nos últimos meses, era uma das poucas vozes de apoio à gestão Jair Bolsonaro na educação e passou a ser seguida e elogiada por entusiastas do escritor Olavo de Carvalho, guru ideológico do bolsonarismo. Em janeiro, Arnaldo Lima, também do alto escalão do ministério e que havia entrado com Weintraub, pediu demissão após desentendimentos com o ministro.

A Época noticiou que a Companhia das Letras avalia suspender a edição de todos os seus livros em maio. Em abril, a editora não lançará nenhum dos 37 títulos que estavam programados e estuda a possibilidade de manter alguns lançamentos em formato de e-book.

Na Folha, Joca Reiners Terron comentou em sua coluna, os impactos da crise no mercado editorial. Para ele, o coronavírus vai tornar ainda mais difícil ser escritor no Brasil. “A crise do mercado editorial também passa pela crise simbólica da literatura, o que subtrai ainda mais dividendos do crédito atribuído ao nome do escritor”, diz Terron.

Alguns títulos já começam se destacar nesse momento de isolamento social. Segundo o Painel das Letras, com a crise, a Sextante viu um crescimento de 100% nas vendas de seus livros de colorir. A casa também notou crescimento em outro segmento: nos livros sobre finanças pessoais. À coluna, Marcos Pereira, um dos sócios da Sextante disse que o momento é de ser criativo e buscar no catálogo títulos que tenham relevância para o momento. Já a Rocco, viu as vendas do seu marketplace triplicarem desde que a crise começou.

Faleceu na última quarta-feira (8), aos 67 anos, o escritor Luiz Alberto Mendes. Conhecido pela obra Memórias de um sobrevivente (Companhia das Letras), uma narrativa sobre sua vida dentro do sistema prisional, Mendes sofreu um aneurisma. O contato com a escrita começou em uma oficina literária no Complexo Penitenciário do Carandiru – ele passou 31 anos preso – onde também passou a dar aulas, entre outras atividades. Foi o primeiro preso do estado de São Paulo a cursar uma universidade, em 1982.

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[13/04/2020 08:00:00]