
Os reflexos disso começam a aparecer nos relatórios que acompanham a evolução do varejo de livros no Brasil. A Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) acabam de publicar o Painel do Varejo de Livros no Brasil referente ao período de 24 de fevereiro a 22 de março.
A interseção do período do relatório com o início do fechamento das lojas é pequeno, mas já demonstra a força do corona na corrosão das vendas e quem explica é Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL: “Os números do terceiro trimestre começaram muito bem, particularmente na semana 10, quando as vendas do Dia da Mulher apresentaram crescimento de 29% em relação a 2019. Mas a chegada da crise é um motivo de enorme preocupação para o mercado, já que a semana 12 apresentou uma queda de 40% nas vendas. Nossa previsão é que este número deva piorar no próximo Painel, pois as lojas físicas estão com faturamento praticamente zerado”.
Os dados apurados pela Nielsen apontam que em março, foram vendidos 2,82 milhões de livros o que resultou em faturamento de R$ 128,6 milhões. Na comparação com igual período de 2019, isso representa queda de 4,09% em volume e de 4,44% em valor.
Até o fechamento do relatório, o varejo apresentava resultados positivos, alcançando no acumulado do ano, a marca de 9,58 milhões de livros vendidos e faturamento de R$ 471,37 milhões. Em percentuais, o crescimento foi de 2,69% em volume e 1,68% em valor.
“O terceiro período já experimenta o impacto da pandemia e, mais uma vez, o mercado editorial vê a interrupção da retomada do crescimento em função de um evento alheio. As próximas semanas serão dedicadas a entender o desdobramento da crise mundial”, observa Ismael Borges, gestor da ferramenta Bookscan, que monitora o varejo de livros na Nielsen Brasil.
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