
O júri – presidido por Junko Yokota (USA) e composto ainda por Mariella Bertelli (Canadá), Denis Beznosov (Rússia), Tina Bilban (Eslovênia), Yasuko Doi (Japão), Nadia El Kholy (Egito), Viviane Ezratty (França), Eva Kaliskami (Grécia), Robin Morrow (Austrália), Cecilia Ana Repetti (Argentina) e Ulla Rhedin (Suécia) – ressaltaram as qualidades estéticas e literárias dos finalistas, além da capacidade de envolver as crianças e aumentar a sua curiosidade e imaginação criativa. Após a reunião na Biblioteca Internacional da Juventude de Munique (Alemanha), Yokota comentou: “Os indicados foram apreciados por suas contribuições e o júri chegou à lista final resultante após dias de discussão. É nossa esperança que este prêmio destaque cada candidato, bem como a lista final”.
A estratégia da FNLIJ em repetir os mesmos indicados ano a ano não é nenhuma novidade. Roger Mello, por exemplo, o último brasileiro agraciado pelo prêmio esteve na lista de indicados por duas vezes (em 2010 e 2012) antes de ser premiado em 2014. “Marina é uma autora clássica, escreve dentro dos cânones e escreve muito bem. Já Ciça é uma ilustradora muito original. Ela começou ilustrando inspirada nos índios brasileiros e isso chama muito a atenção”, defendeu Wander Soares, presidente do Conselho Diretor da FNLIJ. Ele ressaltou também que a estratégia de representação dos nomes das duas deve seguir no que depender da entidade. “O que a Fundação faz é reapresentar e a gente reapresentou as duas esse ano. O Roger foi eleito pela terceira vez. Se elas quiserem, reapresentaremos em 2022 novamente. A gente tem um sonho de emplacar mais uma vez alguém do Brasil e eu pessoalmente tenho uma fé muito grande nas duas”, completou.
Além de Roger, outras duas brasileiras já ganharam o Hans Christian Andersen: Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000.
Os vencedores serão conhecidos no dia 30 de março, durante a Feira do Livro Infantil de Bolonha e a premiação acontece no dia 06 de setembro, durante o Congresso do Ibby, que em 2020 acontece na Rússia.
O que o júri falou sobre cada uma das brasileiras
A lista de finalistas saiu junto com os indicados ao Prêmio. Cada um deles ganhou um perfil em que o júri elenca as suas qualidades. Sobre Marina Colasanti, o perfil diz que “profundidade no conteúdo e linguagem poética rica são marcas registradas de suas obras”. Já sobre Ciça, o júri destacou que “todos os seus trabalhos mostram uma vasta pesquisa, com métodos aprendidos com antropólogos e com a sua experiência como professora”.