Na trave
PublishNews, Redação, 21/01/2020
Ciça Fittipaldi e Marina Colasanti ficam de fora do Hans Christian Andersen novamente. Entre os finalistas estão a argentina María Cristina Ramos, o iraniano Farhad Hassanzadeh, a canadense Isabelle Arsenault e o japonês Seizo Tashima

Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi foram indicadas ao Prêmio Hans Christian Andersen pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil | © Reprodução do Blog de Marina Colasanti
Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi foram indicadas ao Prêmio Hans Christian Andersen pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil | © Reprodução do Blog de Marina Colasanti
Pela terceira vez consecutiva, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) indicou a dupla Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi para o disputado Hans Christian Andersen, o mais proeminente prêmio da literatura infantil e juvenil no mundo. Nesta segunda-feira (20), o International Board on Books for Young People (Ibby), quem organiza o prêmio, divulgou o nome dos cinco finalistas à láurea que é considerada o Nobel da Literatura Infantil e Juvenil e as brasileiras ficaram de fora do páreo. Os autores que estão na disputa são: María Cristina Ramos (Argentina), Bart Moeyaert (Bélgica), Marie-Aude Murail (França), Farhad Hassanzadeh (Irã), Peter Svetina (Eslovênia) e Jacqueline Woodson (EUA). Os ilustradores-finalistas são: Isabelle Arsenault (Canadá), Seizo Tashima (Japão), Sylvia Weve (Países Baixos) Iwona Chmielewska (Polônia), Elena Odriozola (Espanha) e Albertine (Suíça).

O júri – presidido por Junko Yokota (USA) e composto ainda por Mariella Bertelli (Canadá), Denis Beznosov (Rússia), Tina Bilban (Eslovênia), Yasuko Doi (Japão), Nadia El Kholy (Egito), Viviane Ezratty (França), Eva Kaliskami (Grécia), Robin Morrow (Austrália), Cecilia Ana Repetti (Argentina) e Ulla Rhedin (Suécia) – ressaltaram as qualidades estéticas e literárias dos finalistas, além da capacidade de envolver as crianças e aumentar a sua curiosidade e imaginação criativa. Após a reunião na Biblioteca Internacional da Juventude de Munique (Alemanha), Yokota comentou: “Os indicados foram apreciados por suas contribuições e o júri chegou à lista final resultante após dias de discussão. É nossa esperança que este prêmio destaque cada candidato, bem como a lista final”.

A estratégia da FNLIJ em repetir os mesmos indicados ano a ano não é nenhuma novidade. Roger Mello, por exemplo, o último brasileiro agraciado pelo prêmio esteve na lista de indicados por duas vezes (em 2010 e 2012) antes de ser premiado em 2014. “Marina é uma autora clássica, escreve dentro dos cânones e escreve muito bem. Já Ciça é uma ilustradora muito original. Ela começou ilustrando inspirada nos índios brasileiros e isso chama muito a atenção”, defendeu Wander Soares, presidente do Conselho Diretor da FNLIJ. Ele ressaltou também que a estratégia de representação dos nomes das duas deve seguir no que depender da entidade. “O que a Fundação faz é reapresentar e a gente reapresentou as duas esse ano. O Roger foi eleito pela terceira vez. Se elas quiserem, reapresentaremos em 2022 novamente. A gente tem um sonho de emplacar mais uma vez alguém do Brasil e eu pessoalmente tenho uma fé muito grande nas duas”, completou.

Além de Roger, outras duas brasileiras já ganharam o Hans Christian Andersen: Lygia Bojunga, em 1982, e Ana Maria Machado, em 2000.

Os vencedores serão conhecidos no dia 30 de março, durante a Feira do Livro Infantil de Bolonha e a premiação acontece no dia 06 de setembro, durante o Congresso do Ibby, que em 2020 acontece na Rússia.

O que o júri falou sobre cada uma das brasileiras

A lista de finalistas saiu junto com os indicados ao Prêmio. Cada um deles ganhou um perfil em que o júri elenca as suas qualidades. Sobre Marina Colasanti, o perfil diz que “profundidade no conteúdo e linguagem poética rica são marcas registradas de suas obras”. Já sobre Ciça, o júri destacou que “todos os seus trabalhos mostram uma vasta pesquisa, com métodos aprendidos com antropólogos e com a sua experiência como professora”.

[21/01/2020 10:14:21]