A ideia é desenvolver a leitura em casa, com o apoio de familiares. “O programa é revolucionário, pela primeira vez existe uma iniciativa de valorização da leitura em família”, disse o ministro na sua apresentação.
A cartilha lançada pelo programa – a que dá suporte aos pais na condução da mediação de leitura – é resultado de pesquisa e redação de Eduardo Federizzi Sallenave, diretor de Suporte Estratégico à Alfabetização do MEC. Ele é graduado em História pela UnB e professor da disciplina no Instituto Federal de Brasília. É também youtuber com um curso de gramática. Ele teve apoio de Daniel Prado Machado, também funcionário do MEC, e para a redação do livreto foram consultadas as professoras Barbara Hanna Wasik, da Universidade da Carolina do Norte, e Pascale Engel de Abreu, da Universidade de Luxemburgo. O livro teve a revisão técnica da também professora Rochele Paz Fonseca, da PUC RS.
O guia de 72 páginas traz 27 referências bibliográficas, nenhuma delas resultado de pesquisas em território nacional. Inclusive a pesquisa Retratos da Leitura, balizadora de políticas públicas na área de leitura, é ignorada no documento. Apesar disso, o ministro garantiu que haverá uma cor brasileira nos livros que serão distribuídos: "Serão historinhas bonitinhas do Brasil, do folclore do Brasil. A preocupação de trazer Maurício de Sousa [que ilustrará os livros a partir de conteúdo apresentado pelo próprio MEC] foi para dar o ar de brasilidade, resgatar a história, a cultura e os valores".
O conteúdo traz conceitos de literacia familiar e dicas de como promover a interação verbal e realizar a leitura dialogada, por exemplo.
É esperado o investimento de R$ 45 milhões na criação de cinco mil espaços de leitura – batizados de “Cantinhos Conta pra Mim” – que serão instalados, ao longo de 2020, em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas. A ideia é que esses espaços funcionem como local de prática para a técnica ensinada na cartilha.
Além disso, serão concedidas dez mil bolsas de incentivo, com valores que vão de R$ 300 a R$ 400, que serão pagas a professores das redes estaduais e municipais de ensino que serão qualificados em cursos semi-presenciais para exercerem a função de tutores de pais em treinamento para a literacia familiar.
O recurso também será utilizado para a confecção de “kits de literacia”, com distribuição de livros infantis, caderno de desenho, giz de cera e o guia de orientações. A expectativa do MEC é que um milhão de crianças sejam alcançadas pelo programa e o foco estará nos beneficiários do Bolsa Família.
