Humanidade e natureza
PublishNews, Redação, 28/08/2019
Uma parábola sobre os tempos atuais pelo pensador indígena Ailton Krenak

Ailton Krenak nasceu na região do vale do Rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. Em Ideias para adiar o fim do mundo (Companhia das Letras, 64 pp, R$ 24,90), o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma “humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”. Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo. Desde seu discurso na Assembleia Constituinte, em 1987, quando pintou o rosto com a tinta preta para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, Krenak se destaca como um original e importante pensador brasileiro. Ideias para adiar o fim do mundo é uma adaptação de duas conferências e uma entrevista realizadas em Portugal, entre 2017 e 2019.

[28/08/2019 07:00:00]