Ao longo dessa semana, o PublishNews trouxe uma série de notícias que, juntas, podem dar um pouco da dimensão que o mercado de audiolivros tem alcançado mundo afora. Na terça, noticiamos um novo relatório que acompanha os hábitos dos consumidores alemães de audiolivros (eles já são 18 milhões de pessoas) em relação a sazonalidade, preço e gênero. Na quarta, anunciamos parte da programação da Casa PublishNews em Paraty, dando destaque para a participação do alemão Eric Bartoletti, que vai falar exatamente sobre o tema. E, para finalizar essa série de coincidências (ou não), na edição de ontem, contamos que a Feira do Livro de Frankfurt – que no ano passado já teve uma programação especial para discutir os audiolivros – terá uma área inteira só dedicada a eles, podcasts e assistente virtuais comandados por voz.
A Auti Books chega oferecendo seus livros apenas no modelo à la carte, ou seja, o consumir pagará apenas por aquilo que consumir. Os livros custam, em média, de 15% a 20% do valor de capa da versão impressa. Os audiolivros estarão disponíveis tanto pelo site quanto pelo aplicativo, com versões para Android e iOS. A decisão da empresa em ofertar seus títulos somente nesse modelo, se justifica pela sustentabilidade do negócio, segundo explicou Claudio Gandelman, CEO da Auti Books, em entrevista ao Podcast do PublishNews que vai ao ar na próxima segunda-feira (17). “Para o consumidor, se você olhar para só para o curto prazo, [a subscrição] é um modelo muito bom”, disse. No entanto, Gandelman ressaltou que o modelo não se sustenta. “[O investimento das editoras na produção de um audiolivro] não se paga no modelo de subscrição. Não é sustentável. Deixa de ser interessante para a editora e deixará de ser interessante para o consumidor que não terá acesso aos melhores livros”, defendeu.
Com a chegada da Auti Books, o mercado brasileiro passa a ter quatro players em operação (além da novata, já estavam no páreo Ubook, Tocalivros e Google). A Storytel, que tem investido pesado na formação de seu catálogo, deve anunciar ainda neste ano o início de suas operações. E há sempre a iminência de chegada da Audible (Amazon) e da plataforma de audiolivros da Kobo. Será que teremos público para tantos players? Fizemos também essa pergunta a Gandelman, mas deixaremos no suspense para quem ouvir o Podcast de segunda-feira.
Além dos livros das editoras sócias, a Auti Books vai ofertar livros de editoras parceiras. Companhia das Letras, Melhoramentos, L&PM e Universo dos Livros são algumas que já estão com títulos na plataforma.
Ação social
A Auti Books aproveita o lançamento para iniciar uma campanha permanente com o objetivo de ampliar o hábito de consumo de audiolivros no país. A cada 10 audiobooks vendidos, a Auti Books doará um título para uma pessoa que não tem acesso a leitura. A meta é doar mil audiobooks no primeiro mês.
