Editores e livreiros se posicionam contra o fascismo
PublishNews, Redação, 17/10/2018
Dois manifestos públicos conclamados por profissionais do livro chamam a atenção para as ameaças à democracia e à liberdade de expressão representadas na candidatura de Jair Bolsonaro

Nesta terça-feira (16), o editor Luiz Schwarcz enviou, por e-mail a amigos e parceiros, uma mensagem declarando que a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) é “irmã de tempos tenebrosos de nossa vida política e cultural”. "Sugiro a todos os colegas editores que prezam a liberdade de expressão que votem em Fernando Haddad, se posicionando contra o discurso difusamente preconceituoso, contra o autoritarismo e a intolerância, símbolos do outro polo que se anuncia como alternativa no segundo turno desta eleição", escreveu o editor.

A manifestação do presidente do Grupo Companhia das Letras não é solitária. Já está no Avaaz uma petição pública encabeçada por editores e livreiros que declara apoio a Fernando Haddad (PT), como forma de protesto contra “o risco de retrocessos que a candidatura opositora representa, ao apoiar projetos como o Escola sem Partido, que, a pretexto de instituir uma educação 'neutra' - ficção em qualquer país do mundo -, visa a doutrinar os alunos com o que há de mais retrógrado e a introduzir a delação na atividade docente”.

O documento é assinado por nomes de peso como os dos editores André Conti, Angel Bodjasen, Cristina Fernandes Warth, Cynthia Sarti, Dolores Prades, Gerson Ramos, Gustavo Faraon, Haroldo Ceravolo Sereza, Ivana Jinkings, Joana Monteleone, José Castilho Marques Neto, José Xavier Cortez, Lilia Schwarcz, Luiz Schwarcz, Marcelo Di Renzo e Sandra Espilotro; dos livreiros Daniel Louzada, Elisa Ventura e José Luiz Tahan e de escritores do quilate de Angela Davis, Anita Leocadia Prestes, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Chico Buarque, Conceição Evaristo, Josélia Aguiar, Juca Kfouri, Julian Fuks, Laura Erber, Leonardo Padura, Lira Neto, Luiz Fernando Verissimo, Milton Hatoum, Noam Chomsky, Peter Burke, Renato Janine Ribeiro, Roger Mello e Slavoj Zizek.

Um segundo manifesto, este encabeçado por nomes como Felipe Lindoso e Galeno Amorim, está sendo articulado e já recolhendo assinaturas de editores e livreiros. O documento chama a atenção para o que a candidatura de Bolsonaro representa "restrição à liberdade de ensino, com o intuito de inculcar o ‘pensamento único’ em nossos jovens, em vez de reconhecer o contraditório e estimular experiências pedagógicas inovadoras, com diversidade de enfoques, que são a seiva na qual nos nutrimos”. O documento expressa também a preocupação com a censura de livros de literatura para jovens da Educação Básica e com a extinção do Ministério da Cultura.

Ainda no primeiro turno, o PublishNews tomou posição contrária ao candidato Jair Bolsonaro e seu flerte ao totalitarismo e alertou que sem liberdade e democracia, o mercado editorial tende a definhar e a praticamente desaparecer.

[17/10/2018 03:05:00]