Direto de Bolonha 3: até dentro do ônibus lotado pode pintar uma oportunidade
PUBLISHNEWS, GIL VIEIRA SALES, 06/04/2017
Gil Vieira Sales está em Bolonha e pegou um ônibus lotado. Lá ele viu uma cena insólita.

Gil em ação na Feira do Livro de Bolonha
Gil em ação na Feira do Livro de Bolonha

Terceiro dia de feira e adesso tutti noi piensamo che parliamo italiano. Ecco!

E outras muitas línguas que ouvimos ao longo dos dias de trabalho também... A mistura é quase inevitável depois de tantas reuniões com pessoas das mais variadas origens. Difícil é saber se nosso cérebro ainda está dando conta de compreender tudo o que se passa à nossa volta (acho que ainda sim, mas se o texto estiver muito confuso, já sabem o motivo). E seguimos em frente, olhando as novidades, buscando inspiração para ampliar mais os horizontes editoriais. Aliás, feiras internacionais desse tipo são excelentes formas de propagação de boas ideias para nosso mercado, que precisa surpreender e se reinventar com alguma frequência. Mas é claro que as peculiaridades de cada casa editorial é que vão determinar os formatos de negociação obtidos antes, durante e depois da Feira.

Falando em negociação, tomar o ônibus para a feira diariamente já é praticamente uma forma de iniciar os trabalhos, dadas as possibilidades de fazer bons contatos. A ida ou a volta para o hotel num ônibus lotado (pois é!) pode render algo, como eu mesmo presenciei ontem: editoras catalãs trocando cartão com uma editora inglesa. Se o objetivo aqui é fazer negócio, façamos então.

Falando em catalãs, a Catalunha e as Ilhas Baleares (regiões da Espanha) são as guest of honour da Feira deste ano. De alguma forma, a programação do evento é direcionada para homenagear os países (ou regiões) convidados de honra. Foi assim que o Brasil teve grande destaque por aqui em 2014, ano em que foi o país homenageado. Uma verdadeira festa à brasileira!

A quarta-feira é aquele dia em que tentamos terminar as reuniões a contento para ficar com aquela sensação de dever cumprido. Muitos editores vão embora após o terceiro dia de evento, pois a quinta-feira é o dia em que se desmonta tudo.

No terceiro dia de feira, editores já têm a agenda mais tranquila
No terceiro dia de feira, editores já têm a agenda mais tranquila

Enfim, vamos chegando ao término dos dias mais cheios, em que não há espaço para mais nada na agenda. Finalmente um respiro, uma pausa mais longa para um café e para um papo mais informal.

Centenas de cartões, trocas de muitos contatos e várias promessas de parcerias deixam o ar dos pavilhões dá feira ainda mais animado.

O desejo é um só: que o resultado final da Feira seja muito positivo para todos os que por aqui passaram.

Amanhã tem o último relato direto de Bolonha.

A saudade já aperta, inevitavelmente. Mas não vamos fazer disso uma tragédia grega (ou italiana, ecco!). Ano que vem tem muito mais.

Ciao !


* Gilsandro Vieira Sales (ou só Gil para os nem tão íntimos) é coordenador de Literatura Infantil e Juvenil na Editora do Brasil. Bacharel e licenciado em Letras pela USP, tem paixão por livros, cultura e formação de leitores. Atua há quase dez anos no mercado editorial e ama o Brasil - com tudo

[06/04/2017 07:26:00]