Reino Unido vive seu segundo ano de crescimento
PublishNews, Leonardo Neto, 14/03/2017
Segundo dados apurados pela Nielsen Bookscan, faturamento cresceu 4,9% na comparação com 2015

Aproveitando a abertura oficial da Feira do Livro de Londres e dando sequência à série PubMagNet, que reúne dados e informações referentes a 2016 apuradas por nossos colegas que compõem o grupo de jornalistas e observadores do mercado editorial global, chegou a vez do Reino Unido. De acordo com dados da Nielsen Bookscan, o mercado de livros impressos bateu 1,6 bilhões de libras, crescimento de 4,9% na comparação com 2015. Em volume, foram vendidos 195 milhões de unidades, crescimento de 2,3% sobre o que foi apurado no ano anterior. “Este é o segundo ano consecutivo de crescimento do mercado britânico”, comemora Benedicte Page, editora do The Bookseller.

A rede Waterstones de livrarias no Reino Unido reportou crescimento nas vendas de Natal | © A P Monblat
A rede Waterstones de livrarias no Reino Unido reportou crescimento nas vendas de Natal | © A P Monblat

O Natal foi especialmente bom para o editores e livreiros no Reino Unido. Ao todo, livrarias faturaram 83,3 milhões de libras, a maior cifra desde 2007. “Waterstones disse que as suas vendas de natal crescem ‘uma quantia modesta’ ano a ano, enquanto que a Blackwell disse que teve um crescimento de dois dígitos nas vendas em dezembro e a Foyles reportou vendas 4,3% maiores do que no ano passado”, aponta Benedicte. A editora aponta ainda que, das 40 livrarias independentes que responderam à pesquisa anual de Natal, 68% reportaram crescimento em dezembro na comparação com o ano anterior.

Mais vendidos

Como não poderia deixar de ser, a lista dos mais vendidos no Reino Unido foi dominada por J.k. Rowling. Harry Potter e a criança amaldiçoada liderou todas as listas de mais vendidos e apurou quase 16 milhões de libras ao vender 1,46 milhão de unidades. Paula Hawkins a seguiu com A garota do trem, que vendeu 1,1 milhão de cópias, faturando 5,3 milhões de libras. Joe Wicks foi o rei da lista de não ficção, com Lean in 15 (inédito no Brasil), que vendeu pouco mais de um milhão de cópias e amealhou 8,1 milhão de libras.

Digital

“Não temos os dados completos do digital, mas as informações que nós temos, apuradas com os nove editores que contribuem com o nosso ranking de e-books (Penguin Random House, HarperCollins, Pan Mac, S&S, Bloomsbury, Hachette, Faber Factory, Canongate and Bonnier) sugerem uma queda nas vendas de e-books em relação aos números apurados em 2015”, comentou Benedicte.

Brexit

No segundo semestre, aponta a editora, os efeitos da votação da saída da Grã-Bretanha da Europa, o chamado Brexit, resultaram em uma preocupação muito significativa entre os editores. As flutuações da moeda corrente poderiam afetar os custos de produção e o preço do papel, mas também, uma possível desvalorização da Libra poderia impulsionar as vendas de exportações. “No entanto, a recessão do varejo que viria à reboque do Brexit e predita por alguns ainda não se materializou”, comentou a editora.

[14/03/2017 09:51:00]