Flipoços celebra, em 2017, a literatura moçambicana
PublishNews, Leonardo Neto, 14/12/2016
Comitiva de autores liderada por Ungulani Ba Ka Khosa deve desembarcar em Poços de Caldas no fim de abril para o evento

Uma delegação composta por autores e autoridades moçambicanas já confirmou presença para o Flipoços que, em 2017, acontece entre os dias 29 de abril e 7 de maio, na cidade mineira de Poços de Caldas. Entre os autores estão Ungulani Ba Ka Khosa, que no Brasil publicou em 2016 O rei mocho (Kapulana); a militante feminista e escritora Paulina Chiziane e o poeta e médico sem fronteiras Mbate Pedro. “Estamos tendo apoio do Ministério da Cultura de Moçambique para trazer autores que já são muito conhecidos lá, mas que, por aqui, ainda têm pouca projeção. Queremos buscar referências que vão além de Mia Couto”, comentou Gisele Corrêa, curadora do evento que chega em 2017 a sua 12ª edição.

Moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa será um dos destaques da Flipoços 2017 | © Divulgação
Moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa será um dos destaques da Flipoços 2017 | © Divulgação

Gisele comemora ainda a parceria que fechou com o Instituto Moreira Salles (IMS). “Para nós, essa é uma parceria especialíssima. A família Moreira Salles é de Poços de Caldas, a primeira casa do IMS foi fundada aqui, mas o instituto tinha pouco envolvimento com o Flipoços”, comentou. De acordo com Gisele, o instituto viabilizará a participação de autores e estará envolvido com a programação, sobretudo nas áreas de cinema e audiovisual – além da programação voltada para a literatura, o Flipoços tem uma mostra de cinema que é realizada há cinco anos consecutivos.

Gisele Corrêa, curadora do Flipoços, tem feito 'milagres' para manter o festival, que chega a sua 12ª edição, de pé | © Divulgação
Gisele Corrêa, curadora do Flipoços, tem feito 'milagres' para manter o festival, que chega a sua 12ª edição, de pé | © Divulgação
Para levantar a última edição do Flipoços, Gisele encontrou muitas dificuldades. “O Flipoços hoje é um festival que já é muito importante no cenário literário nacional, mas, mesmo tendo essa notoriedade conquistada com muito trabalho, o festival continua tendo uma deficiência de recursos muito grande. Em 2015, milagrosamente conseguimos realizá-lo. Arrecadamos muito pouco perto do que realizamos. Não sei se em 2017 será diferente”, lamentou a curadora.

Gisele disse ao PublishNews que já teve algumas sinalizações positivas, mas que conta com parcerias para que o projeto saia do papel. “Por sorte, temos muitos parceiros. São entidades e organizações envolvidas com o projeto o que acabam minimizando o custo geral do festival”, completou. Além do IMS, o festival tem o apoio do SESC Minas, que organiza e arca com a programação infantil do evento, o espaço SESC Flipocinhos. A curadora espera fechar parceria ainda com o governo mineiro para ajudar a viabilizar a missão de moçambicanos.

[14/12/2016 09:57:00]