Logo depois da morte de Ariano Suassuna, em julho de 2014, a imprensa se movimentou para noticiar a existência de um livro inédito deixado pelo fundador do Movimento Armorial. O que poucos sabiam, no entanto, é que, além deste livro sobre o qual Ariano se debruçou por mais de 30 anos, havia diversos outros títulos jamais publicados. Há peças de teatro, romances, além de um livro de poesia. Tudo isso será publicado pela Nova Fronteira, que já tem O auto da Compadecida e A pena e a lei no seu catálogo. Além disso, as demais obras do autor já publicadas e que estavam com a José Olympio também vão para o catálogo da casa. “Tínhamos dois livros dele, agora temos todos”, comemorou Daniele Cajueiro, diretora editorial da Nova Fronteira.

“Só se falava de um livro [Romance de Dom Pantero no palco dos pecadores]. Fiquei muito surpresa ao saber que tinha tantos inéditos”, comentou Cajueiro. Para ela, a quantidade de inéditos deixados por Suassuna tem a ver com o esmero que o autor tinha com as suas obras. “Ele era uma pessoa muito perfeccionista e trabalhava a obra como uma grande obra de arte”, sentenciou. O inventário do legado inédito de Ariano foi feito por Carlos Newton Jr., que foi aluno de Ariano em Recife.

Romance de Dom Pantero no palco dos pecadores, composto por dois volumes (O jumento sedutor e O palhaço tetrafônico), sai em maio, quando também saem as novas edições de Romance d´a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, publicado originalmente em 1971. Para o segundo semestre, a Nova Fronteira prepara A história d’o Rei Degolado nas caatingas do sertão, também dividido em dois volumes: Ao sol da onça Caetana (1977) e As infâncias de Quaderna, esse segundo publicado em folhetins no Diário de Pernambuco entre 1946 e 1977 e ainda inédito no formato livro.