Natal fraco ajudou 2015 fechar no vermelho
PublishNews, Leonardo Neto, 26/01/2016
Painel das Vendas de Livros do Brasil aponta queda real de 7% no faturamento das livrarias em 2015

Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL:
Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL:
A Nielsen e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) divulgaram no fim da última semana os números do 11º Painel das Vendas de Livros no Brasil, que compreende o período entre 30 de novembro e 27 de dezembro de 2015. O relatório aponta uma variação negativa de 4,5% no faturamento, que caiu de R$ 171.633.066,83, em 2014, para R$ 163.888.931,57, em 2015. No volume, a queda foi ainda maior, de 7,5%. Em 2014, foram vendidos 4.950.436 exemplares no período, contra 4.581.007, em 2015. No acumulado do ano, o faturamento apresentou crescimento tímido de 3,43%, batendo R$ 1.518.556.397,44 contra R$ 1.468.229.080,57 em 2014. Considerando a inflação, que fechou 2015 em 10,67%, o resultado real foi uma queda de 7% no faturamento do varejo de livros no Brasil. Em número de exemplares, o crescimento no acumulado do ano foi de 2,52%, batendo 41.595.421 exemplares vendidos em 2015 contra 40.571.747, em 2014.

Para Ismael Borges, responsável pelo Bookscan, ferramenta da Nielsen que monitora o mercado de livros no País, os números mostram que o mercado editorial não ficou imune à crise, no entanto, num exercício de otimismo, aponta que o foram vendidos um milhão de livros a mais do que em 2015. “Os três últimos períodos do ano foram particularmente pesados, mas não neutralizaram integralmente os ganhos anteriores. A performance em faturamento merece análise mais aprofundada, já que são muitas as variáveis envolvidas além da própria inflação do período. Os números indicam que os varejistas enfrentaram a crise cedendo menos descontos. As editoras sentiram mais a crise, já que o preço médio se manteve praticamente paralisado”, analisa o executivo. Em 2014, os varejistas deram, em média, desconto de 21,20%. Em 2015, o desconto médio aplicado ao preço do livro foi de 18,75%.

O relatório faz inferência sobre o faturamento das editoras. Essa projeção aponta aumento no faturamento das casas em 0,31%, ou seja, uma queda real, descontando a inflação, de 9,36%. “Esperávamos uma recuperação das vendas no 4º trimestre de 2015, após o excelente resultado da Bienal do Rio de Janeiro, mas infelizmente ela não veio. Temos que nos preparar para enfrentar 2016, com a previsão da manutenção do quadro recessivo”, comenta Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL.

Clique aqui para ver a íntegra do 11º Painel das Vendas de Livros

[26/01/2016 11:01:51]