Cartas do Front - 1
PublishNews, 25/04/2011
Livro didático ganha coluna no PublishNews

Quando o @carrenho me convidou para escrever esta coluna, ele disse que gostaria de ter alguém no time do PublishNews que pudesse escrever sobre o segmento didático.

Logo me dei conta de que o raciocínio fazia todo o sentido: afinal, esse setor é de longe o maior do mercado brasileiro, respondendo por 51% do faturamento e 56% dos exemplares vendidos no país, segundo os números da última pesquisa setorial da CBL.

Mas, no minuto seguinte, me dei conta também de que a tarefa não era das mais fáceis. Apesar do tamanho, o setor didático é uma espécie de caixa preta, de area 51 do mercado editorial. Quem trabalha nele em geral não transita por outras editoras, e quem é de outros segmentos nem sempre consegue migrar para ele. Em suma, é um setor para “iniciados”.

Fora isso, o mercado educacional parece não ter “charme”. O tratamento dado a seus autores, por exemplo, costuma ser inferior ao recebido pelos autores literários. Apesar de venderem mais, os escritores de didáticos não são celebridades, não recebem atenção da mídia, não têm festas como a Flip... No entanto, estão entre os autores mais profissionais do mercado – e entre os poucos que realmente vivem do livro, que se dedicam 100% a escrever e a promover sua obra.

A “sina” persegue até os autores de ficção que publicam muito por editoras escolares. Poucas pessoas reconhecem esses escritores – a não ser que sejam grandes estrelas, como Pedro Bandeira e Ruth Rocha. Em termos concretos, porém, seus livros costumam ser bem mais vendidos (e lidos) do que a média dos livros “de vitrine” que vemos nas livrarias.

Em meio a tanta “falta de glamour”, pensei: de que assunto uma coluna como esta poderia tratar? Dos resultados do próximo PNLD (Programa Nacional do Livro Didático)? Das noites insones de quem está fechando dicionários para o mais recente edital do MEC?

Confesso que ainda não tenho resposta para todas essas perguntas, mas tenho certeza de que eu e vocês vamos nos divertir procurando soluções... e sugestões de pauta!

Por enquanto, o que posso dizer é que vou focar na parte do segmento didático que os americanos chamam de K-12, ou seja, na educação básica – com ênfase nos aspectos relacionados à tecnologia e à transformação que ela já está causando nos livros e nas salas de aula.

Afinal, segundo a mesma pesquisa da CBL, em 2009 os livros para a educação básica responderam por quase 40% dos títulos editados no país – e agora estamos apenas no início da avalanche do livro digital... ‘Bora subir no morro pra ver o que acontece?

Te encontro lá!

Abraços,

@gabidias

[24/04/2011 21:00:00]