"Vim porque achei que seria divertido", disse a quilombola, que tem na poesia seu gênero literário preferido. Após a capacitação, Adeílza ainda participaria com outros agentes de leitura da cerimônia de entrega das minibibliotecas do Arca das Letras para 52 comunidades quilombolas de Pernambuco. Com a entrega, todas as 62 comunidades quilombolas daquele estado passam a ter sua arca – como as minibibliotecas de 230 livros feitas em madeira são chamadas. São 9.526 famílias que agora têm acesso a 14.152 livros. Segundo Adeílza, a chegada da arca em sua comunidade será muito positiva. "As pessoas vão achar muito bom", declarou com simplicidade e timidez.
Quando era criança, Adeílza não tinha livros à disposição. Mas agora, graças ao esforço e força de vontade dos oito funcionários do Ministério do Desenvolvimento Agrário que são responsáveis pelo Arca das Letras, o pequeno Raí, filho de Adeílza, poderá contar uma história diferente. Afinal, ele vai crescer bem pertinho destes grandes amigos de papel e tinta.
[Carlo Carrenho viajou a convite do MDA.]