Mídias sociais em tempos de pandemia
PublishNews, Maju Alves*, 05/10/2020
Em seu artigo, Maju Alves separou algumas mudanças nas redes e no comportamento dos usuários que podem ajudar editoras e livrarias trabalharem o marketing digital e se aproximarem do seu público

Recentemente, o Twitter compartilhou uma análise do comportamento de seus usuários durante a pandemia do novo coronavírus. Um dos insights disponíveis aponta um crescimento da leitura entre os participantes do estudo: 41% afirmaram ler mais durante a pandemia, resultado de um aumento nas atividades analógicas. Em todas as redes é possível notar um aumento nas procuras de atividades para fazer em casa e criar uma rotina nesse tempo de isolamento social.

Outra coisa que aumentou durante esse período foi o engajamento nas redes sociais. O Facebook, Instagram e WhatsApp registraram um aumento de 40% nos acessos, o TikTok bateu a marca de 1 bilhão de downloads e o YouTube divulgou uma pesquisa feita com brasileiros onde 30% deles afirmaram que estão assistindo mais vídeos. Considerando isso, juntei algumas mudanças nas redes e no comportamento dos usuários que podem ajudar nesse período:

Aumento do engajamento em posts orgânicos no Facebook e Instagram:

Uma pesquisa divulgada pela Shareablee aponta que apesar de uma queda de 58% nas postagens de marcas, houve um aumento de 11% nas interações com esse conteúdo. Falando unicamente do Instagram, uma pesquisa realizada pelo Squid aponta um crescimento de 19,1% no engajamento com posts e 13,6% nos stories. Algumas maneiras de otimizar as publicações incluem criar posts em carrossel, que estão gerando mais exposição e um aumento de 9% no engajamento e incluir o CTA (call to action) nos posts. Posts com informações relevantes e conteúdo educativo tem mais chances de serem salvos e encaminhados, o que tem um peso muito grande no algoritmo do Instagram e ajuda que a sua publicação tenha um alcance maior.

O recurso loja no Facebook e Instagram:

Em 19 de maio, o Facebook anunciou a criação de lojas dentro da sua plataforma. O recurso veio principalmente para ajudar pequenos negócios e permite direcionar o consumidor que tiver interesse no produto para o site de venda ou para as mensagens diretas. Esse recurso te da a possibilidade de incluir as informações do produto nos posts da sua página, como preço e disponibilidade de estoque, facilitando para o usuário interessado em algum item dos seus posts a finalizar a compra. Algumas editoras, como a HarperCollins USA, Simon&Schuster, Penguin Random House e a livraria Barnes & Noble já estão usando a ferramenta em suas contas.

O crescimento do conteúdo em vídeo:

A Primis, uma plataforma que otimiza o tráfego de vídeos dos criadores, mostrou um aumento de 20% nas visualizações de vídeos e um crescimento de 67% no engajamento com esse formato. Por ficarem muito em casa, as pessoas estão mais dispostas a abrir o vídeo em tela cheia e aumentar o volume desse conteúdo. No começo do artigo comentei sobre a pesquisa do YouTube, mas além desse aumento de conteúdo que as pessoas estão assistindo, a pesquisa também mostrou que 40% delas estão assistindo mais de três horas de vídeo na plataforma.

O boom dos vídeos curtos:

No primeiro trimestre de 2020, o TikTok foi o aplicativo mais baixado na Apple Store e Play Store, com 315 milhões de downloads. O aplicativo de mídia hoje já tem mais de 800 milhões de usuários ativos e está presente em 150 países (o Brasil é o terceiro com mais usuários). De acordo com a Kantar Ibope no Brasil, adolescentes e jovens adultos acessaram 35% mais o app na quarentena e houve também um aumento de 24% entre adultos de 35 a 55 anos. A página principal do app é chamada de “para você”, onde aparecem vídeos de diversas contas (as que você segue e as que o algoritmo te sugere) o que prioriza o alcance orgânico. E ainda assim, somente 5% dos profissionais de marketing estão usando.

Recentemente, o Instagram criou o Reels, que funciona no mesmo formato do TikTok: vídeos curtos, de até 30 segundos (no TikTok são 60), com trilha sonora. Como a ferramenta é nova, o Instagram está apostando fortemente nela e o seu alcance orgânico também é ótimo. E muito se engana quem pensa que só as dancinhas funcionam nesse formato: ele é ótimo para postar dicas, DIYs e muito mais. E como os áudios originais podem ser reutilizados por outras contas, é um jeito divertido de interagir com o público e quem sabe “viralizar” seu áudio com outras pessoas utilizando para criarem seus conteúdos. O Pinterest, rede que teve um aumento de 26% de usuários durante a quarentena, também permite a publicação de vídeos nesse formato, além de direcionar o seu público para o seu site através da postagem. A Penguin Teen, selo Young adult da Penguin Random House é um exemplo de editora que está usando o Reels e o TikTok para conversar com o público jovem. No TikTok eles já somam mais de 197 mil seguidores e a maior parte dos vídeos conta com mais de 7 mil visualizações.

Essas informações mostram um ótimo momento para as editoras e livrarias trabalharem o marketing digital e se aproximarem desse público leitor que está mais receptivo, conectado e buscando conteúdo de qualidade para consumir nas redes – e fora delas.


* Maju Alves é formada em Marketing e é pole dancer nas horas vagas. É também responsável pelos projetos especiais do PublishNews desde 2017.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do PublishNews.

[05/10/2020 08:00:00]