Apanhadão: Deputado Baleia Rossi afirma que reforma tributária não deve afetar o livro
PublishNews, Redação, 28/09/2020
E mais: PEC 110/19 recomenda o fim do papel imune; livro de J. K. Rowling, acusada de transfobia, faz sucesso na Inglaterra e Companhia publica, em outubro, livro de Bernardine Evaristo, vencedora do The Booker Prize.

Na última quinta (24), durante o seminário virtual Impactos da Proposta de Reforma Tributária no Livro e na Leitura, realizado pela Folha, em parceria com CBL, SNEL e Abrelivros, o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) disse que a reforma tributária que está em discussão no Congresso Nacional não deve acabar com a isenção de tributos sobre o livro no Brasil. Segundo Rossi, o projeto encaminhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que cria a Contribuição de Bens e Serviços (CBS), não será aprovado de forma isolada. O ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) defendeu uma revolução tributária que mantenha as isenções necessárias. “O livro tem que ter menor tributação porque, como comida e remédios, é essencial à civilização”, disse Hauly, que é economista.

O Estadão chamou atenção para o parecer da PEC 110/19, subscrita pelo senador Roberto Rocha (PSDB/MA), que recomenda o fim do papel imune e pode ser mais um fator para aumentar consideravelmente o preço dos livros, jornais, revistas e periódicos, os chamados produtos editoriais. Isso quer dizer que, mesmo com a retirada do pedido de tramitação em regime de urgência do Projeto de Lei n o 3.887/2020, que institui a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços – CBS, as cadeias produtiva e de comercialização dos produtos editoriais, grandes geradoras de emprego, renda e cultura, formadas por fabricantes de papel, gráficas, autores, editoras, distribuidores e livrarias, devem continuar alertas. A Abigraf Nacional se manifestou totalmente contrária a qualquer proposta que institua a cobrança de taxas, impostos ou contribuições sobre a produção ou comercialização de livros, jornais, revistas e periódicos.

O portal Tab, do UOL, repercutiu a história em torno da publicação do novo livro da saga Crepúsculo. Nas redes sociais, os fãs da série reclamaram por conta da qualidade do papel de impressão dos livros. O novo livro foi impresso no papel Ivory Slim, que tem gramatura mais baixa (58 g/m²) e deu aos fãs a impressão de que os novos livros são mais finos e mais “moles” do que os antigos livros da saga. A intrínseca justificou a questão do papel como uma decisão técnica e mercadológica. "A tecnologia do papel Ivory Slim torna o livro mais leve e mantém a qualidade do produto, ou seja, os exemplares ocupam menos caixas e a distribuição em um país das dimensões do Brasil se torna menos custosa, de modo a não impactar tanto o preço final não só do livro, mas também do frete das lojas", afirmou Heloiza Daou, diretora de marketing da editora.

Na Inglaterra, J. K. Rowling, mesmo acusada de transfobia, lidera vendas com livroTroubled blood, no qual ela usa o pseudônimo Robert Galbraith. Segundo a Veja, foram 65 mil cópias em cinco dias.

O Estadão também fez uma matéria para falar sobre a decisão de alguns leitores de aproveitarem a quarentena para lerem livros clássicos extensos. Romances de autores como Stendhal e Tolstoi ganharam a atenção de muitos leitores durante o período de isolamento social.

No Painel das Letras, o destaque foi para a obra Pele negra, máscaras brancas. Clássico de Frantz Fanon que ganhará em novembro, nova edição pela Ubu. A obra irá sair com tiragem inicial de 6 mil exemplares, demonstração de que é a principal aposta da editora para este ano. A nova versão vai trazer um prefácio inédito da artista portuguesa Grada Kilomba, um posfácio do pesquisador Deivison Faustino e nova tradução de Sebastião Nascimento e Raquel Camargo.

E a Época reforçou que Garota, mulher, outras, livro de Bernardine Evaristo, vencedor do The Booker Prize e que foi recomendado por Barack Obama, chega às livrarias em outubro. A obra será publicada pela Companhia das Letras.

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[28/09/2020 10:10:00]