A série histórica da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro – divulgada nesta quinta-feira (15) – aponta que o setor editorial brasileiro teve uma diminuição de 40% no faturamento real nas vendas ao mercado desde o início da série, em 2006. Também foi constatada uma queda de 3% no faturamento de 2022 em relação a 2021, considerando vendas ao mercado – o faturamento total dessa modalidade é de cerca de R$ 4,1 bilhões. Em 2021, a taxa de crescimento real havia sido de 2,5%. Já a Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, com números desde 2019, teve neste ano sua primeira série histórica. Ela apontou um crescimento real de 95% em quatro anos, num mercado que em 2022 equivalia a R$ 224 milhões. As Pesquisas são coordenadas pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData. Em nota, o presidente do SNEL, Dante Cid, afirmou que o setor esperava que o cenário econômico já estivesse mais favorável no ano passado. “No entanto, mesmo com certo distanciamento, a pandemia ainda pesou muito nos resultados”, destaca. Para a presidente da CBL, Sevani Matos, também em nota, a pesquisa mostra a retração do mercado editorial nos últimos 17 anos, refletindo a queda da base de leitores no Brasil, como demonstrou a pesquisa Retratos da Leitura lançada em 2020. “É muito difícil esperar um mercado saudável e pujante em um país que perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores”, afirma. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra e ver as séries.

Marcos Guedes não é mais o CEO da Livraria Saraiva. Em um comunicado ao mercado divulgado nesta quarta-feira (14), a empresa anunciou a saída de Guedes do cargo de CEO não estatutário da companhia. Ele permanece "única e exclusivamente" como membro do Conselho de Administração. "A empresa agradece ao Sr. Marcos Guedes Pereira pela sua contribuição ao longo do período em que exerceu o mencionado cargo", diz o comunicado. No cargo desde junho de 2022, com períodos como CEO interino entre 2021 e 2022, o empresário declarou ao PublishNews no final de 2021 que suas principais missões eram reestabelecer a comunicação com o mercado editorial, estabilizar a companhia e fazer a empresa voltar a crescer. “Estamos trabalhando para novos alicerces da Saraiva”, disse durante uma Sabatina. No início do ano, acionistas e credores conseguiu algumas vitórias no âmbito da recuperação judicial ao adiar uma assembleia da empresa para solicitar explicações sobre contratos da Saraiva com a KR Capital. A pressão era para que a companhia divulgasse ao mercado o inteiro teor do contrato que deu origem a um crédito de R$25 milhões para a KR Capital. Segundo a Saraiva, a situação foi esclarecida no âmbito do juízo, e a livraria sempre negou veementemente qualquer irregularidade nos contratos, mas os questionamentos por parte de acionistas e credores continuaram. A Saraiva ainda não anunciou quem vai assumir o cargo de CEO a partir de agora.

A autora americana Barbara Kingsolver é a vencedora do Women’s Prize for Fiction 2023, por conta do seu romance Damon Copperhead. Ela leva para casa o prêmio de £ 30 mil – valor doado por um anônimo – e uma estatueta de bronze. No anúncio, feito na tarde de quarta (14) em uma cerimônia em Londres, o romance de Kingsolver foi descrito pelo júri como “brilhante e visceral”. “Barbara Kingsolver escreveu um livro imponente, profundamente poderoso e significativo”, disse Louise Minchin, presidente do júri. Em seu discurso, a autora também vencedora do Pulitzer 2023 lembrou que "A literatura é como fazemos nossos corações crescerem. E é assim que mudamos o mundo". Em Damon Copperhead, Kingsolver faz uma releitura do personagem criado por Dickens e conta a história da sua vida de “pouca sorte”. “Todos nós ficamos profundamente comovidos com Demon, seu gentil otimismo, resiliência e determinação, apesar de tudo estar contra ele”, compartilhou Minchin. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Eslovênia, país Convidado de Honra da 75ª Feira do Livro de Frankfurt (18 a 22/10), apresentou nesta quinta (15) o seu programa cultural e literário, o conceito do seu Pavilhão e a lista de autores que estarão presentes na feira. Evocando o mel, um dos símbolos do país, e sob o tema Honeycomb of words – “favo de mel de palavras” – a Eslovênia se juntou a várias instituições culturais de Frankfurt e outras cidades alemãs para apresentar seus artistas. O Museu do Romantismo Alemão, por exemplo, terá uma exposição dedicada ao poeta esloveno France Prešeren e a Villa Clementine, em Wiesbaden, convida as pessoas para um fim de semana dedicado à literatura eslovena. Entre os primeiros autores anunciados na maior feira do mercado editorial global, estão Slavoj Žižek e Mladen Dolar, com obras já publicadas no Brasil. O país espera levar mais de 70 autores. "Estamos ansiosos para apresentar a literatura e a cultura eslovena a um público interessado na feira do livro e nas inúmeras exposições e eventos que já estão ocorrendo em toda a Alemanha até outubro e ampliar ainda mais a rede internacional da indústria do livro eslovena”, comemorou Katja Stergar, diretora da Agência Eslovena do Livro. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

O editor norte-americano Robert Gottlieb morreu nesta quarta-feira (14) aos 92 anos. Reconhecido por seu trabalho na Simon & Schuster, na Knopf e também na revista The New Yorker, Gottlieb trabalhou com nomes como Toni Morrison, John le Carré, Salman Rushdie, John Cheever, Joseph Heller, Ray Bradbury, Doris Lessing e muitos outros. Por mais de três décadas na Simon & Schuster e na Knopf, Gottlieb transformou autores em estrelas, vendeu milhões de exemplares e conquistou um séquito de fãs entre escritores e colegas editores, até se tornar editor-chefe e presidente da Knopf. Em 1987, em uma mudança de marchas, assumiu a revista The New Yorker (o terceiro editor da publicação, depois de Harold Ross e William Shawn). Depois, voltou para a Knopf, se tornou crítico de dança da The New York Observer, organizou antologias de textos sobre música e dança e escreveu livros, incluindo uma autobiografia publicada em 2016, Avid reader: A life. Em modo sincero, o editor salpicou críticas a diversos autores no livro, segundo o The New York Times: falou de V.S. Naipaul ("um esnobe"), William Gaddis ("implacavalmente insatisfeito"), Roald Dahl ("errático e grosseiro"). "Ele não era apenas um editor, ele era o editor", le Carré disse ao New York Times na época do lançamento do livro. "Nunca tive um editor que chegasse perto dele em nenhum país, ninguém que poderia ser comparado a ele". No Instagram, o editor André Conti, da Todavia, escreveu: "E no meio de tanta tragédia, se foi o maior editor de todos os tempos. Editou centenas de livros célebres, escreveu lindamente, mudou o panorama editorial pra sempre, refez a New Yorker, colecionou bolsinhas e também trabalhou por décadas com dança, sua grande paixão". Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre 30 de julho e 05 de agosto de 2023. Estão entre as novidades, estão o novo livro de Edgar Morin, Histórias de vida (Bertrand Brasil), uma espécie de autobiografia intelectual do filósofo; o volume dos Evangelhos apócrifos (Companhia das Letras), traduzidos por Frederico Lourenço; o novo romance de Jacques Fux, Nunca vou te perdoar por você ter me obrigado a te esquecer (Faria e Silva); e a edição Para entender Frantz Fanon: kit especial contendo livro + marcador + postal, com texto de Frantz Fanon e Deivison Faustino. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

Vencedora do Prêmio Jabuti em 2022 com o volume de contos A vestida (Malê), a escritora carioca Eliana Alves Cruz vem ganhando destaque no cenário nacional com narrativas envolventes, permeadas por temas urgentes como o racismo estrutural, o feminismo e problemas sociais do país. A escritora topou participar da seção "O que estou lendo" – retomada agora pelo PublishNews – indicando um autor conterrâneo e estreante. Disse Eliana ao PN há algumas semanas: "Estou lendo o livro Disritmia, de Ronald Lincoln, um lançamento da Editora Malê. Lincoln é jornalista esportivo como eu e está explorando em seu primeiro livro de contos um cotidiano periférico tridimensional, com camadas e ritmos diversos que justificam o título. A batida em andamentos diferentes dos contos não acontece apenas na forma, mas no conteúdo, ou seja, enquanto um personagem está cheio de esperança, outro desistiu de tentar. É a própria vida, com suas contradições, bipolaridades e transitorialidades. Um descompasso marcado pelas carências de toda ordem de seus personagens, que atraem violência e dor, mas que não deixa de dar espaço também ao humor e a leveza quando se apresentam". Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Nesta quarta (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros representantes do governo – como o ministro da fazenda, Fernando Haddad; a presidente da Caixa, Rita Serrano, e os diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa e Tereza Campello – tiveram uma reunião fechada com empresários do varejo. Associados do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), entre eles representantes do Magazine Luiza e Livraria Cultura, estavam entre os presentes e discutiram temas como o alto nível dos juros no país, a concessão de crédito, a reforma tributária e a lealdade concorrencial no setor. Após a reunião, Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços falou com a imprensa. Segundo a Agência Brasil, Alckmin disse não há razão para o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75%, e sobre a meta de inflação. A regressão dos juros no curto prazo também é uma preocupação do setor varejista. “Nós notamos que vários programas que serão bons para o varejo, para o mercado, dependem disso também, não só a questão da Selic, mas o juro praticado no cartão de crédito, que é muito elevado”, disse Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV. Para ele, a reunião com o presidente foi produtiva, opinião compartilhada por Sérgio Herz, CEO da Livraria Cultura. “Foi um encontro muito produtivo. Não tenho dúvidas de que o varejo brasileiro colherá bons frutos desse trabalho que está sendo feito em conjunto com o governo brasileiro”, disse Herz ao PN. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A HarperCollins passa a publicar em julho novas edições dos romances, poemas e contos de Charles Bukowski, último “escritor maldito” da literatura norte-americana. Os livros chegam ao mercado com nova identidade visual criada pela designer Flavia Castanheira e trazem ainda prefácios que contextualizam a época em que foram escritos. Com mais de 45 obras publicadas, entre poemas, romances e contos, o primeiro livro de Bukowski a ser lançado pela HarperCollins, em julho, será o romance Factótum, que traz o personagem Henry Chinaski, alter ego do autor criado em 1971, protagonista de vários dos seus livros e um dos mais célebres anti-heróis da literatura americana. A obra tem ilustrações de Fabio Zimbres. Na sequência, em agosto, a editora lança Pulp, obra originalmente publicada em 1994, pouco depois da morte do autor. A novela conta a saga de Nick Belane, um detetive que investiga casos estranhos em Los Angeles, como o desaparecimento de um pardal vermelho, um adultério e o paradeiro de um escritor já falecido. Com pessimismo, humor ácido, um jeito marginal de viver e alcoolismo como suas marcas principais, tanto na vida quanto na literatura, Bukowski virou um ícone até hoje reverenciado por amantes de literatura americana e um retrato de uma geração.

Se durante a pandemia os encontros literários cresceram nas plataformas digitais, após a diminuição dos casos de COVID-19 as reuniões presenciais começaram a movimentar os leitores pelo Brasil. Pensando nisso, a Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2.500 – São Paulo / SP) dá início a uma temporada de clubes de leitura. O Clube da Escrita, por exemplo, convida os participantes a botarem os sentimentos no papel. Mediado pela escritora DMorje (pseudônimo de Danielle Rodrigues), o primeiro de uma série de encontros, nos dias 18 e 25 de junho, promove a troca de experiências para falar sobre a importância de conhecer os próprios sentimentos e aprender a equilibrá-los, a partir da escrita. No mês em que se celebra o orgulho LGBTQIAP+, a Unibes Cultural abre as portas para o Clube de Leitura Diversidade e Inclusão, com o tema A inclusão de pessoas LGBTQIAPN+, que se dedicará neste sábado (17), à leitura em conjunto de textos do livro homônimo, que aborda Diversidade e Inclusão nas organizações. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Depois de levar a arte do romance ao seu apogeu com Guerra e paz e Anna Kariênina — amplos panoramas que desenham com nitidez tanto o que se passa no interior do indivíduo como no conjunto das forças sociais —, Lev Tolstói, no auge de sua fama, dedicou-se a buscar uma forma minimalista, capaz de condensar nas poucas páginas de uma novela toda a riqueza e a complexidade de um grande romance. Concebido ao longo de mais de uma década e publicado somente em 1911, um ano após a morte do autor, O cupom falso (Editora 34, 96 pp, R$ 48) está estruturado em duas partes simétricas. Se, na primeira, a falsificação de um cupom (espécie de nota promissória com valor de dinheiro na sociedade russa da época) por um jovem estudante dispara uma sequência de acontecimentos catastróficos envolvendo múltiplos personagens, na segunda parte o leitor assiste ao movimento reverso, em que as ações humanas passam do mal à redenção. Mestre da arte narrativa, Tolstói alcançou em O cupom falso aquilo que a tradutora Priscila Marques definiu com exatidão, no posfácio, como “uma forma justa” — isto é, uma forma literária capaz de expressar artisticamente sua implacável sede por justiça e verdade.

Em Em nome do pai (Labrador, 160 pp, R$ 39,90), livro de Liliana Laganá, dois irmãos, um deles em seu último ano de vida, conversam sobre seu passado, recuperando momentos emblemáticos de suas existências, tanto na Itália, quanto no Brasil. Ao lado das esperadas nostalgias, o texto sangra abundante quando a figura do pai ganha protagonismo. Com ações desprovidas dos mais elementares escrúpulos de consciência, o mandante decide e governa, de forma bruta e desumana, o presente e o futuro dos filhos. Em um clima de última oportunidade, os irmãos explicitam sentimentos amargurados, provocados por um homem que, sem nenhum compromisso com a coerência de suas decisões, impõe obediências que marcarão a alma e o destino de ambos. A obra de Liliana se torna então, um relato pungente, em crua e invejável linguagem, numa clara manifestação catártica, num clima de uma longa sessão de psicoterapia.

Em Viver à sua luz (Nós, 192 pp, R$ 70,00 – Trad.: Camila Vargas Boldrini), Malika tem um casamento fracassado com Allal, que decide combater na Indochina francesa, ao lado dos franceses, e nunca retorna à sua casa em Beni Mellal. Relegada a uma condição de miséria, Malika é “salva” por um segundo casamento, dessa vez mais por conveniência do que por amor, com Mohammed, com quem terá nove filhos em Rabat. É lá que Malika travará sua grande batalha para impedir que Khadija, sua filha, torne-se empregada na casa de Monique, que, mesmo tendo vivido quase toda a vida na França, não consegue esquecer o Marrocos, a beleza do Marrocos, a luz do Marrocos. Num terceiro momento, o leitor se depara com uma Malika envelhecida, marcada por um passado difícil de ser digerido, e que tenta convencer Jaâfar, amigo de seu filho Ahmed, a não voltar ao presídio de onde acabara de sair. É aí que os leitores poderão conhecer com mais profundidade, e com a espessura do tempo, uma outra Malika e suas estratégias de escapar às crueldades de uma vida que ela mais enfrentou do que viveu.

Fenômeno do TikTok, Amor corrompido (Essência, 320 pp, R$ 69,90 – Trad.: Débora Isidoro) apresenta os personagens Alex Volkov e Ava Chen. Alex é frio, calculista, bem-sucedido e arrogante. Ava é doce, simpática, universitária e divertida. Dois opostos que, aparentemente, só têm a primeira letra do nome em comum. Mas o destino mostra que são mais semelhantes do que imaginam, incluindo os traumas que os afligem. Quando Josh, irmão de Ava, decide passar uma temporada fora, ele confia os cuidados da irmã mais nova ao seu melhor amigo, Alex, com a certeza de que ele jamais se interessaria por Ava. Sem opção de recusar, Volkov aceita a missão e passa a conviver diariamente com a garota, mudando até para próximo dela. Enquanto Alex vive sua tripla jornada de ser diretor de uma empresa, ficar de olho em Ava e buscar vingança por um trauma do passado, ele percebe que seu coração, acaba sendo atingido por Eva. Primeiro livro da tetralogia Twisted Love, em Amor corrompido Ana Huang evidencia a essência de um dark romance, com cenas hot, um protagonista masculino misterioso e uma história de amor proibida.