A Bienal do Livro Rio 2025 – realizada pela GL events Exhibitions em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) – anunciou nesta quarta-feira (12) os primeiros nomes de convidados confirmados para o evento: o norte-americano G.T. Karber estará no Palco Apoteose, no dia 21 de junho, às 19h. O escritor lançou Murdle (Intrínseca), obra em que o leitor precisa desvendar o responsável por uma série de crimes. O título teve mais de 1 milhão de exemplares vendidos mundialmente e foi premiado como o Livro do Ano pelo British Book Awards 2024. A Bienal do Livro Rio 2025 ocorre entre os dias 13 e 22 de junho, no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro. Já britânica Cara Hunter, famosa pelos romances policiais best-sellers do Sunday Times, também sobe ao Palco Apoteose, no dia 19 de junho, às 13h. Da América Latina, o argentino Pedro Mairal, conhecido por sua prosa sensível e envolvente, também marca presença para festejar os 25 anos de Café Literário, no dia 19 de junho, às 18h, reforçando a conexão entre as literaturas latino-americanas. Um dos autores brasileiros confirmados é o professor e escritor carioca Jeferson Tenório. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A terceira edição do Prêmio Skeelo – Inovação do Ano, uma categoria do Prêmio PublishNews, abre inscrições nesta quinta-feira (13). A ideia é reconhecer iniciativas inovadoras — em atividade há pelo menos três meses na data de inscrição — do mercado editorial em qualquer área de atuação, realizada por indivíduos, empresas ou organizações. As inscrições vão até 28 de março de 2025, são gratuitas e devem ser feitas por meio deste formulário. Enquanto esta é a terceira edição do Prêmio Inovação do Ano, uma parceria entre o PublishNews e o Skeelo, o Prêmio PublishNews em si chega agora à sua 9ª edição. O projeto inscrito na categoria pode ser um negócio, uma inovação em um processo já estabelecido, um novo método de trabalho e organização interna das empresas, iniciativas criativas em diferentes setores (do editorial à gestão de pessoas, passando pela área gráfica e administrativa), um projeto específico, ou qualquer outra invenção ou solução implementada por profissionais ou empresas do mercado editorial. O objetivo é reconhecer ações que tenham criado facilidades, aperfeiçoado processos e aberto novos caminhos, contribuindo assim para o desenvolvimento do mercado do livro no país. A cerimônia do Prêmio PublishNews 2025 será realizada em 7 de maio, quarta-feira, novamente no Goethe-Institut São Paulo (Rua Lisboa, 974), a partir das 18h30. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Editores, livreiros, distribuidores, agentes literários, ilustradores, bibliotecários, designers, tradutores e outros profissionais do setor do livro já podem se inscrever nas Jornadas Profissionais (de 22 a 24 de abril) da 49ª edição da Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. Os interessados devem se inscrever neste link. Durante três dias, as Jornadas recebem rodadas internacionais de negócios, capacitações e oportunidades para parcerias entre os diferentes agentes da indústria editorial. A ideia é que sejam desenvolvidas e fortalecidas redes de contatos profissionais, incentivando a conexão e o networking entre profissionais do ecossistema do livro. Na última edição das Jornadas Profissionais da Feira, participaram 12 mil editores, livreiros, distribuidores, ilustradores, tradutores e outros profissionais de Argentina, Alemanha, Bélgica, Bolívia, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Turquia, Uruguai e Venezuela, entre outros. Este ano, com Riad, capital da Arábia Saudita, como cidade convidada de honra, a expectativa da organização é que se abra um novo caminho de cooperação editorial entre diversos países, culturas e idiomas. Pela oitava vez, as Jornadas Profissionais contarão com um espaço especial localizado no Pavilhão Vermelho para reuniões e negociações de compra e venda de direitos e coedições com editores e agentes literários de diversos países. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Em 2017, a MVB, empresa irmã da Feira do Livro de Frankfurt, comprou da Nielsen a Pubnet, serviço que organiza os processos entre editoras e varejistas de livros. Em 2019, a solução – que, por meio de um protocolo de troca eletrônica de dados (EDI, do inglês Eletronic Data Interchange), permite que varejistas façam seus pedidos e que eles sejam encaminhados, dentro de padrões globais, aos editores – foi apresentada ao mercado brasileiro, mas agora chega oficialmente já com uma nova integração. Já consolidada nos EUA, Canadá e Reino Unido, a Pubnet chega à América Latina ajudando as editoras a eliminar retrabalho, reduzir custos operacionais e acelerar a reposição de livros, de acordo com a empresa. A ideia é conectar varejistas e fornecedores de maneira direta e eficiente e trazer outros benefícios, como a automação do fluxo de pedidos, segurança e padronização e suporte técnico especializado. A solução tem homologação do ERP Versa, que permite que editoras, distribuidoras e livrarias que utilizam esse sistema agora possam automatizar a gestão de pedidos, garantindo mais controle, velocidade e segurança. A Pubnet também já está integrada à Amazon, e outras varejistas serão anunciadas em breve. A adesão à Pubnet é gratuita para livrarias. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

A Banca Curva – aberta desde 2018 na Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 340, na Vila Buarque, em São Paulo – foi atingida por um grande pedaço de árvore durante o temporal que atingiu a capital nesta quarta (12) e teve parte de seu telhado e portas de aço destruídos. Em um post nas redes sociais, o estabelecimento contou que no momento a banca estava fechada e ninguém se feriu. A Banca ainda não conseguiu levantar todos os danos causados, mas não conseguirá arcar com os custos da reconstrução do espaço. Segundo Rodrigo Motta, artista, educador independente e dono da Banca, a Defesa Civil ainda não retirou a árvore, por isso ele ainda não conseguiu dimensionar o prejuízo total. “Visualmente, a banca foi amassada de cima para baixo, teto e frente foram destruídos. Os próximos passos são a retirada da árvore, serrar as estruturas para tirar tudo de dentro da banca, e analisar os custos para uma reforma”. Fechada por tempo indeterminado, a Curva já começou a arrecadar qualquer valor para ajudar nesta reforma. Interessados em ajudar, podem enviar Pix para bancacurva@gmail.com. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias em 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Entre os livros previstos para a semana entre 28 de abril e 4 de maio está a coleção completa das 38 peças de teatro de William Shakespeare na editora Nova Aguilar, textos de Fernando Pessoa em Cartas de amor (Tinta da China), e também o clássico Memórias do cárcere (Penguin), de Graciliano Ramos. Confira todas as novidades clicando aqui. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

A Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte homologou no último sábado (8) o resultado do Prêmio Cidade de Belo Horizonte 2024 nas categorias romance e dramaturgia. O lampejo ocasional, original do escritor mineiro Leonardo Piana, foi o vencedor da categoria romance. Em dramaturgia, a premiação consagrou Antônimos de afável em francês, de Daniel Barboza Magalhães. Leonardo Piana já havia vencido a premiação em 2020, com Sismógrafo, seu romance de estreia. Posteriormente, o livro foi publicado pela editora Macondo e figurou entre os finalistas de prêmios como o Jabuti e o São Paulo de Literatura. Criado em 1947, na comemoração do cinquentenário da capital mineira, o Prêmio Cidade de Belo Horizonte é um dos mais antigos do país para obras inéditas. Durante a história do concurso – que sofreu adaptações em seu formato ao longo dos anos – foram premiados autores como Ana Martins Marques, Elvira Vigna, Flavio Cafiero e Prisca Agustoni. Atualmente, as categorias são alternadas a cada ano entre conto e poesia, e romance e dramaturgia. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Na próxima semana, de 17 a 20 de março, a Fespa Brasil Digital Printing – Feira de Indústria Gráfica realiza uma série de palestras focadas no segmento de impressão gráfica e comunicação, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte (Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme – São Paulo / SP). Já no primeiro dia (segunda, 17), às 14h, João Scortecci, diretor do Grupo Editorial Scortecci e Presidente da Abigraf-SP (Associação Brasileira da Indústria Gráfica, regional São Paulo) falará sobre o tema “Encantar e fidelizar clientes em tempos de IA”, na Arena Inteligência Gráfica & Comunicação Visual, compartilhando com gráficos e editores sua experiência de mais de 40 anos como empresário, escritor e editor. “A IA vem impactando em nossa sociedade de diferentes maneiras e em diversos setores, incluindo o mundo dos negócios. Nesse cenário, queremos convidar os participantes a refletirem sobre os novos rumos do mercado, mostrar como as ferramentas baseadas em Inteligência Artificial podem ajudar nossas empresas e, principalmente, fazer a diferença no relacionamento com nossos clientes”, diz Scortecci. Interessados em participar do evento podem se inscrever clicando aqui.

A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie está de volta com um novo romance após mais de uma década. A contagem dos sonhos chega ao Brasil em março pela Companhia das Letras e, por meio de uma parceria com a TAG Experiências Literárias, os associados da TAG Inéditos receberão a obra na caixinha de abril, em uma edição exclusiva, com projeto gráfico diferenciado e materiais complementares sobre a autora e a obra. Os membros da TAG Curadoria que desejarem adquirir a obra poderão escolhê-la como opcional do mês e recebê-la na caixinha de maio. O livro marca o retorno de Chimamanda ao romance após o sucesso de Americanah (Companhia das Letras) e traz uma narrativa polifônica que explora a diversidade de vivências de jovens mulheres africanas em seus movimentos pelo mundo. A obra se debruça sobre o diálogo entre tradição e contemporaneidade, abordando as relações que cada personagem estabelece com sua ancestralidade, seu território de origem e o desejo de habitar sua própria vida com autonomia e coragem. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Arqueiro anunciou que se prepara para lançar, em 2026, um livro inspirado nos K-dramas — os dramas coreanos que são um fenômeno de visualizações no Brasil. Em Camellia Salon (ainda sem tradução para o português), a roteirista e escritora Go Suri combina elementos fantásticos com romance e reforça a popularidade da healing fiction - ficção coreana, que conquistou o público com narrativas leves e personagens que deixam o estresse para trás em busca de algo mais significativo. Na obra, localizado na Ilha Dongbaek, o Camellia Salon é um café misterioso que abre com a primeira neve e fecha no final da temporada das camélias. No budismo, diz-se que a alma dos mortos permanece neste mundo por 49 dias antes de decidir se quer ficar ou partir para a vida após a morte. O Camellia Salon é o lugar onde essas almas ficam durante a espera, atendidas pela proprietária idosa Yeo Sunja, o estalajadeiro Ma Duyeol, o gerente Yu Yisoo e o bibliotecário Ji Wonwoo, leitor dos livros da vida, onde as memórias dos falecidos são registradas. A obra acompanha a jornada dos convidados do Camellia Salon – Seol Jina, Park Bokhee, Ahn Jiho, Gu Changsu e outros – enquanto eles se reúnem noite após noite revelando segredos sobre suas vidas passadas. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta nota.

Nesta quinta-feira (13), às 19h30, o auditório do Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195 – São Paulo / SP) recebe o evento de lançamento do livro Frans Krajcberg: a natureza como cultura, em coedição pelas Edições Sesc São Paulo e pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp). A obra é resultado da “encomenda” que o escultor, pintor, fotógrafo e ativista ambiental Frans Krajcberg (1921-2017) fez ao ativista, amigo e colaborador João Meirelles, em 1985. Quase 40 anos após o pedido e muita pesquisa, finalmente a biografia de Krajcberg vem a público. Com fotos exclusivas e depoimentos inéditos, o livro apresenta a vida e a obra deste que é considerado um dos maiores artistas plásticos do século 20, nascido na Polônia em uma família judaica e naturalizado brasileiro. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A oficina Como publicar seu primeiro livro será realizada no sábado (22), das 16h às 18h, no Maria Maria Espaço Cultural (Rua Fernando Machado, 464 – Porto Alegre / RS). A aula prática para autores iniciantes será ministrada pela jornalista e produtora cultural Flávia Cunha. A atividade abordará os percursos possíveis para publicação de livros, além de dar orientações práticas sobre o processo de edição e divulgação de lançamentos literários. A ideia de promover uma edição da oficina Como publicar seu primeiro livro destinada exclusivamente ao público feminino se deve à desigualdade de gênero ainda presente no mercado editorial brasileiro e internacional. A atividade abordará os percursos possíveis para publicação de livros, além de dar orientações práticas sobre o processo de edição e divulgação de lançamentos literários. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Conhecido por tornar a filosofia compreensível e aplicável a todos os públicos, o jornalista, filósofo, professor e palestrante, Clóvis de Barros Filho, inaugura a coleção Clóvis Explica com a obra Ilíada & Odisseia (Citadel, 288 pp, R$ 64,90). No livro, o escritor best-seller explora as lições atemporais presentes nas aventuras de heróis como Aquiles e Odisseu em reflexões sobre coragem, honra e o sentido da vida. O autor conecta as narrativas à realidade contemporânea, compara disputas mitológicas com as semifinais da Champions League e relaciona batalhas imponentes aos cenários de home office, tornando a leitura leve e instigante. Na primeira parte, dedicada à Ilíada, o filósofo contextualiza os eventos que antecedem a Guerra de Troia. Relata, por exemplo, como a rivalidade entre as deusas Hera, Atena e Afrodite desencadeou o conflito, e como Zeus, incomodado com o crescimento da população humana, “patrocinou” os combates para aliviar a pressão sobre Gaia (Terra). A partir da história trágica do semideus Aquiles, aborda assuntos como integridade, consequências das decisões e liderança em períodos de crise. O enredo ganha um toque familiar no segundo texto, destinado à Odisseia, quando o professor relembra diálogos da infância com o pai para explicar as aventuras de Odisseu no retorno a Ítaca. A análise reúne lições sobre a importância da perseverança e das escolhas diante dos imprevistos. As provações enfrentadas pelo protagonista revelam como a jornada do “retorno para casa” representa mais que um trajeto — é uma metáfora sobre resiliência, prioridades e crescimento pessoal.

Ensinamentos filosóficos de nomes como Marco Aurélio, Sêneca, Zenão de Cítio, Epicteto e outros grandes nomes da filosofia antiga são abordados pelo escritor e fundador da conta The Everyday Stoic, William Mulligan, no livro O jeito estoico de viver (Latitude, 220 pp, R$ 54,90 – Trad.: Cássia Zanon). A obra é um convite para reavaliar a relação com o mundo e encontrar propósito em meio aos desafios mais complexos. Embasado na filosofia greco-romana e em experiências pessoais, Mulligan traduz conceitos clássicos da doutrina em estratégias acessíveis para a contemporaneidade. O autor apresenta regras simples e práticas para cultivar resiliência, equilíbrio emocional e senso de calma interior, a fim de ter uma vivência significativa, menos estressante e mentalmente saudável. Um dos principais passos para alcançar o estado austero do estoicismo, segundo o autor, é transformar a forma de pensar e de agir, a maneira como se percebe os obstáculos – e, acima de tudo, saber compreender que não é possível ter controle sobre os conflitos externos. Ao passar pelas regras filosóficas de sabedoria, justiça, coragem e moderação, William Mulligan explica que ser estoico não significa estudar textos complexos, mas, sim, construir hábitos que facilitam as boas escolhas: ser gentil, compassivo, resiliente, grato e compreender que está tudo bem quando as coisas não saem como o planejado. Essas pequenas ações, repetidas diariamente, guiarão cada leitor à felicidade e a desenvolver paciência, empatia e sabedoria, contribuindo para o convívio social, profissional e familiar. Afinal, por meio desses princípios, é possível cultivar o bem-estar físico e mental, além de melhorar a forma de se relacionar consigo mesmo.

Fruto da colaboração entre as pensadoras Judith Butler e Athena Athanasiou, Despossessão: O performativo na política (Editora Unesp, 256 pp, R$ 66 – Trad.: Beatriz Zampieri) oferece uma análise sobre as dinâmicas de poder e as formas de resistência em um cenário global de desigualdades e exclusões. A obra convida os leitores a repensar o espaço político como um campo dinâmico, onde discursos e ações performativas continuamente moldam e redefinem realidades sociais e identidades políticas. O conceito de despossessão é central no pensamento de Butler, iluminando como o poder é exercido para negar direitos e reconhecimento a indivíduos e grupos marginalizados. Athanasiou, ao adotar a perspectiva performativa de Butler, vê na despossessão não apenas uma forma de perda, mas uma poderosa ferramenta de resistência. As autoras destacam que o sujeito "despossuído" reconhece e se reconecta com os vínculos sociais que o constituem, revelando um potencial para novas formas de ação coletiva e construção política.

O que acontece quando uma antropóloga brasileira especialista na Amazônia e um filósofo britânico especialista em Grécia e China antigas conversam sobre os significados da humanidade e da animalidade? Onças e borboletas (Todavia, 152 pp, R$ 74,90 – Trad.: Fabiane Secches) é o resultado de uma correspondência eletrônica de longa duração, realizada durante a quarentena da Covid-19, entre dois autores – Geoffrey Lloyd e Aparecida Vilaça – que há muito vêm colaborando no campo da antropologia da ciência. Sua originalidade encontra-se não somente no inusitado dos universos escolhidos para a comparação, mas também na decisão dos autores de preservar os caminhos do diálogo, na forma de uma troca espontânea e não linear de observações sobre temas caros a ambos, particularmente sobre as transformações recíprocas entre humanos e animais, que costumam ser tratados como irracionais e exóticos pela ciência ocidental dita moderna. Tomando com seriedade as perspectivas nativas (indígenas e dos mundos antigos), o exercício dialógico aqui realizado oferece ao leitor uma visão original sobre aquilo que poderíamos chamar de alteridade radical, conduzindo a uma compreensão sofisticada do pensamento do Outro, cada vez mais necessária em um mundo que se torna a cada dia mais intolerante.

Em Alma e Frio: ensaios sobre a crueldade (Moinhos, 362 pp, R$ 99), Cesar Kiraly conduz o leitor por uma reflexão densa e provocativa sobre as múltiplas formas da crueldade na experiência humana e nas estruturas sociais. Através de ensaios filosóficos que dialogam com Hume, Montaigne e Maquiavel, o autor tece uma narrativa que explora a política, a moralidade e o ceticismo como elementos inseparáveis da condição contemporânea. Com uma linguagem poética e analítica, Kiraly nos desafia a enxergar a crueldade não apenas como uma manifestação do mal, mas como um componente histórico, político e emocional que nos obriga a confrontar nossas crenças, medos e desejos. Cada página adota um olhar sensível e crítico sobre os paradoxos humanos: o calor e o frio, a paixão e a razão, a justiça e o abismo ético. Cesar Kiraly é Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ, professor de Estética e Teoria Política no Departamento de Ciência Política da UFF, Coordenador do GT Hume da ANPOF e editor da Revista Estudos Políticos.