O PublishNews e a Feira do Livro de Frankfurt anunciam nesta quarta-feira (21) os cinco finalistas do Prêmio Jovens Talentos da Indústria Editorial 2024. Desde 2015, o prêmio – que conta com patrocínio da MVB América Latina – tem a missão de apresentar profissionais que não só representam a renovação do mercado, mas também o futuro da indústria. Foram mais de 25 inscrições e, mais uma vez, os finalistas representam diferentes áreas do mercado editorial. São eles: Ing Lee (Ilustradora freelancer); Leopoldo Cavalcante (Editor-chefe, Aboio); Milena Lourenço (Gerente de Marketing, HarperCollins Brasil); Rafaela Chiapin Pechansky (Publisher, TAG – Experiências Literárias); Ronaldo Rodrigues Lopes (Coordenador de Marketing, Global). Os cinco finalistas já têm ingressos garantidos para a Feira de Frankfurt (16 a 20 de outubro), maior feira do setor e lugar onde, além de contatos com os principais tomadores de decisões das maiores e mais importantes empresas do setor no mundo, eles poderão assistir a uma programação de palestras, mesas e debates (em inglês) que discutem tendências e apresentam o futuro da indústria. Marifé Boix-Garcia, vice-presidente da Feira do Livro de Frankfurt, frisa que a participação na feira não deve ser só uma viagem de prazer, mas sim uma viagem de interesse profissional. “Receber o prêmio é equivalente a receber uma distinção por parte do PublishNews e da Feira de Frankfurt”, completa. No início de setembro, os cinco escolhidos vão participar de um pitching para apresentarem seus trabalhos e cases para um júri composto por: Marifé Boix-Garcia, Ricardo Costa (CEO da MVB América Latina), Lizandra Magon (diretora editorial da Jandaíra e presidenta da Libre), Eliana Menegucci (CEO da Livraria da Vila) e Rogério Pereira (escritor, jornalista e editor do jornal Rascunho). Eles serão os responsáveis por analisar e escolher o vencedor. No dia 9 de setembro, durante a programação do InterLivro, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, será anunciado o vencedor. Clique no Leia mais para conhecer os finalistas.

Em 12 e 13 de agosto, a Associação Brasileira de Propriedade intelectual (ABPI) realizou o seu 44º Congresso Internacional, tendo como tema básico a propriedade intelectual e ética frente às novas tecnologias, com especial atenção para a inteligência artificial. Vários aspectos desse tema do momento foram discutidos, inclusive a participação dos mecanismos de inteligência artificial na criação de obras artísticas e cientificas protegidas pelo direito. Também foi abordado o financiamento de projetos de propriedade intelectual, como startups, tendo como garantia bens imateriais; por exemplo, patentes, direitos sobre a reprodução e comercialização de obras de arte. No aspecto da proteção de obras elaboradas com o auxílio da inteligência artificial a grande questão é especificar que tipo de colaboração é incluída na obra, se autorizada, e em qual extensão. Seriam imagens feitas por computador? Gráficos? Parte dos textos? Por esse ângulo, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) deu um passo significativo em maio desse ano, com a elaboração de cláusulas para possível emprego em contratos de edição, que especificam (a) se houve, ou não, a participação de mecanismos de inteligência artificial no livro a ser editado; (b) caso positivo, que tipo de mecanismo teria sido utilizado; e ainda (c) tendo sido utilizada a inteligência artificial, qual o percentual de utilização foi empregado em relação ao conjunto da obra. Tal circunstância permite ao autor balizar a sua produção; ao editor saber o que está publicando, e ao leitor, o que está adquirindo para a sua biblioteca e utilização pessoal ou profissional. Clique no Leia mais para acessar a íntegra desta coluna.

A Plataforma Bibliotecas Paulistas recebeu em 2024 o cadastro recorde de 1.448 bibliotecas e/ou salas de leitura de acesso público, distribuídas em 447 municípios paulistas, frente ao número de 480 registros em 2023. Os dados dizem respeito à atualização cadastral das bibliotecas e salas de leitura no Sistema Estadual de Bibliotecas de São Paulo (SisEB). Neste ano, foram cadastradas 593 bibliotecas públicas; 586 bibliotecas escolares/salas de leitura; 35 bibliotecas comunitárias; 13 bibliotecas em equipamentos da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas; 68 bibliotecas de outra Secretaria e/ou autarquia do Estado; e 49 bibliotecas universitárias/acadêmicas, além de centros de referências, bibliotecas especializadas, entre outros. O resultado será anunciado oficialmente nesta quarta-feira (21) pelo governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas. Todas as bibliotecas do Estado que estiverem com o cadastro aprovado podem solicitar, semestralmente, um kit de novos livros para o acervo, com 150 exemplares, por meio do sistema eletrônico do SisEB. As bibliotecas também podem participar de todas as ações e editais do SisEB voltados para o setor. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Grupo HarperCollins está à procura de um produtor de conteúdo e de um estagiário de planejamento financeiro. Para a primeira vaga, o profissional ficará responsável por atividades como criação de textos e legendas para conteúdos online, de acordo com linguagem da editora, além de roteiro para vídeos; elaboração de textos para materiais publicitários e campanhas offline; gravação e edição de vídeos para as redes sociais da HarperCollins; e traduzir materiais de vídeos e textos do inglês para o português. O candidato deve ter formação superior em Marketing, Comunicação Social, Relações Públicas, Publicidade ou cursos similares, facilidade e boa desenvoltura para aparecer em vídeos, excelente escrita, inglês avançado e domínio do pacote Office. Interessados devem se inscrever clicando aqui. Para a vaga de estágio em planejamento financeiro, a editora pede que os candidatos estejam cursando Administração, Ciências Contábeis, Engenharia de Produção ou Economia; tenham conhecimento no pacote Office (principalmente Excel) e inglês intermediário. O estagiário dará apoio preparação e entrega de relatórios financeiros, na pesquisa e análise de Mercado, em informações de vendas e na realização de análises financeiras. Interessados podem se inscrever clicando aqui.

A Faro Editorial terá programação com autores convidados no seu estande na Bienal do Livro de São Paulo em comemoração do aniversário de 11 anos da editora. O grupo conta com mais de 500 títulos publicados ao longo de sua história, com dezenas de livros entre os 10 mais vendidos do país. O evento ocorre entre os dias 6 e 15 de setembro, no Distrito do Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1300 – São Paulo / SP) e são esperados cerca de 600 mil visitantes. “Estamos muito animados com a Bienal este ano. Anhembi novo, com ótima estrutura e os números prévios de aquisição de ingressos antecipados e busca de senhas estão três vezes maiores que em 2022, e indicam que irá superar o recorde de público que ocorreu naquela bienal. Estamos com um estande 30% maior e com muitas novidades em ficção para público infantojuvenil e adulto”, diz a editora em comunicado. Com um estande de mais de 130m² com livros de variados gêneros literários, com destaque para os gêneros romance e suspense, a Faro terá um espaço instagramável para os leitores mergulharem numa biblioteca dos sonhos, além da presença dos autores Victor Bonini, Fabíola Simões, André Marsiglia, Laudelino de Oliveira, Victor Degasperi, com sessões de autógrafos para os leitores, e também na programação oficial da Bienal. Os horários das sessões de autógrafos no estande da editora e também os debates na programação oficial da feira estão no site oficial da Bienal de São Paulo e também nas redes sociais da editora. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

O Radar de Licitações – seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais – traz mais dois editais. O primeiro deles tem como objeto a aquisição de material pedagógico de inclusão social, pilares da educação, biblioteca escolar e laboratório de matemática destinados aos alunos do ensino fundamental de um município brasileiro. A disputa está marcada para 27 de agosto e o valor chega a R$ 677.291,81. O segundo edital da semana visa a contratação de empresa especializada para serviços de impressão e acabamento de livros. O pregão está marcado para o dia 30 de agosto e o valor chega a R$ 323 mil. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

Nesta quinta-feira (22), acontece a sessão de autógrafos do lançamento O que não tem censura nem nunca terá: Chico Buarque e a repressão artística na ditadura militar (L&PM), escrito pelo jornalista Márcio Pinheiro, às 18h, na Livraria Argumento (Rua Dias Ferreira, 417, Leblon – Rio de Janeiro / RJ). Um dos principais alvos da censura, Chico Buarque registrou a ditadura brasileira em suas canções. O que não tem censura nem nunca terá: Chico Buarque e a repressão artística na ditadura militar recupera as primeiras décadas da carreira do cantor e compositor, em especial sua relação com a repressão durante a ditadura militar (1964-1985). Para além de um livro da história do cantor e compositor, também pode ser lido com um livro de história do Brasil, recobrando episódios famosos como o atentado do Riocentro, em 1981, quando uma bomba explodiu no colo de militares que se preparavam para provocar uma explosão num show musical em comemoração ao Dia do Trabalhador e colocar a culpa em movimentos subversivos. Márcio Pinheiro nasceu em 1967 – ano em que Chico lançou Noite dos mascarados e Com açúcar, com afeto. Jornalista desde 1989, trabalhou nos principais veículos de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, como Zero Hora, Jornal da Tarde e Jornal do Brasil. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

“Que tipo de diário eu gostaria que fosse o meu?”, anotou em seu diário Virginia Woolf, em 10 de junho de 1919, aos 37 anos. A pergunta também norteia Triste cuíca (Janela + MapaLab), novo livro de Julia Wähmann, que traça um inventário sobre a construção da memória e como a escrita interfere e cristaliza fragmentos da vida e da história. O livro já tem dois eventos de lançamento marcados. No Rio de Janeiro, na Janela Livraria do Jardim Botânico (Rua Maria Angélica, 171, loja B, Jardim Botânico – Rio de Janeiro / RJ), nesta quarta-feira (21), às 19h, com sessão de autógrafos; e em São Paulo, na Livraria da Tarde (Rua Cônego Eugênio Leite, 956, Pinheiros – São Paulo / SP), na quarta-feira (4/09), às 19h, com bate-papo da autora com Paloma Vidal e sessão de autógrafos. Ao revisitar seus diários de infância e adolescência – “um oceano de constrangimento” –, as lembranças ora cômicas ora angustiantes da pandemia – “até aqui, tenho três cadernos inteiramente destruídos” – e diários de personalidades célebres e anônimas, a escritora cria um mosaico sobre o gênero literário notadamente confessional, que, como crônicas efêmeras, capturam um estado de espírito e o retrato de uma época. A esses vestígios, somam-se reminiscências dos relatos de seu avô escritos durante sua participação na Segunda Guerra Mundial. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Se estiver sonhando com alguém, se estiver apaixonada, se estiver de coração partido, se estiver solitária, se estiver triste, se estiver com saudades, se precisar de encorajamento, se estiver olhando para si, se precisar de um motivo para ficar. O livro Pensamentos de travesseiro (Planeta, 272 pp, R$ 59,90 – Trad.: Luisa Geisler) é dividido em capítulos direcionados a diferentes sentimentos, com o objetivo que o leitor leia aquilo quando estiver mais precisando. 'Faça uma xícara de chá e se permita sentir', é a proposta da obra de poesias sobre aqueles pensamentos que surgem na madrugada. A autora Courtney Peppernell é uma autora best-seller australiana, conhecida por suas coletâneas de poesia. Com mais de 2 milhões de livros vendidos ao redor do mundo, ela é uma das principais autoras do gênero na atualidade. Courtney passa os dias escrevendo e trabalhando em muitos projetos junto de seus cachorros e galinhas. Pelos próximos anos, seu desejo é continuar explorando as formas de expressão e a arte da cura através de contos, romances e poesia.

É com a dúvida, a escolha e o que não será vivido, que o livro O músculo da escolha (Corsário Satã, 96 pp, R$ 42) traz a costura dos versos. Em fragmentos, uma mulher sabe que precisa partir; caminha. Esses fragmentos em prosa poética fluem como um rio subterrâneo, oferecendo narrativas breves que se conectam com os poemas. Em cada poema um talvez, um quase, um ir e voltar. Por exemplo: “há o abismo/não há” ou “talvez o osso do livro seja/o que dele sai/o que nele entra/o que canta dentro de quem lê”. O livro traz poemas menores e, em resposta, poemas mais descritivos, como o poema Dos Modos, em que Louise Bourgeois, ao colocar a guilhotina no batente de sua porta, sabe toda a gravidade de um dia decapitado. Em seus versos, Inês Campos dribla a ordem do controlável ou do previsível e se estabelece naquilo que escapa. Surpreende com poemas sobre física quântica, filmes, materiais de desenho, informações sobre a guilhotina retiradas do wikipédia, entre outros. Mais uma vez a autora se evidencia em esculpir palavras e sentimentos.

Romances de cordel (José Olympio, 104 pp, R$ 69,90) reúne trabalhos de Ferreira Gullar criados especialmente no Centro de Cultura Popular (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), nos anos 1960. São consequências de um convite feito pelo dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho – o Vianinha – para que Gullar participasse das iniciativas do CPC, àquela altura, um grupo recém-formado que aglutinou originalmente realizadores de teatro. A parceria com a UNE costurada por Vianinha, mais que promissora, também significou uma oportunidade única para que os artistas engajados na militância política pudessem colaborar em conjunto. Esse mergulho nas causas populares rendeu criações que marcaram para sempre a cultura brasileira, sendo este Romances de cordel a notação de seu braço literário. A pedido de Vianinha, Gullar compôs João Boa-Morte cabra marcado para morrer, texto que, a princípio, seria adaptado para o teatro, mas acabou sendo publicado apenas em um folheto típico dos cordelistas. Assim também foi feito com Quem matou Aparecida?, que conta a história de uma mulher, moradora da extinta favela da Praia do Pinto, no Rio de Janeiro, que, em um ato de desespero, ateia fogo à própria roupa. Este livro representa, portanto, não apenas a perpetuação da lira política de Ferreira Gullar, mas também presta devida reverência ao imaginário das lutas populares que se mantiveram perseverantes.

Na obra Livro de erros (Iluminuras, 148 pp, R$ 69), o claro enigma da poesia está todo aí. No princípio, vale a lição clássica horaciana: labor limae et mora. Poesia racional, mas não sem emoção. Das palavras, demanda o escrutínio rigoroso do seu sistema de polinização, incluindo cores, espinhos, sem esquecer tumores. No meio do caminho, Maria Lúcia dal Farra dispõe de seus poetas-guias, que aqui são sobretudo Lezama Lima, Eugénio de Andrade e, sempre, Herberto Helder, Florbela Espanca e Santa Teresa D’Ávila. Do Pessoa, só convoca Ricardo Reis, e com ele as retas razões dos sonetos e a nudez das sílabas. Há também os exibidos a despistar, os que fingem que poesia é vida e atravessam o ritmo, como Ana Cristina César, que Maria Lúcia tritura com elegância gourmet. A poesia de Maria Lúcia equivoca deliberadamente o erro, que não é apenas falha e engano, mas mudança acertada com a pressa do mundo e as várias vidas que precisam ser vividas. Mas nem tudo são filosofia natural, alquimia e poder. Também muito é perdido e dói, sem remissão: a fabulação do pai, a respiração da mãe coragem, os amigos-mariposas, as saudades de menina na casa agora vazia. Na poesia investigativa de Maria Lúcia, o amálgama da razão e do afeto vem com o humor: a confissão de mau gosto, a irreverência da frase evasiva, o gosto do excesso e da bizarrice. A inteligência poética se encontra na contradição cômica. É quando a górgona topa com um homem no quarto escuro, e faz picadinho de sua carne paralisada.