"Se o presidente da FBN não atrapalhar já é ótimo", diz o novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, em entrevista ao PublishNews. O poeta, romancista, memorialista, ensaísta, tradutor e editor foi nomeado nos primeiros dias do novo governo federal e a notícia foi recebida com grande entusiasmo pelo setor do livro e cultural como um todo. Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) de 2018 a 2021 – o período da pandemia e do governo daquele que ele mesmo chama de "inominável" – e professor de Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lucchesi é formado em história e ostenta uma extensa série de títulos acadêmicos. Autor de diversas obras e envolvido também em projetos sociais relacionados ao livro, leitura e escrita, chega agora à Biblioteca Nacional reconhecendo o trabalho de gerações e gerações de funcionários que dedicaram suas vidas ao espaço e afirma que pretende buscar maior internacionalização da entidade, bem como uma interface cada vez maior com o plano digital. Visivelmente animado com o desafio que tem pela frente – a animação será sentida pelo leitor na próxima edição do Podcast do PublishNews, na qual ele é o convidado –, Lucchesi reforça o "grande entusiasmo" demonstrado pela equipe do recém reformulado Ministério da Cultura. "Há uma grande paixão, uma esperança". Clique no Leia mais para ler a entrevista na íntegra.

Uma das escritoras mais bem sucedidas do Brasil nos últimos anos, dominando as livrarias e os papos dos livreiros e leitores, Carla Madeira recuperou o primeiro lugar na Lista Nielsen PublishNews de Mais Vendidos na área Ficção. O título que ganhou a medalha de ouro foi Tudo é rio, seu romance de estreia pela Record que conquistou o coração dos fãs de literatura. A escritora conseguiu emplacar suas três obras, incluindo Véspera, seu segundo livro, graças ao lançamento recente do seu mais novo romance, A natureza da mordida, todos publicados pelo Grupo Editorial Record. A autora superou Itamar Vieira Junior e o seu famoso Torto arado (Todavia), deixando o escritor na segunda colocação. Seguindo o pódio, As aventuras de Mike 3: mudando de casa, de Gabriel Dearo e Manu Digilio, publicado pelo selo Outro Planeta. Outra novidade na lista é mais um livro de Igor Pires no top 10, Textos para tocar cicatrizes – Textos cruéis demais (Alt), livro lançado em novembro de 2022. Em relação às editoras mais vendidas, mais novidades. O Grupo Companhia das Letras superou a editora Planeta e se tornou a mais procurada, com dez livros na lista. A Planeta segue atrás, com sete livros, seguida pelo Grupo Editorial Record, casa de publicação de Carla Madeira, com quatro livros no total. Os dados divulgados hoje dizem respeito às vendas de autores brasileiros em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento no período entre 5 de dezembro de 2022 e 1º de janeiro de 2023. A lista Nielsen PublishNews de autores nacionais baseia-se nos dados da solução Nielsen Bookscan oferecida no Brasil. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+ que reúne, semanalmente, informações sobre processos licitatórios para a compra, confecção de livros e demais serviços editoriais, traz nesta semana mais dois editais. O primeiro deles tem como objeto a contratação de livraria ou distribuidor especializado para fornecimento de publicações nacionais, na área jurídica e outras áreas específicas. A disputa está marcada para 30 de janeiro e o valor chega a R$ 150 mil. Já o segundo visa um registro de preços para prestação de serviços gráficos de impressão e editoração, o valor ultrapassa os R$ 380 mil e a disputa acontece em 26 de janeiro. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

A Editora Globo está procurando um Especialista de Arte. Os requisitos principais são ter superior completo em Publicidade e Propaganda, Design Gráfico ou Comunicação Visual; e domínio dos programas InDesign, Photoshop, Illustrator. Nas tarefas do cargo estão: Criação de campanhas publicitárias para a Globo Livros (online e offline); Desenvolvimento de material de apoio à área comercial (pdv, newsletter, releases, e-mail mkt, apresentações); Criação de materiais para eventos, como identidade visual, cenografia, convites e brindes; Acompanhamento e montagem de eventos e feiras literárias; Suporte a área de comunicação. A vaga oferece benefícios, como assistência médica, assistência odontológica, auxílio creche, vale-refeição, vale-transporte, entre outras. Envio de currículos até 24/01 pelo e-mail selecao@edglobo.com.br.

A Editora Vida está a procura de um Diagramador de Livros e Bíblias. Entre os requisitos estão: Formação em Design gráfico, Desenho Industrial e Tecnológico na área de Design; Experiência com diagramação de livros e revistas; Conhecimento com a rotina editorial; Conhecimento avançado com Indesign e Illustrator; Conhecimento médio com Photoshop; e ter realizados fechamento de livros e criado projetos gráficos. O candidato selecionado será responsável por auxiliar equipe iniciante instruindo nos processos de diagramação, inserção de emendas e fechamento e criar projetos gráficos executando diagramação com propriedade e conhecimento. Interessados devem enviar currículo para rh@editoravida.com.br.

A Editora Excelsior procura profissional de Trade Marketing para trabalhar no time de São Paulo. Entre as tarefas do cargo estão: Trabalhar os PDVs através de roteiro; Posicionar os títulos do grupo editorial dentro das livrarias; Apresentar os lançamentos no PDV; Enxergar oportunidades de exposição destacada; Estreitar relacionamento entre grupo editorial e livrarias; Ativação de ações de merchandising dentro do PDV; Coleta e fornecimento de relatório para tomada de decisão; Disponibilidade para viajar. Envio de currículos até dia 31/01 para comercial@bookone.com.br.

Estamos em um momento de esperança, espécie de primavera frente ao tenebroso inverno dos recentes seis anos. A cultura respira. E respira ansiosa, desesperadamente ansiosa. Nosso país regrediu e fomos devorados em todos os sentidos. Nossa cultura nacional foi cercada e asfixiada, arrastada ao patíbulo e ceifada sem piedade. E a cultura havia sido a antessala da educação e posteriormente a saúde, porque eram esses os planos neoliberais do (des)governo que saiu pela porta dos fundos nos últimos dias de 2022. E não nos iludamos, prefeitos e governadores, dessa mesma retrógrada filosofia, permanecem em seus postos, queimando e dizimando o pensamento. Demorasse mais um pouco e todas as instituições federais de ensino seriam simplesmente fechadas, e em seguida as estaduais e municipais, num cenário muito mais deprimente do que o do período da pandemia em seu auge. Clique no Leia mais e confira o artigo na íntegra.

O livro Do fim ao princípio: poesia completa – Adalgisa Nery, publicação da Record, terá lançamento em São Paulo nesta quarta-feira (18), às 19h30, na Livraria Gato Sem Rabo (R. Amaral Gurgel, 352 – Vila Buarque, São Paulo / SP). O evento terá a presença de Ramon Nunes Mello, organizador do livro, com mediação de Bruna Beber, e leitura de poemas com Rafael Rapizo Nery (bisneto de Adalgisa), Jamyle Rkain, Mariana Ianelli, Paula Mares Ruy e Tainá Rei. A obra traz de volta a produção poética da escritora elogiada por Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade e outros. O trabalho de Ramon Nunes Mello, fruto de sua pesquisa de mestrado, estabelece o texto definitivo da poesia completa da autora. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O IMS Paulista (Av. Paulista, 2424 – São Paulo / SP) acaba de ganhar um novo espaço de convivência relacionado à exposição Xingu: contatos, em cartaz no centro cultural. Localizado no 9º andar do IMS e já aberto ao público, o espaço traz uma seleção de livros e filmes de autoria sobretudo indígena. As publicações estão disponíveis para leitura e manuseio e os curtas-metragens são projetados em uma tela. Há ainda um mural composto por ilustrações e palavras em kuikuro, com o qual o público pode interagir. A entrada é gratuita e o IMS funciona de terça-feira a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h. Com pufes e tapetes espalhados pelo chão, o espaço é um local de acolhimento para que adultos e crianças possam fruir o tempo e conhecer um pouco mais sobre as culturas dos povos originários. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

Domingo, dia 22 de janeiro, às 15h no CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados (Rod. Amaral Peixoto – Maricá / RJ), ocorre o lançamento oficial do Instituto Cultural Povo do Livro de Maricá. A cidade, berço turístico do Rio de Janeiro, sempre foi tema de canções, versos e prosas, além de ser o porto seguro de muitos fazedores de cultura. De crescente população, a cidade conta com talentosos escritores e artistas em geral. Assim, pelo amor aos livros e à literatura, o Povo do Livro nasceu na mente e no coração do escritor Manoel Lago, em 2013, e em 2016 o coletivo nasceu oficialmente. Em 2019 foi produzida e lançada a Antologia Crônicas & Poesias de Maricá. No fim do mesmo ano, os membros se uniram para participar da 5ª Festa Literária de Maricá, evento que fortaleceu a união do Povo do Livro. Em 2022, parte do grupo original, em homenagem à memória do escritor, e com o intuito de lutar por mais visibilidade e espaço para a produção literária da cidade criou, oficialmente, o Instituto Cultural Povo do Livro de Maricá. Clique no Leia mais e confira a história na íntegra.

O livro Desfazendo gênero (Editora Unesp, 452 pp, R$ 78, Trad.: Victor Galdino, Ana Luiza Gussen, Gabriel Lisboa Ponciano, Carla Rodrigues, Luis Felipe Teixeira, Nathan Teixeira e Beatriz Zampieri), de Judith Butler, chega ao Brasil em um momento particularmente fecundo para o enfrentamento dos muitos problemas que Butler aponta: esta tem sido uma época especialmente desfavorável para mulheres, homossexuais, lésbicas e pessoas trans, com índices de violência impressionantes. Autora incontornável no que diz respeito às reflexões sobre formas de segregação, Butler está “desfazendo” o conceito de gênero como único e exclusivo recorte para análise das injúrias e violações a que as chamadas “pessoas dissidentes de gênero” são submetidas.

No livro A sedução e as artimanhas do poder e O ventre do mundo: nota sobre o trabalho de mulheres negras (Crocodilo, 148 pp, R$ 62,90 – Trad.: Stephanie Borges, Fernanda Silva e Sousa e Marcelo R. S. Ribeiro) estão reunidos dois textos de Saidiya Hartman escritos em um intervalo de 30 anos. Com lentes distintas, abordam relações entre escravidão e liberdade e olham para a incidência do poder nos discursos de sedução e nos trabalhos das mulheres negras. Ao serem trazidos lado a lado, situam a pesquisa de longa data de Hartman e desafiam as noções limitadas de escravidão postuladas pela filosofia jurídica e política liberais. A reunião dos dois textos permite ampliar as lentes pelas quais analisar as formas como relações de cuidado e laços afetivos podem se tornar ferramentas poderosas para o exercício do poder, sendo as próprias engrenagens das relações de subordinação e dependência. Os dois ensaios publicados aqui se somam a “Vênus em dois atos”, ensaio de Hartman publicado na antologia de ensaios Pensamento negro radical (Crocodilo). Tais textos iniciam o leitor no pensamento da autora, em seu método e sua forma de trabalhar com o arquivo.

Desde o controle do fogo e o domínio da agricultura até as evoluções tecnológicas da atualidade, as conquistas dos seres humanos sempre começaram com a observação do mundo, algo conhecido hoje como coleta de dados. Como base da ciência, são os dados que determinam a alocação de recursos públicos e privados, ditando o rumo da sociedade. Porém, o caráter científico dos dados esconde um lado perverso: as mulheres não são ― e nunca foram ― contempladas por eles. Isso é o que revela Caroline Criado Perez em Mulheres invisíveis (Intrínseca, 400 pp, R$ 89,90 - Trad.: Renata Guerra). Nessa obra, a autora reúne estudos de caso que explicitam como o olhar predominante considera que o homem é o padrão e as mulheres são atípicas. Dessa forma, mesmo quando os dados abrangem o universo feminino, acabam sendo ignorados na prática, o que aprofunda na base a desigualdade de gênero. Inovadora em sua abordagem, Caroline coloca em números o sofrimento de metade da humanidade, provando que o preconceito de gênero é muito mais que uma questão subjetiva. Uma leitura transformadora e inesquecível, que mudará a maneira como você enxerga o mundo.

Como encontrar a própria voz? Como tomar a palavra? Como se fazer ouvir? Enquanto tenta escrever seu ensaio a respeito da voz off feminina no cinema, muitas outras vozes começam a interferir no trabalho acadêmico de Clara Schulmann, e ao mesmo tempo, em sua vida de mulher e de crítica de arte. São vozes de mulheres, de escritoras, de feministas, vozes escutadas no rádio ou nos filmes, vozes amigas e de desconhecidas, hesitantes, em vias de desaparecer. E é justamente dessa intromissão da alteridade em seu próprio projeto, do imprevisto em meio ao planejamento reconfortante, que nasce Cizânias – vozes de mulheres (Âyiné, 200 pp, R$ 69,90 - Trad.: Lúcia Monteiro), um livro que é uma verdadeira e rara obra de escuta. Como ressoa a voz das mulheres na sociedade? Onde sua palavra privada se transforma em palavra pública, em dissidência, reivindicação? Misturando com graça e elegância os acontecimentos pessoais à história do cinema, à teoria feminista e à literatura, Clara Schulmann vai abrindo picadas sem se preocupar demais com seu paradeiro, entoa melodias sem transformá-las em concerto, mas esboça uma história da voz como chave possível da emancipação feminina, e ocasião de repensar a escrita para além daquilo que hoje conhecemos.