O PLS 49/2015 – a chamada Lei Cortez – não foi discutida e votada na sessão de Comissão de Educação (CE) do Senado Federal nesta terça-feira (20), apesar de ter sido incluída na pauta. Como essa era a última sessão da Comissão na atual legislatura, o projeto agora será arquivado. Ele poderá ser desarquivado no próximo ano se requerida a continuidade de sua tramitação por 27 senadores, até 60 dias após o início da 1ª sessão legislativa da próxima legislatura, e aprovado o seu desarquivamento pelo Plenário. Na última sexta-feira (16), o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid, havia manifestado sua preocupação ao PublishNews. “Se o projeto não passar nessa próxima comissão, ele morre. Vai ser engavetado em definitivo”, disse na conversa. “E aí teremos que, no início do ano que vem, repensar toda a abordagem, alternativas, buscar de novo do zero o apoio de parlamentares e pensar em outros caminhos como emendas à Lei do Livro”, disse. No último dia 13, a Comissão de Assuntos Econômicos no Senado Federal havia aprovado o relatório do senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre a Lei. Antes disso, a última movimentação do texto havia acontecido em agosto de 2017 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Clique no Leia mais para ler a matéria completa.

O ano de 2022 foi intenso no mercado editorial. Tanto nacional como internacionalmente, vimos os livros como destaques em feiras, eventos e, principalmente, no ambiente digital. Saindo do papel e tomando as telas, as inovações tecnológicas vieram para ficar; e mais, vão ditar tendências e construir (em pixels) novas formas de consumir literatura. Caminhando ainda em marcha lenta, os produtos digitais ocupam parte pequena da indústria editorial no Brasil. Como o PublishNews noticiou em maio, de acordo com a Pesquisa Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro, o conteúdo digital continua representando apenas 6% do mercado editorial brasileiro. Com ganhos significativos no faturamento, por volta de 12% em termos reais se compararmos com os números dos anos de 2020 e 2021, o potencial dos produtos vendidos on-line se mostra promissor. Os dois destaques do ano foram os audiolivros e o TikTok, assuntos que dominaram as manchetes. Tecnologias que vieram para ficar e, principalmente, para mudar o jeito de fazer negócio no mercado editorial. Há quem diga que o mercado ainda anda em passos lentos para a adaptação do digital; mas as editoras e livreiros que saírem na frente poderão alcançar um ritmo intenso de crescimento no futuro. Clique no Leia mais e confira a retrospectiva na íntegra.

A Prefeitura de Paraty (RJ) divulgou em seu calendário oficial as datas da 21ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip: 26 a 30 de julho de 2023. A Festa, porém, ainda não confirma a informação por conta de atrasos na liberação da Lei de Incentivo à Cultura. "A Flip está programada para ser realizada em julho de 2023, época do ano em que ela proporciona os maiores benefícios para a população de Paraty", diz a Flip via assessoria de imprensa, em nota ao PublishNews na noite de segunda-feira (19). "No entanto, seu Plano Anual – que deveria ter sido aprovado no 1⁰ semestre de 2022 na Lei de Incentivo à Cultura – não foi aprovado até agora. Por este motivo os patrocinadores ainda não puderam oficializar suas contribuições neste mês de dezembro, historicamente o mês mais importante para a definição dos valores disponíveis para patrocínio por conta do encerramento do ano fiscal. Devido a esta indefinição por parte do governo, a Flip ainda não tem como oficializar a data da 21ª edição da festa". No sistema VerSalic, vinculado à atual Secretaria Especial de Cultura, um projeto de pouco menos de R$2 milhões – apresentado pela Associação Casa Azul e voltado para a realização da Festa em 2023 – aponta a autorização para a captação de recursos. Segundo a Flip, porém, esse valor é insuficiente para a realização do evento, e a parcela principal do orçamento da Festa depende da aprovação do Plano Anual da Associação – o que ainda não ocorreu. Clique no Leia mais para ver a íntegra da nota.

Depois de um hiato de três anos, por conta da pandemia, o Publishers Weekly retornou com sua tradicional pesquisa anual sobre salários e empregos no mercado editorial norte-americano. O estudo reúne dados de 2021 e analisa, dentre outros temas, como a pandemia afetou certas práticas do mercado. Mesmo com um número relativamente baixo de respostas – foram 577 no total, sendo 60% de editoras comerciais – ainda assim a pesquisa traz dados interessantes. Nos EUA, funcionários brancos representam 83% dos entrevistados – uma queda de um ponto percentual em relação a 2019. Ainda assim, 59% disse que suas empresas tentaram diferentes abordagens para diversificar as equipes nos últimos 12 meses. Outro dado interessante, e que não é exatamente uma surpresa: a composição de gênero dos entrevistados permaneceu predominantemente feminina, em 77%, com homens compreendendo 20% da força de trabalho e funcionários não-binários com 3%. A diferença salarial entre homens e mulheres também persistiu, com a remuneração média para homens em US$ 90 mil e para mulheres, em US$ 70 mil. Os valores, no entanto, foram U$$ 10 mil maiores do que a pesquisa de 2019. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A editora HarperCollins vai publicar no Brasil a "italiana misteriosa", Erin Doom, a nova líder da lista de livros mais vendidos da Itália em 2022 segundo ranking da Nielsen BookScan divulgado ainda em dezembro – a curiosidade é que ela se mantém anônima, assim como a conterrânea Elena Ferrante. A informação foi divulgada nas redes sociais pela agência Villas-Boas&Moss: "a VB&M negociou o contrato em nome do selo Salani do Grupo Mauri Spagnol, que tem Viviana Vuscovich na direção de Direitos Subsidiários". Lançado em maio de 2021, o livro Fabbricante di lacrime, que se encontra em processo de adaptação e produção audiovisual na Itália, ultrapassou 450 mil exemplares vendidos no país com direitos de tradução negociados em pelo menos 11 territórios. "No Brasil, Fabricante de lágrimas terá a HarperCollins como feliz editora, sob a batuta competente de Raquel Cozer e Alice Mello", diz o post da VB&M. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A edição deste ano do programa Leia com uma criança, do Itaú Social, alcançou 1 milhão de crianças em 659 municípios, sendo que 74% deles (487) estão entre os mais vulneráveis do país, considerando indicadores relacionados à qualidade da educação, demografia e contexto social. No total, 2 milhões de livros foram distribuídos por meio de Secretarias Municipais de Educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, dentre outras). Destes, 8.964 são em formato acessível ou braile. Além da distribuição de livros, acervos de organização da sociedade civil também foram alimentados pelo projeto. Os acervos irão beneficiar mais de 150 mil crianças, adolescentes e jovens, por intermédio de uma pluralidade de autorias e importante diversidade de gênero e temática. E seguindo a tendência do digital, o programa Leia com uma criança disponibiliza, gratuitamente, para o público geral uma estante digital com 14 livros infantis que podem ser acessados a qualquer momento, além de um acervo com as 22 obras já distribuídas pela campanha em anos anteriores em versões audiovisuais acessíveis. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A partir de janeiro de 2023, a Moinhos inicia o seu Clube de Leitura. Todos os meses, a editora vai ler um dos livros do seu catálogo – que pode ser romance, contos ou não ficção – com quem se inscrever gratuitamente clicando aqui. O primeiro encontro está marcado para o dia 25 de janeiro, às 19h, e a obra discutida será Sacrifícios humanos, livro de contos de María Fernanda Ampuero, mesma autora de Rainha de galos. No livro, o leitor passará a compreender a atmosfera que ronda a literatura de Ampuero, uma voz "imprescindível" da literatura latino-americana contemporânea. A mediação ficará por conta de Aline Teixeira e Ivandro Menezes. Vale lembrar que sendo um clube de leitura – e não de assinatura – a aquisição da obra fica por conta de cada participante. Mas quem se cadastrar no clube recebe sempre um cupom de desconto para comprar na livraria on-line da Moinhos.

O Japan House São Paulo (Av. Paulista, 52 – São Paulo / SP) divulgou sua agenda de eventos para Janeiro. Entre os encontros, duas iniciativas ligadas à literatura chamam à atenção na programação. A primeira, para os interessados no autor Nagai Kafu, é uma discussão no Clube de Leitura JHSP sobre a obra História da outra margem, projeto em parceria com o Quatro Cinco Um. O evento acontece no dia 26 de janeiro, às 19h, de forma on-line; as inscrições devem ser feitas aqui. A segunda iniciativa é o Ciclo de Mangá do Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um. Realizado presencialmente na Sala de seminário no 1ª andar, o ciclo acontece em duas datas: 21 e 22, às 15h, e dá destaque para a obra Pokémon RGB, do mangaká Hidenori Kusaka e Mato. O evento é destinado para crianças e adultos, fanáticos ou não por mangá, e as vagas são limitadas; interessados devem retirar senhas que serão distribuídas no loval com 30 minutos de antecedência. Clique no Leia mais e confira a nota na íntegra.

O Skeelo, maior plataforma de e-books, audiobooks e minibooks do país, fez uma lista com os sete títulos mais vendidos na sua Loja Virtual em 2022 com condições especiais para o fim de ano. A lista inclui Amor(es) verdadeiros (Paralela), de Taylor Jenkins Reid; É assim que começa (Galera), de Colleen Hoover; Não me abandone jamais (Companhia das Letras), de Kazuo Ishiguro; O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido (e seus filhos ficarão gratos por você ler) (Fontanar), de Philippa Perry; Talvez a sua jornada agora seja só sobre você (Outro Planeta), de Iandê Albuquerque; Verity (Galera), de Colleen Hoover; e As 5 linguagens do amor (Mundo Cristão), de Gary Chapman. Além dos sucessos de vendas da loja Skeelo, a plataforma também está com uma ação promocional de 30% de desconto em best-sellers. Além disso, livros de culinária e gastronomia também estão com 30% de desconto e a seção de títulos natalinos estão sendo vendidos a R$ 4,90.

Cris Linnares, autora do livro e peça de teatro Divas no divã, publicado pela Buzz Editora, realiza logo mais, um bate-papo e noite de autógrafos chamado #CrazyBookClub, a partir das 19h30, na Av. Paulista, 726 – São Paulo / SP. Cris, escritora que já tem dois TEDx Talk e também o título de “heroína” pela revista Glamour americana, pela sua ONG focada no empoderamento feminino, lançou o livro durante a pandemia e, devido ao isolamento social e o fato de residir fora do Brasil, não realizou o evento oficial de lançamento da obra. “Esses dias fiz uma live e disse que estava passando uns dias no Brasil, com isso, algumas seguidoras começaram a pedir um encontro, já que não fizemos o lançamento oficial e nem autógrafo dos livros, na sequência a editora me presenteou com este evento incrível para repor um pouquinho daquilo que a pandemia tirou. É um marco para mim. Essa noite simboliza mais do que uma noite de autógrafos, é o fechamento de um capítulo surpreendente, da melhor forma possível, com mulheres se unindo para pegar de volta aquilo que a pandemia roubou.”, conta Cris.

Ativista feminista premiada, Caroline Criado Perez apresenta uma abordagem inovadora ao lançar luz sobre a desigualdade sistêmica entre mulheres e homens oriunda do desprezo pelos dados de gênero. Mulheres invisíveis (Intrínseca, 400 pp, R$ 89,90 – Trad.: Renata Guerra) é um alerta para essa questão que prejudica as mulheres em todos os âmbitos. Na obra, a autora reúne estudos de caso que explicitam como a coleta e o uso dos dados, responsáveis por moldar nosso dia a dia, tem contribuído para a manutenção do privilégio masculino. Desde tremer de frio no escritório devido ao ar-condicionado ajustado para o padrão do corpo masculino a ter um ataque cardíaco não diagnosticado porque os sintomas são considerados atípicos, as mulheres são alvo do descaso em relação às suas particularidades. Assim, Caroline coloca em números o sofrimento de metade da humanidade, provando que o preconceito de gênero é muito mais que uma questão subjetiva.

Em seu dia a dia, são inúmeras as chances de uma mulher sofrer algum tipo de assédio. Seja em uma caminhada do escritório até a casa, em uma ida à padaria, a um bar ou a uma festa: em todos esses momentos há algum risco de receber uma abordagem inadequada. E engana-se quem pensa que no ambiente virtual elas estão a salvo destas violências. De acordo com dados da SaferNet, a violência ou discriminação contra as mulheres no ambiente virtual cresceu mais de 26% nos primeiros seis meses de 2022. Já segundo uma pesquisa global realizada em 2018 pela International Women’s Media Foundation, 40% das mulheres evitam fazer certas postagens em função de assédios online. Dados também mostram a violência contra mulheres jornalistas: em 2022, foram 70 ataques dirigidos a elas, segundo a Abraji. Em 2021, foram 430 casos de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação, de acordo com a Fenaj. Combater esse tipo de assédio é o objetivo de Lugar de mulher é online e onde mais ela quiser (Vestígio, 176 pp, R$ 49,80 - Trad.: Rosane Albert), livro escrito pela pesquisadora e especialista em desinformação Nina Jankowicz. Lançado em abril deste ano nos EUA, a obra ganha uma edição brasileira com apresentação de Patrícia Campos Mello, jornalista vítima de agressões virtuais ao publicar reportagens denunciando crimes eleitorais e políticos. A obra tem cinco capítulos que tratam de segurança, adversidade, política, comunidade e tenacidade. Em todos eles, Jankowicz apresenta mulheres que se destacam em cada um desses temas.

Explorando a incompatibilidade entre as ideias sobre sexo em nossa sociedade e o que a ciência nos diz, a obra Se toca (Primavera Editorial, 280 pp, R$ 64,90), explica como essa desconexão está na raiz de muitos dos problemas sexuais das mulheres. Combinando ciência com estudos de caso da Dra Karen Gurney, especialista reconhecida tanto na teoria como na prática da terapia em todos os aspectos do bem-estar e função sexual, exercícios práticos e dicas, este livro é para quem quer entender melhor a mecânica do desejo e começar a melhorar hoje mesmo sua vida sexual. Na obra, Karen desmistifica informações sobre a sexualidade feminina e que muitas mulheres acreditam ser verdade, toca no tema de como os padrões que usamos para nos julgar são irrealistas e em vários outros tabus que moldam nosso pensamento e maneiras de agir.

Nesta época de crise, de colapso planetário e tiranos reacionários, estamos presenciando uma transformação produtiva: mudanças profundas e permanentes no modo como definimos gênero, sexo e consentimento, assim como seus aspectos políticos no mundo contemporâneo. É o que afirma a jornalista Laurie Penny, reconhecida por suas análises sobre feminismo e gênero, além de seu trabalho como ativista. Penny diz também que estamos num momento de desobediência criativa. Seu novo livro, A nova revolução sexual (Cultrix, 360 pp, R$ 65 - Trad.: Martha Argel), baseado em sua série de artigos para o site Longreads, é o resultado de anos de pesquisa e expõe uma mudança de paradigmas no que diz respeito ao comportamento sexual e nas relações de gênero, apontando para uma transformação social e política radical. Essas mudanças, que já se encontram em andamento, afrontam as certezas sociais e econômicas que determinam o funcionamento da sociedade, ameaçam as estruturas de poder vigentes e debilitam a autoridade das instituições tradicionais, desde o mercado de trabalho assalariado até a constituição da família nuclear. Para desenvolver sua tese, Penny buscou referências em autores importantes como Shulamith Firestone, Kimberlé Crenshaw, Silvia Federici, Wilhelm Reich e Michel Foucault. Ao longo da obra, a autora discorre sobre democracia, gênero (a autora se declara não binária) e sobre a importância de uma nova política sexual para todas pessoas, sejam elas não-brancas, pretas ou brancas.