O varejo de livros no Brasil fechou 2021 batendo recorde de faturamento e deixando um ar otimista para o setor. Refletindo esse tal otimismo e impulsionado pelo volta às aulas, o primeiro período de 2022 traz, novamente, números positivos para o setor editorial. De acordo com o resultado do Painel Nielsen – estudo mensal encomendado pela Nielsen e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) –, durante o período de 04 a 31 de janeiro, foram vendidos 5,53 milhões de livros, um aumento de 22,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas foram de 4,5 milhões de exemplares. No faturamento, o aumento foi de 20,03%, passando de R$ 215,5 milhões em 2021 para R$ 258,7 milhões em 2022. O número de novos ISBNs também apresentou uma variação positiva de 2,33%. Foram 152.274 novos cadastros nesse início de ano contra 148.806 em 2021. Já o preço médio sofreu uma queda de 1,96%, passando de R$ 47,71 no ano anterior para R$ 46,96. Ismael Borges, gestor do Bookscan/Nielsen no Brasil, considera os números animadores, mas ressalta: “É importante observar os próximos meses, pois parte desse crescimento elástico, bem no início do ano de 2022, está associado ao deslocamento da campanha de volta às aulas, que em 2021, foi atrasada em função do cenário da pandemia”, afirma. Com as campanhas do volta às aulas o gênero de Didáticos (Infantil, Juvenil e Educacional) também melhorou seu desempenho em 3,56 pontos percentuais e alcançou 35,1% do faturamento do setor nesse primeiro período do ano. A matéria completa pode ser lida no PublishNews+, a área exclusiva para assinantes do PN. Os artigos estão disponíveis gratuitamente na plataforma e para acessá-los é preciso fazer um cadastro prévio clicando aqui. Com o cadastro feito e logado na plataforma, você poderá ler a matéria clicando aqui.

Em mais uma edição do Sabatina PublishNews, por onde passaram editores, livreiros, executivos, CEOs, políticos e uma agente literária, quem apareceu para uma hora de conversa, muito descontraída e envolvente, foi o economista, professor, palestrante e autor de 17 livros, Eduardo Giannetti. Mineiro de Belo Horizonte, com 64 anos completados hoje (23 de fevereiro), Giannetti se formou em Economia e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e obteve o Ph.D. na Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Em dezembro passado, Giannetti foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupa a Cadeira de número dois. Tem em casa dois Prêmios Jabuti, concedidos às obras Vícios privados, benefícios públicos? e As partes & o todo. Seu último livro é O anel de Giges, que discute ética a partir de um relato de fábula sobre o que as pessoas fariam se tivessem o poder da invisibilidade. Na sabatina, transmitida no YouTube na tarde dessa terça (22), ele declarou amor ao livro físico, revelando verdadeiro ódio ao digital. Fez considerações sobre o momento das livrarias no país, conversou sobre seus hábitos de leitura e métodos de trabalho, e disse acreditar que livros de filosofia com citações nominais de autores clássicos podem afastar um público ainda entrando em contato com o tema. Participaram do Sabatina PublishNews Beto Ribeiro, da Livraria Simples, o jornalista Sandro Macedo, colunista da Folha, Milena Vargas, editora da Intrínseca, e Talita Facchini, repórter do PublishNews. Clique no Leia Mais para conferir os melhores momentos do bate-papo e ainda assistir o programa.

Marcada para abrir entre os dias 21 e 24 de março, de volta ao modelo presencial, a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, maior evento no mundo para esse mercado, divulgou os vencedores de seu prêmio anual, o Bolognaragazzi Award. São seis categorias: Ficção, Não Ficção, Opera Prima (para autores e ilustradores estreantes), Quadrinhos, Poesia e New Horizons, este prêmio uma distinção da feira a artistas que apresentam um trabalho inovador. As vencedoras dessa categoria são Luïze Pastore (texto) e Evija Pintãe (ilustrações), com o livro Laimes berni, publicado na Letônia. Foram 2.215 inscrições de trabalhos produzidos em 62 países. Uma novidades deste ano é que a feira vai destacar, além dos ganhadores, os 100 melhores livros ilustrados de cada uma das categorias, expostos no pavilhão da cidade italiana. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra desta nota.

Essa semana, o Radar de Licitações, seção fixa do PublishNews+, divulga mais dois editais. O primeiro deles visa a aquisição de livros a serem utilizados no desenvolvimento das atividades pedagógicas de alunos da Educação Infantil e das Creches. São 400 títulos de diferentes editoras e o valor estimado é de R$ 395.550,00. A disputa está marcada para o dia 03 de março. Já o segundo, tem como objetivo a aquisição de livros didático-literários para atender à demanda de escolas municipais, nas modalidades infantil, fundamental I e especial. Serão 500 exemplares, também de diversas editoras. O valor estimado é de R$ 1.293.117,20 e o pregão acontece no dia 07 de março. A seção, exclusiva para os assinantes do PN+, é alimentada pelo Radar de Licitações, consultoria de Natália Vieira que, além de buscar novas licitações, presta um serviço de apoio aos editores e distribuidores interessados em vender para governos, nas mais diversas esferas de poder. Para acessar o Radar dessa semana, clique aqui.

O universo do áudio já é digital faz algum tempo. A maneira como distribuímos o conteúdo já é feita por apps, a maneira como divulgamos os lançamentos usa todos os conceitos e ferramentas do marketing digital e a maioria das plataformas estão baseadas em premissas digitais bem conhecidas: streaming como ferramenta tecnológica, assinatura como modelo de negócios. Mesmo antes do conteúdo chegar até seu fone de ouvido - conectado digitalmente por bluetooth - quase tudo é digital: os softwares de gravação, as ferramentas de edição, revisão e masterização, a nuvem que hospeda os arquivos… mas existe uma barreira que não foi ultrapassada: a voz. E essa barreira não é só mais uma etapa para ser digitalizada, ela é A barreira, que, se transposta, muda o jogo; em muitos sentidos. Claro que isso gera muitas questões, discussões, polêmicas, resistências e muitas, muitas incertezas. Será que tudo vai ser narrado por robôs de inteligência artificial? Será que eles vão emular qualquer voz, até aquelas que já conhecemos? Onde fica o limite dos direitos intelectuais e artísticos... e a pirataria? Isso vai acabar com a profissão de quem usa a voz como material de trabalho? Clique no Leia Mais para conferir a íntegra deste artigo.

As inscrições do 18º Prêmio Barco a Vapor foram prorrogadas até o dia 03 de março. A premiação – iniciativa internacional da Fundação SM – pretende reconhecer e valorizar obras inéditas de autores brasileiros de literatura infantil e juvenil. A meta é revelar autores, estimular a criação literária nacional e proporcionar aos jovens leitores o acesso a textos de qualidade. O regulamento prevê que qualquer pessoa pode participar, incluindo pessoas de outras nacionalidades, desde que seja maior de 18 anos e more no Brasil. Os originais precisam ser inéditos e escritos em língua portuguesa. Devem ser assinados com pseudônimo, para preservar a idoneidade do concurso. Além de prêmio de R$ 40 mil, o vencedor terá seu livro publicado na coleção Barco a Vapor, da SM Educação. A última edição do Prêmio no Brasil contemplou o escritor paulista Geovany Hércules, com o livro SP_Graja_Trip. Os interessados podem inscrever as obras através do site.

A Global Editora amplia a coleção Melhores contos, dirigida pela escritora Edla van Steen, com um volume dedicado a uma imortal da Academia Brasileira de Letras. Melhores Contos: Nélida Piñon (240 pp, R$ 49,00) traz as histórias curtas em que a autora cria personagens que, mesmo atravessando situações dolorosas, fazem questão de celebrar a vida. Carioca, aos 84 anos Nélida Piñon exibe uma obra de preocupação humanista em romances, contos, crônicas, ensaios, memória e literatura infantojuvenil. Essa coletânea contempla os cinco livros de contos da escritora: Tempo das frutas (1966), Sala de armas (1973), O calor das coisas (1980), O pão de cada dia: fragmentos (1994) e A Camisa do Marido (2014), com um total de 22 histórias. A seleção dos contos e o prefácio do livro foram tarefas cumpridas por Miguel Sanches Neto, doutor em Letras pela Unicamp e professor-associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR), onde leciona Literatura Brasileira.

Em Gótico nordestino (Alfaguara, 136 pp, R$ 54,90), o autor Cristhiano Aguiar mergulha nos elementos góticos e folclóricos – buscando referências nas séries televisivas, no cinema e nos quadrinhos – para criar narrativas que fogem da prosa literária tradicional. Na obra, um menino é obrigado a cruzar o descampado perto do vilarejo de Riachão da Frente para levar uma carta que a mãe escreveu a Zé Barbatão, o cangaceiro local. Na madrugada, as sombras no caminho e a ameaça do bando crescem conforme a narrativa avança, e a realidade parece a ponto de se romper. Anda-luz, história que abre este volume, prenuncia o que virá nos oito contos seguintes. Em Gótico nordestino, Aguiar caminha entre o sonho e a vigília, dialoga com outros gêneros e compõe um livro totalmente distinto do usual.

Livro ficcional de estreia do jornalista e crítico Mateus Baldi, Formigas no Paraíso (Faria e Silva, 132 pp, R$ 49) apresenta contos provocativos que prescrutam a alma do cidadão contemporâneo dos grandes centros urbanos, mesmo tendo como cenário o desmistificado Rio de Janeiro. Em 11 contos, Mateus apresenta a complexidade psicológica de suas personagens, quase todas mulheres. A sexualidade reprimida, os sonhos perdidos, a ira contida. As breves histórias abordam questões e disputas familiares, traumas nunca superados e desejos silenciados e recalcados. Assim, a hipocrisia das relações humanas aparece nas entrelinhas, muitas vezes por aquilo que nunca é dito. Como diz Noemi Jaffe na orelha do livro, a obra apresenta “personagens divididos entre a necessidade, a circunstância e o desejo.” Por meio deles, “vamos também reconhecendo um país — pela metonímia carioca. Um Brasil que se vê face a face com a hipocrisia das relações, com as adversidades sociais e financeiras com que sua classe média é diariamente confrontada e com as ambiguidades a que estamos submetidos.”, acrescenta a escritora.

Nunca estivemos no Kansas (Patuá, 135 pp, R$ 45,00) é o quarto livro lançado por Thássio Ferreira desde sua estreia com o volume de poesia (DES)NU(DO), em 2016. Depois de mais dois livros de poemas, Itinerários, de 2018, e Agora (depois), de 2019, ele lança agora uma reunião de 22 contos, alguns deles premiados (Off-Flip 2019, Prêmio Cidade de Manaus 2020 e finalistas do Prêmio Sesc 2017). Algo recorrente nas histórias é um claro incômodo de personagens que não encontram facilmente seu lugar no mundo. Estão vindo, sem saber de onde, e estão indo, sem direção. Thássio Ferreira, nascido em 1982, escreve a coluna Alguma coisa em mim que eu não entendo, na revista Vício Velho, e tem contos e poemas em várias publicações, entre elas o jornal Rascunho, a Revista brasileira, da Academia Brasileira de Letras, a Ponto, do Sesi-SP, e a portuguesa InComunidade.