Em atendimento à determinação do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, a Lucon Advogados divulgou o relatório mensal que acompanha o desempenho da Saraiva, que está em recuperação judicial. No documento, o que se vê é uma nova queda nas receitas brutas no mês de fevereiro. O faturamento bruto no período foi de R$ 67,4 milhões, queda brusca em relação ao mesmo período do ano passado, quando a varejista apurou faturamento de R$ 178,6 milhões. A retração, justifica o escritório de advocacia responsável pela recuperação judicial da rede de livrarias, se deve à diminuição de lojas (foram fechadas 24 lojas desde outubro) e à descontinuação das operações das categorias de informática e telefonia. As lojas físicas registraram redução de 59,8% na mesma base de comparação e o e-commerce, queda de 66,7%. Clique no Leia Mais e confira a íntegra desta nota.

A Livraria Cultura teve uma vitória na Justiça que entendeu que a rede de livrarias, que está em recuperação judicial, poderá reter parte dos recebíveis de suas vendas com cartões de créditos que foram dados como garantia de empréstimos bancários fora da sua recuperação judicial. A decisão é liminar, foi concedida pelo desembargador Hamide Bdine e permitirá a Cultura reter o valor de recebíveis necessários para girar suas operações (a necessidade deverá ser comprovada em relatórios mensais). A decisão pegou o Itaú Unibanco de surpresa, já que não há previsão na Lei de Falências e nem jurisprudência neste sentido. Em nota enviada ao Valor Econômico, a instituição financeira disse que “acredita e defende no processo a legalidade da garantia de cessão fiduciária, a qual não está sujeita aos efeitos da recuperação judicial”. A Saraiva tinha tentado a mesma estratégia, sem sucesso, no entanto. Ao Valor, Fabiana Solano, da Felsberg Advogados, que representa a Cultura na recuperação judicial, comentou: “É uma discussão bastante acalorada”. No recurso (o pedido já tinha sido negado em primeira instância) apresentado pelo escritório, a Cultura argumenta que sem esse dinheiro, teria dificuldades para sobreviver.

Com o recente anúncio da terceira edição do Prêmio PublishNews, resolvemos convidar Alfredo Weiszflog, ganhador do troféu de Contribuição ao Mercado Editorial no ano passado, para contar um pouco das suas histórias para as lentes da PublishNews TV. “Você não leva nada para o túmulo, mas você pode deixar legados”. É isso que pensa o homem que nunca teve medo de trabalhar. “Comecei cedo, na adolescência, todas as férias eu ia trabalhar, inclusive comecei com a enxada”, contou na conversa que teve com André Argolo. Ele inclusive revelou que trabalhou como jornalista e cobriu até o casamento do Pelé. Acontece que seu foco era mesmo o mercado editorial e assim, investiu para criar seu legado nesse ramo. Weiszflog, que hoje preside o Conselho do Grupo Melhoramentos, confessou ainda que ama o que faz e contou um dos segredos para o sucesso de seu trabalho. “Na medida em que você tem respeito pelo trabalho da sua equipe, eles terão também respeito ao seu trabalho e essa simbiose é que dá um bom resultado”, disse. Clique no Leia Mais e assista ao vídeo.

Desde o segundo semestre de 2018, o mercado editorial passa pela sua maior crise e não se pode ignorar que os sinais dados já eram muitos. Com a ideia de que “o livro impresso nunca vai morrer”, editores e livreiros ignoraram tais sinais e continuaram pensando e produzindo o livro como no século passado. O momento então, é de repensar e criar um modelo de negócio mais favorável para todos, por isso o Sesc Avenida Paulista (Av. Paulista, 119 - São Paulo / SP) recebe esta semana, diversos profissionais do setor para debater as novas soluções para a crise editorial. O evento contará com duas mesas, sendo que a primeira delas acontece nesta quinta (4), com a participação de Diana Passy, idealizadora da Flipop e vencedora da última edição do Prêmio Jovens Talentos; Taissa Reis, agente literária na Página 7; Vitor Martins, autor best-seller; e Camila Marciano, escritora indie. No dia seguinte (5), participam Janaina Rico, escritora, editora-chefe da Rico Editora e idealizadora do projeto e portal Eu Leio Brasil; Thiago Mlaker, editor de livros com passagens pelas editoras Record, Novo Conceito, Saraiva, entre outras; Gui Liaga, agente e fundadora da Agência Página 7; e Babi Dewet, escritora, apresentadora e youtuber. As duas mesas acontecem às 19h, com mediação de Thati Machado.

Neste final de semana (6 e 7/04), as 14 lojas da Livraria Cultura receberão atrações do Festival #VivaCultura. Ao todo, nos dois dias de eventos, acontecerão mais de 130 atrações culturais, incluindo shows musicais, espetáculos teatrais, atividades relacionadas à literatura, além daquelas dedicadas ao público infantil. O evento foi criado com o objetivo de promover a cultura e as mais diversas manifestações artísticas, dando espaço para novos talentos e grupos com expressão regional. Em São Paulo, haverá várias conversas sobre literatura, abordando temas como moda, cultura geek, feminismo e LGBTI+. Algumas unidades, por outro lado, terão temáticas específicas. Em Salvador, o foco será na cultura negra com a participação de Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil. Em Fortaleza, serão valorizados os artistas cearenses, Porto Alegre, o destaque será o recital Voz e Vento, com o escritor Fabrício Carpinejar; e em Brasília haverá diversas peças gratuitas. A programação completa você confere clicando aqui.

A Casa das Rosas (Av. Paulista, 97 - São Paulo / SP) e a Casa Guilherme de Almeida (Rua Macapá, 187) prepararam juntas o ciclo de eventos Haroldo 90 anos, para homenagear o patrono do museu localizado na Avenida Paulista e que acontecerá durante todo o ano. Nos meses de abril e maio, o público poderá participar da visita ao acervo de Haroldo e da palestra sobre seu trabalho. A visita orientada ao acervo acontece no dia 24 de abril, das 19h às 21h. O espaço, que abriga a biblioteca do poeta e crítico, estampa seu grande interesse por literaturas de diversas línguas e seus esforços para traduzir obras importantes de cada uma delas. A visita pretende aproximar do Acervo o público interessado em tradução e apresentar alguns rastros do trajeto tradutório de Haroldo. Já no dia 28 de maio, também das 19h às 21h, Marcelo Tápia, coordenador da Rede de Museus-Casas Literários, ministrará a palestra Trans-Helenizações, que acontecerá no Anexo da Casa Guilherme. As transcriações de poesia grega realizadas por Haroldo de Campos serão o objeto da atividade, que abordará centralmente a Ilíada e fragmentos por ele traduzidos da Odisseia, de Homero. Para participar das atividades basta se inscrever pelo site dos museus.

Com humor suficiente para enxergar o quanto os homens podem ser ridículos na relação com as mulheres, o escritor Marcelo Rubens Paiva traça em O homem ridículo (Tordesilhas, 184 pp, R$ 44,90) um divertido retrato dos afetos contemporâneos. Traições, pequenas mentiras sinceras, grandes verdades que não são ditas – os contos e crônicas deste livro contam histórias que ele viveu e reinventou, ouviu dos amigos, acompanhou de perto. Boêmio assumido, caçula numa família de três irmãs, o autor adora escutar as mulheres e assim desenvolveu uma habilidade para descrever as nuances do universo feminino – admitindo que o macho anda perdendo território para a esperteza das meninas. Marcelo Rubens Paiva é autor do best-seller Feliz ano velho, além de colunista do jornal O Estado de S. Paulo, diretor teatral e roteirista.

Dividido em duas partes, Elegia do irmão (Alfaguara / Companhia das Letras, 152 pp, R$ 49,90) conta a vida de Mara através das lembranças de seu irmão. Jovem, diagnosticada com uma doença grave, Mara sabe que terá um período conturbado de tratamento, e que o apoio da família será fundamental para uma possível recuperação. Ao mesmo tempo, seu irmão, ao viver a dor da notícia, não quer se deixar tomar apenas pelo sofrimento infligido a ela, escolhendo também se lembrar de como eles viveram, da memória dos momentos passados juntos que solidificaram essa relação fraternal através dos anos. Carrascoza constrói um retrato de uma das ligações mais íntimas do ser humano: a irmandade. Mara e seu irmão são carne da mesma carne, frutos de um mesmo amor, mas ainda assim são indivíduos repletos de conflitos e diferenças. A dualidade humana se estabelece no romance e na comunhão entre os irmãos marcados pelo fim precoce.