Caso não consiga visualizar corretamente esta mensagem, clique aqui.
PublishNews 13/02/2017
Estamos há 50 anos, distribuindo as melhores editoras, do mercado para as livrarias de todo o Brasil
Presente no mercado há mais de 35 anos, a Vitrola dedica-se à missão de propagar a cultura e o conhecimento através da edição e comercialização de livros.
A Catavento atua no mercado de distribuição de livros para todo o país.
PublishNews, Leonardo Neto, 13/02/2017

Todos os anos, a Feira do Livro de Londres concede o Lifetime Achievement Award, prêmio que reconhece o trabalho de editores, agentes e demais profissionais do livro que contribuíram de forma significativa à indústria editorial global. Na manhã desta segunda-feira (13), a feira anunciou que Luiz Schwarcz, presidente do Grupo Companhia das Letras, será o homenageado de 2017. “Schwarcz é uma das figuras mais bem-sucedidas comercialmente da indústria editorial brasileira”, aponta a feira. A Companhia das Letras, fundada por Schwarcz em 1986 completou 30 anos no ano passado e, desde então, construiu um catálogo de mais de cinco mil títulos, incluindo 38 Prêmios Nobel como Toni Morrison, Doris Lessing, José Saramago, e J. M. Coetzee. “Eu me sinto profundamente honrado em fazer parte desse incrível grupo de editores que inclui alguns dos meus heróis. Ao mesmo tempo, recebo essa homenagem com muita humildade. Sempre acreditei que faz parte do meu trabalho ajudar autores a ganhar prêmios e que todos os prêmios devem ir para eles”, declarou Schwarcz. Clique no Leia mais e veja a repercussão do prêmio.

PublishNews, Paulo Tedesco, 13/02/2017

O termo latim Obstinatum Rigore ou “rigor obstinado” é cláusula irrevogável de um bom trabalho. A ausência de rigor num texto de qualquer área pode condenar de imediato o que poderia vir a ser uma boa obra, e nesses tempos de avalanchas de conteúdo, perder um leitor, ainda que alguém mais tolerante, não é um tipo de luxo dos mais recomendados. E o que no texto escrito seria esse “rigor obstinado”? E para a ficção? Haveria manual para isso? Haveria profissionais a resolver? Clique no Leia Mais e veja as dicas de Paulo Tedesco para escritores que estão em busca do Obstinatum Rigore.

PublishNews, Redação, 13/02/2017

O 15º Salão de Negócios da ABDL começa hoje (15), num evento fechado para profissionais do mercado editorial brasileiro. O encontro, que acontece em Atibaia, terá sua abertura oficial às 17h com o Presidente da ABDL, Leandro Carvalho, logo em seguida, às 18h está marcada uma palestra com o coach e consultor empresarial Eugênio Sales Queiroz. Na terça (14), será aberta a feira onde as editoras terão a oportunidade de apresentar seus produtos para compradores, revendedores e distribuidores de todo o território nacional. Junto com o Salão, a entidade lança a campanha ABDL Sem crises. "Queremos ir contra a mentalidade derrotista da crise. Precisamos mostrar que o único caminho para o mercado é vender livros", comentou Leandro.

Valor Econômico, John Gapper - Financial Times, 10/02/2017

Há dez anos, quando Jeff Bezos lançou o leitor digital Kindle em Nova York, ele declarou que "o livro [impresso] é tão altamente evoluído e tão adequado a sua tarefa que é muito difícil tirar seu lugar". O fundador da Amazon estava certo: nesta primavera americana, apesar da sublevação digital desencadeada pelo Kindle, a Amazon vai abrir uma livraria em Manhattan. Há sinais de renascimento do livro por todos os lados. A rede britânica de livrarias Waterstones voltou ao lucro em 2016, depois de seis anos de prejuízos. As vendas de livros impressos nos Estados Unidos subiram 3%, enquanto as de livros digitais caíram. A revolução no mundo editorial provocada pela tecnologia digital não foi do mesmo tipo que a vista nos setores de música, televisão e notícias: ainda gostamos de livros. Os consumidores gostam do toque e da sensação proporcionados pelos livros impressos: os americanos leem uma média de 12 livros por ano, a maior parte de papel. Também preferem preços baixos e não gostam do fato de que os livros digitais são, comparativamente, caros. Esta é a nova realidade: muitas vezes, os livros eletrônicos de editoras como Penguin, Random House e HarperCollins custam mais do que os de capa dura ou brochura. Os esforços de Bezos, iniciados há dez anos, para promover a adoção em massa do Kindle, com promoções de grandes sucessos a US$ 9,99 e a disponibilidade de livros digitais a preços mais baratos que os impressos, foram perdendo força. Agora, a situação é a oposta: a Amazon prefere os livros de papel. O que estamos testemunhando não é uma revolução bibliófila contra a hegemonia digital de Bezos, mas sua mudança de tática. Em 2016, a Amazon vendeu 35 milhões de livros impressos a mais do que no ano anterior, segundo um analista, e arrebatou ainda mais participação de mercado de seu antigo concorrente Barnes & Noble (B&N). A alta de 2 milhões de exemplares nas vendas das livrarias independentes dos EUA corrobora a tendência.

O Globo, Igor Mello, 12/02/2017

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) encontrou irregularidades na compra, sem licitação, de seis mil exemplares do livro A Copa do Mundo no Brasil, distribuídos para alunos da rede municipal de educação de Niterói na época da competição no país, em 2014. No voto, o conselheiro-relator, José Maurício de Lima Nolasco, pede que José Henrique Antunes, presidente da Fundação Municipal de Educação (FME) à época, devolva aos cofres públicos os R$ 481.200 gastos na aquisição. Antunes ainda pode recorrer. A denúncia foi feita pelo Globo-Niterói, que também mostrou que os números 1 e 2 da publicação continham vários erros de informação e de ortografia. Segundo o conselheiro, a dispensa de licitação não teve fundamentação adequada e viola a Lei de Licitações e a Constituição, que prevê igualdade de condições a todos os concorrentes das licitações. Entre os autores do livro estão parentes do ex-prefeito Godofredo Pinto (PT): a mulher Maria Regina D’Angelo Pinto e o filho Bruno D’Angelo da Silva Pinto. Este também é creditado como um dos responsáveis pelo projeto gráfico da publicação. Já a editora Intertexto, responsável pela impressão, editara livros do ex-secretário municipal de Educação Waldeck Carneiro (PT), que deixou o cargo em abril de 2014 para se candidatar a deputado estadual. De acordo com o conselheiro, Antunes — que hoje ocupa o cargo de subsecretário de Projetos Especiais na Secretaria de Educação — não conseguiu justificar por que houve dispensa de licitação. O ex-presidente da FME afirmou em sua defesa que não houve direcionamento na contratação.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil e Guilherme Sobota - Babel, 12/02/2017

Uma nova casa editorial paulistana vai lançar seus primeiros livros em março deste ano: a Editora Noir vai focar suas atividades em livros sobre personagens transgressores do mundo artístico e da cultura pop em geral. As duas primeiras obras programadas são do jornalista e escritor Gonçalo Júnior: Eu Não sou lixo: A vida trágica do cantor Evaldo Braga, biografia do cantor brega, e um livro sobre o desenhista Milo Manara, com entrevistas, ilustrações e referências sobre os trabalhos do italiano. “A gente percebeu que existe um nicho, uma necessidade no mercado que não está sendo suprida, e talvez seja o momento de tentar algo”, diz um dos dois fundadores da Noir, o publicitário André Hernandez, que passou 15 anos envolvido com o mercado editorial. Serão quatro livros até o final do ano, e os primeiros saem com tiragem de mil exemplares. A informação é da coluna da Babel.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil e Guilherme Sobota - Babel, 12/02/2017

Morto no início do ano, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman ainda tem obra a ser publicada. A Zahar promete, para 2018, Retrotopia. O conceito remete à busca de elementos do passado que nos deem uma perspectiva para o futuro. Segundo o sociólogo, em meio à crise financeira, ao desemprego e à descrença nos governos em solucionar tantos problemas, estamos perdendo a nossa fé em alcançar a felicidade num futuro ideal. A informação é da coluna da Babel.

O Globo, Lauro Jardim, 12/02/2017

A hora da estrela, de Clarice Lispector, é o terceiro livro mais vendido na Grécia, na categoria ficção. O romance, de 1977, foi lançado no país em dezembro. Diante do sucesso, a embaixada brasileira no Chipre pensa em importar a obra para a ilha, onde também se fala grego. A notícia é da coluna de Lauro Jardim.

“Queremos livros que nos afetem como um desastre. Um livro deve ser como um machado diante de um mar congelado em nós.”
Franz Kafka
Escritor tcheco (1883-1924)
1.
O homem mais inteligente da história
2.
Por que fazemos o que fazemos?
3.
Quatro vidas de um cachorro
4.
Harry Potter e a criança amaldiçoada
5.
Rita Lee - uma autobiografia
6.
Propósito
7.
Todo mundo tem um anjo da guarda
8.
Ansiedade - Como enfrentar o mal do século
9.
O poder do agora
10.
Floresta dos sonhos
 
O Globo, Agências Internacionais, 11/07/2017

Jiro Taniguchi, um dos mais importantes autores de mangá do Japão, morreu neste sábado, aos 69 anos. A informação foi revelada pelo Casterman, sua editora na França. A editora não informou a causa da morte ou mais detalhes sobre o funeral. Taniguchi ficou conhecido graças a obras como The summit of the Gods e The magic mountain, nas quais o mestre do mangá levava o leitor a passear pela intimidade dos bairros japoneses com histórias humanas. Poucas obras de Taniguchi foram publicadas no Brasil, entre elas Gourmet, O livro do vento e Seton. Em português, mas apenas em Portugal e raros sebos, há ainda O homem que caminha. Gourmet, por exemplo, conta a perambulação de um sujeito pelas ruas de cidades como Tóquio e Osaka à procura da comida perfeita.

O Globo, Bolívar Torres, 06/02/2017

Todos os dias, Vera Lúcia Reis, 48 anos, acordava em alguma esquina na área do Castelo e ia andando até a Biblioteca Parque Estadual, na Avenida Presidente Vargas. Até seu fechamento, em dezembro do ano passado, a unidade do Centro vinha sendo um descanso do ambiente agressivo das ruas, onde ela mora há seis meses. Lá, trocava a falta de perspectiva profissional por aulas de inglês, informática e teatro, além de ter acesso à internet e livros. Mas foi sua participação no coral Uma Só Voz, projeto que visa o desenvolvimento das artes para a população de rua, que a ajudou a de fato espantar a dependência química. Sem reabrir desde o recesso do final do ano passado, a estrutura da Biblioteca Parque Estadual é uma ausência dolorosa para muitos de seus frequentadores em situação de rua. Por sua localização central, a unidade da Presidente Vargas tinha um público ainda mais diversificado do que as de Manguinhos, Rocinha e Niterói (a única das quatro que ainda permanece aberta). Circulavam por lá doutores e concurseiros, mas também camelôs, estudantes das redes pública e privada e aposentados. Talvez pelo ambiente plural, as pessoas em situação de rua consideravam o lugar mais acolhedor do que outros centros culturais. Mesmo com a biblioteca fechada, o coral continua suas atividades. Nas últimas semanas, eles se apresentaram num evento no Parque Olímpico e fizeram ensaios na Catedral Metropolitana. Nas apresentações, são aplaudidos por curiosos, recebem beijos e abraços e são requisitados para selfies com turistas. Sem a estrutura da biblioteca para as aulas, porém, fica a incerteza sobre o futuro.

O Estado de S. Paulo, Rodrigo Petronio, 11/02/2017

O escritor americano Herman Melville realizou quatro grandes viagens marítimas que resultaram em quatro livros. A mais longa ocorreu de agosto de 1843 a outubro de 1844, a bordo da fragata da Marinha americana USS United States, conhecida como Neversink. Essa viagem lhe forneceu o material para Jaqueta Branca ou O mundo em um Navio de Guerra (464 pp, R$ 103,90 – Trad. Rogério Bettoni), publicado em 1850 e até agora inédito no Brasil. A Carambaia acaba de suprir essa lacuna em uma edição primorosa, com tradução de Rogério Bettoni e posfácio da especialista Priscilla Allen, autora de um estudo clássico pela Universidade de Cornell em 1966. O itinerário tem dez paradas. Percorre quase toda a América e algumas ilhas do Oceano Pacífico. Sai de Honolulu (Havaí), passa pela Baía de Matavai, no Taiti (Polinésia Francesa), chega a Valparaíso (Chile), a El Callao (Peru) e a Mazatlán (México), contorna a Terra do Fogo até o Rio de Janeiro e, por fim, atraca em Boston (EUA). A despeito disso, não pode ser visto como um diário de viagem, pois a tipificação dos personagens e os recursos narrativos transcendem o escopo documental.

O Globo, Bolívar Torres, 12/02/2017

Editora da Piu, especializada em literatura infantojuvenil, Paula Taitelbaum adora garimpar livros raros ou “perdidos” do gênero. Em 2016, pesquisando na Bibliothèque Nationale de France, de Paris, encontrou as histórias de Patachou, um garotinho que descobre o mundo “misturando fantasia e melancolia”, como ela define. Escritos em 1929 pelo poeta francês Tristan Derème (e ilustrados pelo seu conterrâneo André Hellé em 1930 e 1932), os contos sobre o personagem estavam reunidos em dois volumes obscuros (Patachou petit garçon e Les histoires de Patachou). Encantada, a editora começou a investigar mais sobre a obra, até que tropeçou em uma tese polêmica: segundo o pesquisador Denis Boissier, Patachou seria a inspiração por trás de O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry. A partir daí, Paula teve a certeza de que precisava publicá-la no Brasil, pela própria Piu. Com os títulos de O pequeno Patachu e As histórias de Patachu (o nome do personagem foi aportuguesado para facilitar a pronúncia) e bancados por financiamento coletivo, os dois volumes devem chegar em junho nas livrarias.

O Estado de S. Paulo, Pedro Antunes, 11/02/2017

O traço minimalista de Jack Kirby - quadrinhos que contavam histórias de outras perspectivas, inovação nos ângulos e a capacidade de dar emoção aos heróis tão “super” e distantes da humanidade - deu ao artista o título de realeza naquilo que faz, coisa que poucos já receberam. Michael Jackson é o Rei do Pop e Kirby é o Rei dos Quadrinhos. E, se hoje o traço dele, para os não iniciados no mundo das HQs, parece ultrapassado, é preciso voltar no tempo para perceber como a passagem de Kirby pelos quadrinhos revolucionou a forma como as histórias eram contadas até então. Foi logo à primeira vista que a obra de Kirby arrebatou Hugo Canuto, também quadrinista, de 30 anos, quando entrava na adolescência e passava a se interessar pelas histórias dos super-heróis. Canuto foi salvo por um amigo da família que, sem filhos, doutrinou o guri. Levou-o para o mundo dos heróis das décadas anteriores com HQs encadernadas e bem conservadas. Apresentou Canuto às artes assinadas por nomes como John Buscema (famoso pelo trabalho com a Marvel e Conan) e, claro, Kirby. Assim nasce o embrião da história da HQ Contos de Òrun Àiyé, cujo lançamento será em agosto, idealizada por Canuto. A influência de Kirby está ali, no traço limpo de Canuto, que, segundo o próprio, está se afinando cada vez mais. Foi em 2016, quando o desenhista norte-americano completaria 99 anos (ele morreu em 1994), que o artista brasileiro, nascido na Bahia, decidiu homenagear o mestre e criar uma versão de uma icônica capa de Os Vingadores, de Kirby, com personagens da cultura africana, abraçada pelo Brasil. Em vez de Thor, havia Xangô, no lugar de Capitão América, Ogum, e o Homem de Ferro seria substituído por Oxaguiã. A ideia de Canuto é que tudo da HQ em formato americano (16 cm x 26 cm) e 90 páginas seja realizado de forma independente, sem o auxílio de outras editoras. As vendas, por enquanto, serão realizadas pela internet - para se manter atualizado, é bom seguir a página da HQ no Facebook.

O Estado de S. Paulo, André de Leonês, 12/02/2017

Três momentos extremamente delicados da vida do compositor russo Dmitri Shostakovich (1906-1975), nos quais ele manca “cautelosamente de uma ansiedade para outra”, servem como espinha dorsal para o estupendo O ruído do tempo (Rocco, 176 pp, R$ 29,50), romance do premiado autor britânico Julian Barnes. Aqui e ali, o leitor se depara com o protagonista à mercê do moedor de carne humana que era o Estado Soviético, obrigado a silenciar ou a falar em prejuízo de outros, colocando-os em situação semelhante ou pior, ou - o que pode ser o mais terrível - a simplesmente compactuar. O primeiro dos tais momentos se dá em plena década de 1930, quando Stalin tratava de perseguir, prender, torturar e assassinar todos aqueles que julgava “subversivos” - palavra tão genérica que, no contexto de uma máquina totalitária, consegue abarcar qualquer um que desagrade ao ditador ou seja por ele antagonizado. O “crime” de Shostakovich foi compor Lady Macbeth de Mtsensk, ópera baseada na novela de Nikolai Leskov e que obteve enorme sucesso, pelo menos até que Stalin foi assisti-la e não gostou. É a senha para que a imprensa oficial (única que havia) crucifique o compositor, atacando sua obra como “apolítica e confusa”, capaz de despertar “o gosto pervertido dos burgueses com uma música inquieta e neurótica”.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil e Guilherme Sobota - Babel, 12/02/2017

O indiano Idries Shah (1924-1996) influenciou muitos outros intelectuais (Doris Lessing, entre outros) com sua visão muito particular de sufismo - mais uma filosofia de autoconhecimento que uma corrente mística contemplativa do Islã, segundo o pensador sufi. A Tabla (novo selo editorial da Roça Nova Editora) lança agora a coleção Filosofia Viva, com 11 volumes, como Reflexões, Aprender a aprender e A sabedoria dos idiotas. A informação é da coluna da Babel

O Globo, Sérgio Tavares*, 06/02/2017

O inverno e depois (L&PM, 352 pp, R$ 39,90), de Luiz Antonio de Assis Brasil, tem como matéria moldável o tempo. Aquele que se prolonga e se encurta, de modo a pressionar o presente ao encontro do passado e configurar um atalho pelo qual se possa cumprir uma promessa, fazer uma reparação, reencontrar um sentimento. No último romance do escritor gaúcho, o futuro é uma passagem cujo alcance depende da execução de um código particular. Neste caso, o concerto para violoncelo do compositor tcheco Antonin Dvorák (1841-1904). A Julius, o protagonista, cabe a manipulação do instrumento e do tempo. No ponto de partida da trama, ele está no aeroporto de Porto Alegre, prestes a regressar à estância situada na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, onde viveu a infância e não pisa há 40 anos. A proposta da viagem é encontrar um retiro para se concentrar nos estudos do concerto de Dvorák, cujo primeiro movimento pretende tocar com a Orquestra Municipal de São Paulo. Apesar de questionado sobre a lonjura e o inverno rigoroso, o músico defende a decisão como o cumprimento de um pacto, um trato que segue em aberto desde sua juventude.

O Globo, Afonso Borges, 10/02/2017

Uma nódoa de mágoa roxa, de sangue pisado, mancha a camisa dos brasileiros. Das etnias que Donald Trump bloqueou a entrada nos EUA, os sírios, primos-irmãos dos libaneses, são parte deste sangue seco. Os outros seis países, por enquanto, são Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Por enquanto. Virão ainda o Egito, Paquistão e Emirados Árabes. O Brasil é terra hospitaleira. Temos parentesco com os mais de 60 povos que para cá vieram compartilhar suas vidas. Da banda da literatura, minha homenagem é a mais simples: listo aqui autores destes países publicados no Brasil e outros que, por sugestão da querida agente literária Lúcia Riff, deveriam ser. Faço assim como o MoMA, que trocou quadro de Picasso e Matisse por obras de artistas como a iraniana Zaha Hadid e o pintor sudanês Ibrahim el-Salahi, além de uma escultura da iraniana Sah Armajani, no salão de entrada. De todos, sinto que o livro do diplomata Omar Saif Ghobash, Cartas a um jovem muçulmano, merece ser publicado no Brasil urgentemente. Na forma epistolar, um pai reflete sobre a atual crise global sobre a postura de um jovem, hoje, frente à pergunta mais difícil desta geração: o que significa ser um bom muçulmano? Afinal, jovens muçulmanos de hoje serão os líderes de amanhã, e no entanto, muitos são vulneráveis a propaganda extremista que parece onipresente em nossa era tecnológica. Clique aqui e confira a lista completa dos títulos escolhidos por Afonso Borges.

 
©2001-2024 por Carrenho Editorial Ltda. Todos os direitos reservados.
Rua Henrique Schaumann, 1108 A, CEP 05413-011 Pinheiros, São Paulo -SP
O conteúdo deste site não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído sem autorização prévia.