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Morre o autor de mangás Jiro Taniguchi, aos 69 anos

Pouco publicado no Brasil, ele era considerado uma lenda do gênero

RIO — Jiro Taniguchi, um dos mais importantes autores de mangá do Japão, morreu neste sábado, aos 69 anos. A informação foi revelada pelo Casterman, sua editora na França. A editora não informou a causa da morte ou mais detalhes sobre o funeral. Taniguchi ficou conhecido graças a obras como "The Summit of the Gods" e "The Magic Mountain", nas quais o mestre do mangá levava o leitor a passear pela intimidade dos bairros japoneses com histórias humanas.

Em coluna publicada em 2011, no SEGUNDO CADERNO, Hermano Vianna dizia que “Jiro Taniguchi cria mangás diferentes daqueles publicados na maioria das revistas de histórias em quadrinhos japonesas. O mangá é mais conhecido por sua linguagem veloz, com lutas e monstros, ou romances semieróticos para meninas. Se os criadores comerciais estão mais para a "Ilíada", ou filme de Peckinpah; Taniguchi se parece mais com haiku de Bashô, ou imagem captada por câmera dirigida por Ozu (cineasta sempre citado como uma de suas principais influências). Frédéric Boilot, cartunista (ou mangaká, criador de mangás) francês, já lançou até um manifesto dando nome a esse outro estilo: "nouvelle manga", ou simplesmente "la" mangá, a versão "feminina" de "le" mangá, como o gênero é mais conhecido em países francófonos, grande mercado editorial para quadrinhos inovadores.”

Poucas obras de Taniguchi foram publicadas no Brasil, entre elas “Gourmet”, "O livro do vento" e "Seton". Em português, mas apenas em Portugal e raros sebos, há ainda "O homem que caminha". “Gourmet”, por exemplo, conta a perambulação de um sujeito pelas ruas de cidades como Tóquio e Osaka à procura da comida perfeita.